Art Fértil
Obstrução das tubas uterinas: o que é?

Obstrução das tubas uterinas: o que é?

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As tubas uterinas, também conhecidas como trompas de falópio, são duas estruturas em forma de tubo, com aproximadamente 10 cm de comprimento cada. Ficam localizadas uma de cada lado do útero e se ligam aos ovários, em sua outra extremidade.

Na extremidade que se conecta aos ovários, as tubas possuem pequenos filamentos chamados fímbrias. É por elas que os óvulos são coletados, quando liberados dos folículos ovarianos na ovulação. Já na outra extremidade, as tubas se abrem para dentro da cavidade uterina.

As tubas uterinas são estruturas que compõem o sistema reprodutor feminino, assim como o útero, a vulva, a vagina e os ovários, e são fundamentais para a fertilidade da mulher, já que também servem de passagem para os espermatozoides chegarem até o óvulo, além de ser o local onde a fecundação acontece.

Além disso, também é pelas tubas uterinas que o embrião formado na fecundação é transportado até a cavidade uterina, para se implantar no endométrio e dar início à gestação. Isso acontece com o auxílio de pequenas estruturas ciliares, que existem nas paredes internas das tubas, além dos movimentos peristálticos tubários.

Anomalias que afetam as tubas uterinas geralmente causam obstruções e podem fazer com que a mulher apresente quadros de infertilidade feminina.

Continue na leitura do texto para entender melhor o que é a obstrução das tubas uterinas e como ela pode afetar a capacidade de a mulher ter filhos. Boa leitura!

Como a gravidez acontece e qual a participação das tubas uterinas no processo?

Assim que os espermatozoides são liberados dentro do organismo da mulher, no ato sexual, têm um longo caminho a percorrer, desde o colo do útero até as tubas uterinas, local em que acontece a fecundação.

Para que a fecundação aconteça, é necessário que a mulher esteja em seu período fértil, ou seja, que um óvulo já maduro tenha sido recentemente liberado pelos folículos ovarianos. Assim que é liberado, esse gameta é captado pelas fímbrias e fica aguardando a chegada dos espermatozoides nas tubas uterinas para ser fecundado.

Quando a fecundação acontece, a célula inicial, chamada zigoto, passa por um pequeno período de maturação para a formação do embrião propriamente dito. Esse embrião é então transportado pelas tubas uterinas até o útero.

No útero, o embrião ainda precisa realizar a nidação, ou seja, se fixar no endométrio para continuar seu desenvolvimento. Nesse sentido, é fundamental que o endométrio esteja preparado e receptivo para a chegada desse embrião, possibilitando a nidação e mantendo a gestação até o final.

O que é a obstrução das tubas uterinas?

A obstrução das tubas uterinas se caracteriza pelo fechamento ou estreitamento do canal interno. Isso pode acontecer devido a diferentes fatores, sendo que as principais causas são as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e processos inflamatórios graves (salpingite). As doenças mais comuns que provocam obstrução, são a endometriose e a clamídia.

A endometriose forma aderências nas tubas uterinas, compostas por tecido endometrial ectópico, que podem obstruir a passagem.

Infecções, como a causada pela clamídia, podem chegar até as tubas causando salpingite, que é a inflamação dessas estruturas. Essa inflamação resulta em inchaço, que também provocar a obstrução das tubas uterinas.

A obstrução das tubas uterinas causa infertilidade principalmente porque impede a passagem dos espermatozoides para fecundar o óvulo.

Em alguns casos, os espermatozoides podem conseguir atravessar a obstrução e chegar até o óvulo, fecundando-o. Quando isso acontece, o embrião formado, impedido de chegar ao útero pela obstrução, pode realizar a nidação na parede da própria tuba, causando uma gravidez ectópica.

Essa é uma situação bastante grave, já que o desenvolvimento nas tubas uterinas oferece risco à vida da mulher, sendo, por isso, uma condição que deve ser tratada com urgência.

Quando existe a suspeita de obstrução das tubas uterinas e como é feita a investigação?

Como a obstrução das tubas uterinas não costuma apresentar sintomas específicos, além da dificuldade em engravidar, a maioria das mulheres só consegue identificar o problema quando está tentando ter filhos e não consegue.

Ao buscar atendimento médico para investigar as causas da infertilidade, pode surgir a suspeita de que o problema esteja relacionado à obstrução das tubas uterinas. Principalmente quando doenças como a endometriose ou a clamídia são diagnosticadas.

O exame mais específico, utilizado para fazer o diagnóstico da obstrução das tubas uterinas é a histerossalpingografia, que normalmente é precedida da ultrassonografia transvaginal, que verifica a possibilidade de outras doenças simultâneas.

Para a realização da histerossalpingografia, uma substância de contraste é injetada pelo canal vaginal e realizado um exame de raio-X, para que a obstrução, caso exista, possa ser visualizada.

Qual a relação das tubas uterinas com a infertilidade e como é feito o tratamento da obstrução?

O tratamento da obstrução das tubas uterinas depende das causas. Quando é causada por inflamações consequentes de infecções, como a clamídia, pode ser resolvida com o tratamento dessa infecção, utilizando-se antibióticos.

Em alguns casos, porém, mesmo após o tratamento, a mulher pode apresentar sequelas formadas por cicatrizes, e a obstrução continua causando infertilidade e oferecendo risco de uma gravidez ectópica.

Já no caso da obstrução das tubas uterinas causada pela endometriose, geralmente a infertilidade é irreversível, já que o próprio tratamento para a retirada dos focos endometrióticos oferece risco de dano às tubas, por sua delicadeza.

Mulheres em idade fértil que estão com dificuldade de engravidar em decorrência de obstrução das tubas uterinas ainda podem recorrer às técnicas de reprodução assistida para conseguir ter filhos.

A FIV (fertilização in vitro) é uma técnica de reprodução assistida que consegue contornar a maior parte dos problemas por trás da infertilidade. Isso porque possibilita que os gametas femininos sejam coletados, assim como as células reprodutivas masculinas, e realizando a fecundação em ambiente laboratorial.

O que permite contornar os problemas de obstrução das tubas uterinas, restabelecendo a possibilidade de ter filhos novamente.

Após o cultivo embrionário na FIV, os embriões são transferidos ao útero e espera-se que a gestação tenha início com a implantação.

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