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Uretrite: saiba mais sobre o diagnóstico

Uretrite: saiba mais sobre o diagnóstico

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A uretra é uma estrutura muscular de formato tubular, que tem como função principal servir de canal para a eliminação da urina. No homem, além da função urinária, também possibilita a passagem do sêmen na ejaculação.

No corpo humano, essa estrutura se estende desde a bexiga até a abertura externa, orifício uretral, que fica na vulva feminina e na glande peniana masculina.

Possui características morfológicas diferentes no homem e na mulher. Como no corpo masculino a uretra também tem a função de passagem para o sêmen, tem um tamanho bem maior do que a feminina. Os espermatozoides chegam na uretra após serem incorporados aos líquidos seminais, formando o sêmen que será ejaculado.

Doenças infecciosas, inflamatórias e danos mecânicos ou químicos, podem afetar a uretra e desencadear um quadro de uretrite, que pode ou não resultar em problemas na fertilidade, especialmente a masculina. Continue conosco para saber como o diagnóstico de uretrite é realizado. Boa leitura!

O que é a uretrite?

Quando falamos em uretrite, nos referimos à nomenclatura dada a qualquer inflamação que afeta a uretra, embora esse processo inflamatório seja mais frequentemente causado por agentes infecciosos, especialmente bactérias.

A maior parte dos casos a uretrite resulta da contaminação por ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), e entre as bactérias mais comuns estão a Chlamydia trachomatis e a Neisseria gonorrhoeae, respectivamente causadoras da clamídia e da gonorreia.

A uretrite pode também ter causas traumáticas, como a utilização de sondas, que podem causar lesões na parede interna da uretra e, dessa forma, um processo inflamatório. O uso de substâncias químicas, como espermicidas, também pode levar ao quadro de uretrite.

A uretrite não costuma causar problemas graves se for tratada de maneira adequada, principalmente quando o diagnóstico é feito logo no início. Quando há demora para procurar auxílio médico, a infecção que está causando a uretrite pode se espalhar e afetar outros órgãos.

Entenda como identificar a uretrite

A uretrite infecciosa é classificada em dois tipos: as gonocócicas, provocadas exclusivamente pela gonorreia, e as não gonocócicas, causadas por outras bactérias e microrganismos diversos, incluindo a Chlamydia trachomatis.

Os sintomas da uretrite variam de acordo com as causas da inflamação e a extensão da enfermidade. Pode não apresentar sintomas perceptíveis, principalmente a de origem não gonocócica e quando é resultado de danos mecânicos e químicos.

Nos casos sintomáticos, os sinais mais comuns ‒ tanto em homens como em mulheres ‒ são a vontade frequente de urinar, acompanhada de dor ou ardência, além da presença de secreções, que podem ser expelidas pelos genitais.

Nos homens, a uretrite pode apresentar ainda alguns sinais específicos, como dor ao ejacular, sangue misturado ao sêmen e à urina, além de secreção anormal no pênis. Já na mulher, pode provocar dor pélvica, coceira na região genital, corrimento vaginal anormal e dor durante o ato sexual.

Uretrite e infertilidade conjugal

Problemas de infertilidade também podem surgir com a uretrite, uma vez que a inflamação oferece risco de estreitamento da uretra: no homem, além de diminuir o fluxo urinário, causando problemas na bexiga e nos rins, a uretrite afeta também o fluxo seminal e a saúde dos espermatozoides, comprometendo a ejaculação e a fertilidade.

Além disso, a infecção pode se espalhar e atingir outras estruturas, como os testículos, os epidídimos e a próstata, provocando orquite, epididimite e prostatite, respectivamente, afetando a produção ou o transporte dos espermatozoides, criando um quadro de infertilidade mais grave.

Nas mulheres, por outro lado, a infertilidade consequente da uretrite costuma acontecer somente quando a infecção se espalha para o útero, ovários e as tubas uterinas. Esses quadros podem prejudicar a fecundação do óvulo, bem como a fixação do embrião no endométrio, provocando um quadro de infertilidade feminina.

Como é feito o diagnóstico da uretrite?

Nos casos sintomáticos de uretrite, o diagnóstico começa com a avaliação dos sintomas apresentados e o exame físico, que inclui a análise das estruturas externas do aparelho reprodutor e urinário.

Após a primeira consulta, normalmente outros exames são solicitados, como a avaliação laboratorial das secreções e, principalmente nos casos assintomáticos, exames de imagem, que evidenciam as alterações estruturais provocadas pela uretrite.

Os exames laboratoriais para uretrite são feitos com amostras da secreção na uretra, quando ela existe, para a identificação dos patógenos envolvidos na infecção. As amostras de secreção genital são coletadas por uma espécie de haste, com material esponjoso na extremidade, que é esfregada na entrada da uretra. Esse material é levado então para análise em laboratório, realizada por teste molecular.

O teste molecular consegue rastrear a informação genética do patógeno presente na amostra coletada, por isso é considerado um dos mais precisos para identificar ISTs. Além da coleta de secreção, pode ser solicitada a urinálise, que rastreia amostras de urina para identificar os patógenos causadores da uretrite.

Exames de sangue não costumam ser muito solicitados, mas podem ser realizados caso o médico desconfie de outros fatores que podem estar relacionados à uretrite.

Dependendo da gravidade do quadro e quando a busca por atendimento não está relacionada aos sintomas tradicionais da uretrite, mas à dificuldade para ter filhos, exames de ultrassonografia também podem ser utilizados para visualizar as estruturas afetadas.

Como é realizado o tratamento para uretrite?

Quando as causas são bacterianas, o tratamento para uretrite geralmente é feito por medicamentos antibióticos específicos, prescritos de acordo com os resultados dos exames diagnósticos.

Se a uretrite for provocada por vírus, como a herpes simplex, a abordagem medicamentosa é feita com antivirais ‒ se isso for possível ‒ e medicamentos específicos para o controle dos sintomas, mas que não atuam sobre os vírus.

A reprodução assistida pode reverter a infertilidade derivada da uretrite

Nas situações mais graves, em que a infecção causadora da uretrite se espalhou para outras estruturas do aparelho urinário e órgãos do sistema reprodutor, é comum que, mesmo após os tratamentos, a infertilidade seja persistente.

Isso acontece porque a atividade bacteriana nos tecidos afetados pela infecção, além do próprio processo inflamatório da uretrite, podem deixar cicatrizes, em forma de aderências, que costumam prejudicar as funções reprodutivas.

Mesmo nessas situações, no entanto, aqueles que apresentam infertilidade como sequela da uretrite, não precisam desistir do sonho de ter filhos: as técnicas de reprodução assistida podem auxiliar a contornar os problemas que estão dificultando a gravidez, possibilitando a realização desse sonho.

A FIV (fertilização in vitro), técnica mais avançada da medicina reprodutiva, é o conjunto de procedimentos mais indicado para a maior parte dos casos, porque consegue atender a praticamente todas as demandas reprodutivas da atualidade, incluindo a infertilidade como consequência de infecções que começam com a uretrite.

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