Durante bastante tempo, a ciência e a própria sociedade encararam a infertilidade como um problema exclusivo das mulheres, talvez porque o papel feminino nos processos de procriação fosse mais explícito, afinal, a gestação acontece no interior de seu corpo. Atualmente, não existem dúvidas sobre a […]
Durante bastante tempo, a ciência e a própria sociedade encararam a infertilidade como um problema exclusivo das mulheres, talvez porque o papel feminino nos processos de procriação fosse mais explícito, afinal, a gestação acontece no interior de seu corpo.
Atualmente, não existem dúvidas sobre a existência de problemas relacionados à função reprodutiva masculina, que oferecerem riscos à fertilidade conjugal e podem inviabilizar o planejamento familiar. Inclusive considera-se que os casos de infertilidade masculina são ligeiramente mais frequentes que aqueles devidos à infertilidade feminina.
Neste contexto, os estudos sobre a fertilidade dos homens sofreram relativos atrasos em relação aos estudos sobre a saúde reprodutiva das mulheres, sendo mais expressivos nos tempos atuais – o que provocou o aparecimento de alguns mitos sobre a fertilidade dos homens.
Este texto trouxe três dos principais mitos – ou questionamentos – que circulam entre não especialistas, sobre infertilidade masculina, suas causas e consequências. Aproveite a leitura!
Para compreender por que a disfunção erétil não é sinal de infertilidade, é preciso entender melhor o que configura a infertilidade masculina.
A infertilidade masculina é uma condição provocada por alterações no líquido ejaculado, sejam elas decorrentes de falhas na espermatogênese – que é o processo de formação dos espermatozoides – ou de obstruções no trajeto do sêmen, durante a ejaculação.
Entre os principais problemas relacionados à espermatogênese, os mais comuns são a azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen), oligozoospermia (baixa concentração de espermatozoides no sêmen), a astenozoospermia (quando os espermatozoides apresentam problemas de motilidade) e a teratozoospermia (uma maioria de espermatozoides com anomalias morfológicas).
A azoospermia é uma das principais causas de infertilidade masculina, e esta condição pode ser causada também por obstruções no cordão espermático, inviabilizando a chegada dos espermatozoides ao trecho do sistema reprodutivo onde encontram os líquidos glandulares, que também compõem o sêmen.
A varicocele é uma das doenças mais conhecidas, entre aquelas que provocam azoospermia, neste caso, decorrentes de alterações na rede venosa que irriga o cordão espermático, interferindo na produção dos espermatozoides.
Já a ereção é um processo que envolve principalmente o sistema circulatório, já que o pênis adquire um aspecto intumescido pela entrada massiva de sangue no interior do corpo cavernoso – que é um conjunto de galerias, localizadas no corpo do pênis.
A maior parte dos casos de disfunção erétil está relacionada a questões emocionais, ou relativas à idade do homem e à saúde do sistema circulatório, e pode representar uma dificuldade para realizar a relação sexual – motivo pelo qual as pessoas confundem esse problema com a própria infertilidade.
No entanto, a capacidade reprodutiva pode ser restaurada com tratamentos que abordem os aspectos que resultaram na disfunção erétil – e nos casos mais extremos, a reprodução assistida também pode ajudar os casais em que o homem apresenta essa comorbidade a ter filhos.
Como a infertilidade não é necessariamente um problema congênito – ainda que possa ser decorrente de doenças genéticas hereditárias –, é possível que mesmo após a experiência de uma gestação anterior, o homem possa desenvolver problemas ao longo de sua vida reprodutiva, que prejudiquem a função reprodutiva.
A idade pode ser um fator importante, nesse sentido, ainda que entre as mulheres essa relação seja mais evidente. Nesses casos, a infertilidade não seria decorrente da ausência ou da baixa concentração de espermatozoides no sêmen, mas sim de problemas relacionados à sua estabilidade genética – um fator que se mostra alterado naturalmente, em função do próprio envelhecimento.
Outro aspecto importante, para os casos de infertilidade secundária – quando a condição se manifesta mesmo quando o homem já teve filhos biológicos – é a contaminação por DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).
Nestes casos, as infecções podem tanto trazer prejuízos temporários à função reprodutiva, por desencadear quadros como uretrite, orquite e epididimite, quanto deixar cicatrizes nas áreas em que a infecção ocorreu, mesmo após o tratamento. Quando essas cicatrizes se localizam no cordão espermático, podem obliterar esse ductos e provocar azoospermia obstrutiva.
Atualmente, a medicina oferece tratamento para praticamente todas as demandas reprodutivas, através das técnicas de reprodução assistida – o que inclui essencialmente todas as formas de infertilidade masculina.
Quando a infertilidade conjugal é causada por problemas no sistema reprodutivo masculino, as técnicas mais indicadas são a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro).
Nesse sentido, a IA deve ser considerada para os casos mais leves, como oligozoospermia, astenozoospermia e teratozoospermia, contornáveis principalmente pela possibilidade de preparo seminal, enquanto a FIV é indicada para os casos mais complexos, principalmente envolvendo azoospermia, obstrutiva ou não, ou quando fatores femininos também compõem o quadro geral de infertilidade.
