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Fecundação na FIV: saiba mais detalhes

Fecundação na FIV: saiba mais detalhes

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Considera-se que a gravidez propriamente dita tenha início somente quando acontece a nidação ou fixação do embrião no endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina, embora a fecundação seja um dos principais pontos de partida da gestação.

Em uma gravidez natural, a fecundação acontece quando o casal mantém relações sexuais no período fértil da mulher sem o uso de contraceptivos.

Nessa situação, após a ovulação o gameta feminino é liberado em direção ao interior das tubas uterinas, local que também recebe os espermatozoides e onde a fecundação acontece. Cerca de 5 a 7 dias após a fecundação, o embrião, já em desenvolvimento, alcança o útero e a gestação tem início.

Contudo, algumas doenças e condições – masculinas e femininas – podem dificultar a fecundação, especialmente prejudicando o encontro dos gametas, nos casos de obstrução tubária, ou quando há irregularidade na disponibilidade de células reprodutivas, como nos casos de azoospermia e anovulação.

Para esses casos, além dos tratamentos específicos de cada doença, o casal pode contar também com a reprodução assistida, especialmente a FIV (fertilização in vitro), técnica mais complexa e abrangente entre as disponíveis atualmente.

Este texto mostra como, na FIV, a fecundação pode ser feita de diversas formas, sempre em ambiente laboratorial. Acompanhe a leitura e saiba mais!

Conheça as técnicas de reprodução assistida

As técnicas de reprodução assistida incluem também procedimentos de baixa complexidade, como a RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial), que são assim classificadas justamente por permitirem pouco controle sobre o processo de fecundação.

Na RSP, a mulher passa pela estimulação ovariana e pela indução da ovulação, cujo monitoramento ultrassonográfico indica com mais precisão o período fértil, quando o casal é orientado a manter relações sexuais com chances maiores de chegar à gestação.

Também contando com a fecundação no interior das tubas uterinas, a IA se diferencia da RSP principalmente pela possibilidade de manipulação dos gametas masculinos. Nessa técnica, o sêmen é coletado por masturbação e submetido ao preparo seminal, que seleciona amostras de sêmen com uma concentração maior de espermatozoides viáveis, posteriormente inseminados no útero durante o período fértil da mulher.

A FIV é, portanto, classificada como uma técnica de alta complexidade por permitir a seleção dos gametas masculinos e femininos e promover a fecundação de forma altamente controlada, em laboratório.

A fecundação na FIV

A fecundação, assim como todos os procedimentos de reprodução assistida no Brasil, é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que emite resoluções e atualizações do que é permitido ou não periodicamente, desde 1992.

Uma das principais regras do CFM sobre a fecundação é que ela somente pode ser feita com objetivo de integrar tratamentos de reprodução assistida.

Além disso, o documento mais atualizado determina também que os embriões resultantes desse processo são de responsabilidade dos progenitores, embora sejam as clínicas que promovam a criopreservação desse material biológico e seu descarte somente possa ser feito após 3 anos de congelamento.

Diferentes formas de realizar a fecundação na FIV

Como a fecundação na FIV é feita em laboratório, antes dessa etapa do tratamento é preciso obter e selecionar as células reprodutivas que serão utilizadas.

Os gametas femininos são coletados por aspiração folicular, após a etapa de estimulação ovariana e indução da ovulação, enquanto os espermatozoides podem ser obtidos tanto em amostras de sêmen, como pela recuperação espermática.

A forma tradicional de realizar a fecundação na FIV consiste na colocação dos gametas femininos em uma placa de vidro que também contém espermatozoides, já submetidos ao preparo seminal. Dessa forma, a fertilização pode acontecer naturalmente.

Atualmente, no entanto, além da forma tradicional é possível também realizar a fecundação na FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que um único espermatozoide é selecionado e introduzido diretamente no meio intracelular do óvulo por uma agulha especial conectada a uma pipeta.

A ICSI é uma tecnologia complementar à FIV que melhora as taxas de sucesso da etapa de fecundação e, consequentemente, do tratamento como um todo, especialmente nos casos de azoospermia severa, em que mesmo a recuperação espermática não disponibiliza um grande número de células reprodutivas viáveis.

Alguns casos se beneficiam da ICSI. Por exemplo, os casais em que a mulher tem mais de 35 anos e os óvulos apresentam uma zona pelúcida mais espessa se beneficiarão, já que a agulha rompe essa barreira para introduzir o espermatozoide no óvulo.

A FIV também permite a fecundação com gametas obtidos por doação, doação de sêmen e ovodoação, indicada para infertilidade severa, casais homoafetivos e pessoas solteiras que desejam ter filhos. Nesses casos, os gametas são descongelados antes da fecundação.

Taxas de sucesso da FIV

As taxas de gravidez em ciclos de tratamento com a FIV são maiores do que se observa na gestação natural e nas técnicas de baixa complexidade, chegando, em média, a 40% por ciclo de tratamento.

Conheça detalhadamente as outras etapas da FIV tocando neste link.

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