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Tipos de mioma: saiba mais sobre a doença

Tipos de mioma: saiba mais sobre a doença

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Diversas doenças e condições podem afetar a capacidade de gerar filhos. Na mulher, as que afetam os órgãos do sistema reprodutor, como o útero, podem levar à quadros de infertilidade.

O mioma uterino é uma dessas doenças e mesmo sendo assintomático em muitas mulheres, em alguns casos pode resultar em infertilidade feminina.

De maneira geral, o mioma uterino é uma doença bastante conhecida, já que não é rara e costuma afetar muitas mulheres. Mesmo assim, os detalhes são ignorados pela maioria.

Por isso, é comum não conhecer os diferentes tipos de miomas e seus sintomas específicos, ou mesmo os tratamentos e, principalmente, as consequências da doença não tratada corretamente.

Continue a leitura deste texto para entender mais sobre os tipos de miomas uterinos e demais informações sobre a doença. Boa leitura!

O que é um mioma?

O mioma uterino é um tumor benigno, que se caracteriza pela multiplicação anormal de células do miométrio nas diferentes camadas da parede uterina. Essa multiplicação forma estruturas com aparência de nódulos, conhecidos também como miomas.

Os miomas uterinos são doenças estrogênio-dependentes, como os pólipos endometriais, a endometriose e adenomiose, ou seja, seu crescimento e desenvolvimento é induzido pela ação desse hormônio.

Os tipos de miomas variam de acordo com a camada uterina em que estão localizados. O útero é formado por 3 camadas:

Os miomas se desenvolvem a partir do miométrio e podem se projetar tanto para o endométrio, como para o perimétrio.

Os tipos de miomas uterinos

Como mencionamos, os miomas uterinos são classificados de acordo com a região do útero em que estão localizados. Conheça detalhadamente cada tipo de mioma:

Mioma subseroso

O mioma do tipo subseroso afeta a camada que reveste a parede externa do útero, o perimétrio, um tecido formado por células serosas, normalmente encontradas no revestimento de diversos órgãos e estruturas.

Esse tipo de mioma não costuma causar muitos sintomas ou consequências na maioria dos casos, especialmente quando são menores, típicos dos quadros iniciais da doença.

Contudo, quando se desenvolve exageradamente, acaba pressionando os órgãos ao redor e pode manifestar sintomas, como sensação de dor e peso pélvico, alterações na rotina urinária e intestinal.

Mioma intramural

Esse tipo de mioma aparece e se desenvolve apenas no miométrio e não chega a se projetar para as outras camadas uterinas.

O miométrio é formado por tecido muscular liso, que confere ao útero elasticidade e contratilidade. Nesse sentido, adequa suas dimensões ao crescimento do feto durante a gravidez, por ser elástico, assim como auxilia na sua expulsão, no momento do parto, e na do sangue menstrual a cada ciclo reprodutivo, por ser também contrátil.

Em suas fases iniciais, quando os miomas intramurais são pequenos e pouco numerosos, a mulher não costuma apresentar sintomas. Os casos em que os tumores se desenvolvem mais, porém, podem causar dor aguda na região pélvica e inchaço abdominal, além de alterações menstruais.

Mulheres com miomas intramurais grandes podem ter dificuldade para manter a gestação e realizar o parto com tranquilidade, já que eles podem interferir na capacidade elástica e contrátil do útero, ou causar distorções anatômicas.

Mioma submucoso

O mioma é classificado como submucoso quando se projeta em direção ao endométrio, camada de revestimento interno do útero em que acontece a nidação e que mantém contato com a placenta durante toda a gestação.

Além de seu papel na gravidez, o endométrio também está envolvido com o sangramento menstrual, que, na realidade, é resultado da descamação desse tecido quando não há fecundação.

Por sua localização, portanto, os principais sintomas dos miomas submucosos são dor pélvica, aumento no fluxo menstrual e no tempo de sangramento, além de sangramentos uterinos fora do período menstrual e danos mais severos à fertilidade.

