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Como é a nidação na FIV?

Como é a nidação na FIV?

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O sucesso da nidação ou implantação embrionária é considerado ponto de partida da gravidez e depende diretamente da boa saúde e preparo do endométrio – tecido que reveste a cavidade uterina e onde o embrião fixa-se, na nidação.

O endométrio é uma das três camadas da parede uterina, formado principalmente por células estromáticas e glandulares, que interagem com a dinâmica dos hormônios sexuais, especialmente os estrogênios e a progesterona, durante o ciclo reprodutivo.

A combinação da ação destes dois hormônios resulta no preparo endometrial – fundamental para que a nidação aconteça, já que a fixação do embrião só é possível com a boa interação entre este e o endométrio.

Para todas as técnicas de reprodução assistida – RSP (relação sexual programada), IA (inseminação artificial) e FIV (fertilização in vitro) – o nível de controle sobre a fecundação e a chegada do embrião ao útero influencia diretamente nas chances de que a nidação seja bem sucedida.

Entre estas técnicas, a FIV é a que oferece o máximo controle sobre estas etapas e por isso é considerado o conjunto de procedimentos que mais oferece benefícios ao processo de nidação e ao sucesso da gestação como um todo.

Acompanhe a leitura do texto a seguir e entenda melhor como acontece a nidação na FIV.

O que é nidação?

Quando a fecundação ocorre no interior das tubas uterinas, a nidação acontece por volta do 7º dia, pouco após a chegada do embrião ao útero. Entre a fecundação e a nidação, no entanto, o embrião passa por diversas transformações, fundamentais inclusive para o sucesso de nidação ou implantação embrionária.

A célula formada pela união dos gametas, ou zigoto, dá início às primeiras clivagens – divisões celulares que formam novas células, idênticas ao zigoto – poucas horas após a fecundação.

Nesta fase, o embrião ainda está em trânsito pelas tubas uterinas, até o útero, onde a nidação deve acontecer. Para fixar-se no endométrio, o embrião deve interagir com o tecido de revestimento da cavidade uterina, sendo reconhecido por ele, ao mesmo tempo em que reconhece com precisão o local de implantação.

Neste momento, a nidação acontece quando zona pelúcida embrionária se rompe e as células do embrião infiltram-se no endométrio, que em seguida passa a dar suporte aos anexos embrionários – placenta, cordão umbilical e líquido amniótico –, e consequentemente à toda a gestação

Entenda como é a nidação na FIV

Antes da fecundação: estimulação ovariana e coleta de gametas

Uma das principais características da FIV é a realização da fecundação fora do corpo da mulher, em ambiente laboratorial e controlado. Para isso, os gametas masculinos e femininos devem ser obtidos e manipulados também em laboratório.

Conseguir gametas femininos é parte das tarefas da primeira etapa da FIV, a estimulação ovariana – que induz o amadurecimento dos folículos ovarianos, com auxílio de medicação hormonal, administrada desde o início do ciclo reprodutivo.

O monitoramento deste processo, feito principalmente por ultrassonografia pélvica, indica quando deve acontecer tanto a coleta de folículos – por aspiração folicular –, como de espermatozoides.

A obtenção dos espermatozoides pode ser com uma amostra de sêmen conseguida por masturbação ou por recuperação espermática – PESA e MESA, TESE e micro-TESE.

Fecundação

Normalmente após a coleta de gametas para FIV, estes são selecionados por preparo seminal e pela avaliação dos oócitos obtidos na aspiração. Em seguida, essas células reprodutivas são encaminhadas para a fecundação.

Na FIV clássica, a fecundação é realizada com a colocação dos gametas selecionados no mesmo ambiente – in vitro – e espera-se que um dos espermatozoides realize a fecundação. Atualmente, no entanto, em muitos casos recomenda-se a fecundação por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), que melhora as chances de sucesso desta etapa da FIV.

Após a fecundação: cultivo embrionário, transferência e nidação

Ao final da fecundação, os embriões são observados durante o cultivo embrionário, por 3 a 5 dias – período no qual é possível rastrear os embriões geneticamente, com o PGT (teste genético pré-implantacional), que previne a transmissão de doenças genéticas hereditárias e aneuploidias.

É comum que o PGT seja indicado para casais em que a mulher está próxima à menopausa, principalmente porque nesse momento as chances de seus oócitos gerarem embriões com anomalias genéticas – que podem inclusive interferir na nidação – são maiores.

De forma geral, espera-se que a nidação aconteça após a transferência dos embriões para o útero, ao final do cultivo embrionário. Contudo, a FIV pode ser indicada para casais com histórico de aborto de repetição e falhas na nidação, especialmente pelas possibilidades de realização do preparo endometrial controlado com freeze-all e do hatching assistido.

Nestes casos, os embriões são congelados durante o cultivo embrionário e o preparo endometrial da mulher é então monitorado por ultrassonografias pélvicas e dosagens hormonais.

Se a mulher não apresenta um bom preparo endometrial naturalmente, na FIV este processo também pode ser induzido por medicação à base de hormônios, normalmente estrogênios e progesterona, cujos resultados são igualmente monitorados por ultrassonografia pélvica, determinando o momento ideal para descongelar os embriões e realizar a transferência embrionária.

O hatching assistido é realizado no final do cultivo embrionário, com a criação de pequenas fissuras na zona pelúcida embrionária, que facilitem o rompimento dessa membrana e a liberação das células embrionárias para a nidação.

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