O termo nidação tem sido bastante utilizado para referir ao processo de implantação embrionária, quando o embrião busca o melhor local para se fixar no endométrio, camada de revestimento da cavidade uterina.
O embrião forma-se naturalmente nas tubas uterinas, após o encontro do gameta masculino, espermatozoide, com o gameta feminino, óvulo. Em algumas técnicas de reprodução assistida – RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial) – a fecundação acontece de forma semelhante na gestação por vias naturais.
Em técnicas como a FIV (fertilização in vitro), por outro lado, é realizada de forma altamente controlada, com a união dos gametas em laboratório e a obtenção de embriões que são observados durante o período de cultivo embrionário antes de serem transferidos para o útero materno.
A nidação ou implantação do embrião, contudo, é um processo que acontece naturalmente, como na gestação espontânea, independentemente da técnica indicada.
Em alguns casos, pode, inclusive, ocorrer um pequeno sangramento. Mesmo pela mulher tende a ser confundido com a menstruação ou com sangramentos de escape devido à falha no consumo de contraceptivos, quando ela esquece de tomar a pílula, por exemplo.
Acompanhe a leitura do texto a seguir e entenda melhor o que é o sangramento de nidação e os motivos pelos quais ele pode ocorrer.
Boa leitura!
Para compreender o que é e por que ocorre o sangramento de nidação, é necessário observar com mais profundidade o próprio processo.
Após a fecundação, as primeiras clivagens – divisões celulares – dão origem ao embrião, que em aproximadamente 3 dias de desenvolvimento atinge o estágio de mórula, um aglomerado maciço de células, enquanto ainda é transportado para o útero com ajuda dos movimentos peristálticos das tubas uterinas.
Ao chegar no útero, o embrião atinge o estágio de blástula, em que é chamado blastocisto, quando já é possível observar a formação da blastocele, uma cavidade que separa as células do embrião propriamente dito e as células que dão origem aos anexos embrionários: placenta, cordão umbilical e líquido amniótico.
É durante esse estágio do desenvolvimento embrionário que a nidação ou implantação embrionária acontece.
O sangramento de nidação é normalmente uma consequência do processo, como veremos a seguir.
Ao encontrar o local mais adequado para realizar a nidação, o embrião rompe a zona pelúcida e as células que dão origem aos anexos embrionários se infiltram no endométrio. Assim, todo o conjunto que envolve o embrião permanece em contato com o útero materno.
Ao infiltrar-se no endométrio, a presença das células embrionárias pode alterar a dinâmica vascular desse tecido, desencadeando sangramentos bastante leves.
Contudo, nem sempre que a nidação ocorre esse processo resulta em sangramento, o que pode confundir as mulheres – em tratamento com reprodução assistida ou não – que estão à espera da confirmação da gestação.
De forma geral, o sangramento de nidação pode ser indício de gestação, embora nem sempre esse sinal se manifeste. Em alguns casos, a mulher pode apresentar sangramento semelhante ao de nidação como consequência de outras condições e não pela presença de gestação.
O sangramento de nidação pode ser confundido com o de escape, por exemplo, mais comum em mulheres que usam contraceptivos orais combinados, e com a própria menstruação, embora tenha fluxo relevantemente mais leve e uma cor menos avermelhada que a do sangue menstrual.
A principal diferença entre o sangramento de nidação e a menstruação é que o sangue menstrual é resultado da descamação do endométrio quando não há fecundação e formação do embrião, enquanto o sangramento de nidação é causado pelo próprio embrião.
Ainda assim, para lidar melhor com a ansiedade quando se está tentando engravidar, é importante saber que mesmo na presença de gestação nem sempre o processo de nidação provoca qualquer tipo de sangramento perceptível pela mulher.
Somente os testes de gravidez, que identificam a presença de beta hCG, uma subunidade da gonadotrofina coriônica humana, no sangue e na urina, podem confirmar que a gestação teve início.
O sangramento de nidação pode ocorrer como resultado da implantação embrionária em todas as formas de se chegar a uma gestação: tanto por vias naturais, como com nos tratamentos com reprodução assistida.
O que diferencia as técnicas de reprodução assistida e, consequentemente suas indicações, é o nível de complexidade de cada procedimento, que reflete principalmente o grau de manipulação dos gametas e a forma como a fecundação é realizada.
Isso interfere também na forma como o embrião chega ao útero: enquanto nos procedimentos da RSP e IA o embrião é formado nas tubas e chega ao útero com auxílio dos movimentos dessas estruturas, na FIV os embriões são formados em laboratório e depositados no endométrio auxiliados por um cateter acoplado a uma agulha e uma seringa.
Após a transferência embrionária, a mulher pode acompanhar o processo de nidação por ultrassonografia pélvica e confirmar a gravidez aproximadamente 20 dias após o procedimento.
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