Isso acontece porque o endométrio é formado por células que, como miomas, respondem ativamente à ação do estrogênio, provocando assim uma reação inflamatória local.

A inflamação aumenta o suprimento sanguíneo no endométrio e provoca hipersensibilidade. Esse é o mecanismo por trás de todos os sintomas desse tipo de mioma, incluindo infertilidade.

Qual a relação entre os miomas e a infertilidade?

O tipo de mioma mais relacionado à infertilidade é o submucoso. Isso acontece porque o processo inflamatório pode causar alterações no ciclo endometrial e um deslocamento da janela de implantação, período mais receptivo para o embrião implantar, resultando em falhas e abortamento.

Além disso, mesmo quando o embrião consegue se fixar, podem invadir o espaço destinado ao crescimento do feto, prejudicando o desenvolvimento da gestação e causando um quadro de aborto de repetição.

Miomas submucosos, também podem impedir a fecundação quando crescem próximos às tubas uterinas provocando obstruções.

No caso dos miomas intramurais, eles podem interferir na capacidade elástica e contrátil do útero, o que favorece partos prematuros e complicações no momento do parto e, em tamanhos maiores, podem causar distorções na anatomia do órgão, dificultando ou impedindo o desenvolvimento da gravidez.

Os miomas subserosos, embora não afetem a fertilidade, quando atingem grandes dimensões e comprimem outros órgãos, podem causar sintomas que comprometem a qualidade de vida da mulher.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico dos miomas inicia com a avaliação dos sintomas, do histórico pessoal e familiar de doenças uterinas e da idade da mulher. Na primeira consulta, também é comum que o exame clínico na região pélvica seja feito, para verificar sinais como o aumento no volume uterino e hipersensibilidade no canal vaginal.

O exame clínico direciona, então, para a solicitação dos exames de imagem, como a ultrassonografia pélvica e a histeroscopia diagnóstica, que possibilitam a visualização dos miomas e avaliação da região afetada.

Quando, mesmo com esses exames o diagnóstico ainda não é conclusivo, costuma-se indicar a realização de outros complementares, como a ressonância magnética.

O tratamento, além da localização, tamanho e intensidade dos sintomas, considera ainda fatores, como a idade da mulher e proximidade da menopausa, já que as mudanças hormonais típicas dessa fase levam à diminuição dos miomas e se a mulher planeja ter filhos no momento.

Nos casos assintomáticos, geralmente é feito apenas o acompanhamento do desenvolvimento com exames periódicos. E, quando há sintomas leves, são administrados medicamentos para aliviá-los.

Quando os sintomas são de maior gravidade, por outro lado, incluindo a infertilidade, é indicada a remoção cirúrgica dos miomas.

A cirurgia para a retirada do útero, histerectomia, pode ser necessária nos casos mais graves de miomas, embora seja a última abordagem considerada.

Como a reprodução assistida pode auxiliar?

A reprodução assistida pode ajudar a contornar a infertilidade, quando não é possível engravidar mesmo após a remoção dos miomas, se eles tiverem causado maiores danos ou se houver necessidade da retirada do útero.

A FIV (fertilização in vitro), uma técnica avançada, atualmente consegue atender a maioria das demandas reprodutivas, sendo especialmente útil para os casos de infertilidade por miomas, por realizar a fecundação em laboratório com posterior transferência dos embriões ao útero, sem necessidade, das tubas uterinas.

Durante o tratamento, também é feito o controle do ciclo endometrial, possibilitando a indicação do período mais receptivo para receber o embrião, assim como é possível preparar o endométrio com medicamentos hormonais, minimizando, com ambos os procedimentos, falhas na implantação.

Além disso, nos casos em que a mulher precisa retirar o útero, ainda é possível engravidar com a cessão temporária de útero, técnica complementar à FIV, em que outra mulher aceita passar pela gestação dos embriões formados com as células reprodutivas dos pais.

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