Assim, mesmo quando após a investigação para as causas da infertilidade conjugal, é constatado que o homem é infértil, ainda é possível ter filhos biológicos com a reprodução assistida, fazendo dessa afirmação um verdadeiro mito.
É fundamental que os homens compreendam a importância de buscar auxílio médico, caso desconfiem de infertilidade masculina. O tratamento de algumas doenças que provocam essa condição pode ter melhores prognósticos quando iniciados de forma precoce – especialmente a contaminação por DSTs e doenças progressivas como a varicocele.
A atitude preventiva de cuidado da saúde – não somente da saúde reprodutiva, mas do corpo inteiro e da qualidade de vida do homem – é o diferencial para evitar complicações que podem prejudicar o planejamento familiar e a realização do sonho de uma paternidade plena.
Leia mais sobre infertilidade masculina tocando neste link.
MaisDurante algum tempo, a infertilidade conjugal foi atribuída exclusivamente a problemas relacionados à infertilidade feminina, o que representou um verdadeiro desafio, especialmente para os estudos sobre infertilidade masculina e o aprimoramento das técnicas de reprodução assistida para esses casos. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde […]
Durante algum tempo, a infertilidade conjugal foi atribuída exclusivamente a problemas relacionados à infertilidade feminina, o que representou um verdadeiro desafio, especialmente para os estudos sobre infertilidade masculina e o aprimoramento das técnicas de reprodução assistida para esses casos.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que a quantidade de casos de infertilidade conjugal causados por fatores femininos ou masculinos isolados é relativamente proporcional, mostrando definitivamente que a infertilidade conjugal não é causada exclusivamente por problemas no aparelho reprodutivo das mulheres.
Entre as principais causas de infertilidade masculina, a azoospermia é não só a mais comum, como também pode ser das mais graves. Em muitos casos, essa condição pode impossibilitar os homens de ter filhos por vias naturais.
Para estes casos, a medicina reprodutiva oferece a possibilidade de realizar a recuperação espermática, com auxílio de técnicas complementares à FIV (fertilização in vitro), como PESA e MESA, TESE e Micro-TESE – os dois últimos, mais complexos e indicados para os casos de azoospermia não obstrutiva.
Este texto apresenta as técnicas complementares de TESE e Micro-TESE, mostrando como podem auxiliar homens com azoospermia não obstrutiva a ter filhos biológicos.
A infertilidade masculina pode ser causada por problemas na espermatogênese – processo de formação dos espermatozoides, a partir do amadurecimento dos espermatócitos, nos túbulos seminíferos – ou pela presença de obstruções no trajeto dessas células em direção aos ductos deferentes e uretra.
A azoospermia é uma das formas mais severas de infertilidade masculina, e consiste na ausência de espermatozoides no líquido ejaculado. Esta condição é capaz de inviabilizar a fecundação e seu tratamento normalmente é feito com reprodução assistida.
A azoospermia pode ser causada por uma série de alterações, dentre as quais destacamos as mais recorrentes:
Dependendo dos motivos que levaram ao quadro de azoospermia, podemos classificar essa condição como obstrutiva ou não obstrutiva.
Normalmente decorrente de anomalias genéticas, na azoospermia não obstrutiva o processo de formação e amadurecimento dos espermatozoides está prejudicado e as células reprodutivas masculinas não se formam ou não chegam aos epidídimos.
Isso pode acontecer como resultado de alterações hormonais, que diminuem a produção espermática, alterações nas condições físicas do interior da bolsa escrotal, como na varicocele, ou como sequela de ISTs e inflamações testiculares.
No casos de varicocele, a primeira abordagem normalmente é a correção da varicocele, que cauteriza os vasos defeituosos e visa restabelecer as condições normais de temperatura e pressão no interior da bolsa escrotal – contudo, para a maior parte dos casos de infertilidade por azoospermia não obstrutiva, a reprodução assistida é indicada.
A FIV (fertilização in vitro) é considerada hoje a primeira abordagem para diversos casos de infertilidade masculina, especialmente aqueles causados por azoospermia não obstrutiva.
A indicação deve-se principalmente à possibilidade de realizar diferentes técnicas complementares para a recuperação espermática, imprescindíveis para viabilizar a coleta de gametas masculinos, o que não acontece nas demais técnicas – RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial).
As técnicas complementares utilizadas especificamente nesses casos, são a TESE e a Micro-TESE, que recuperam espermatozoides diretamente dos túbulos seminíferos, e são procedimento cirúrgicos.
Na TESE, a recuperação espermática é feita pela realização de uma biópsia do tecido testicular onde encontram-se os túbulos seminíferos. A coleta de material para biópsia demanda que os testículos sejam expostos, por isso é realizada uma incisão na bolsa escrotal, com objetivo de acessar essas estruturas.
A análise da biópsia é feita na mesma ocasião da coleta de material para esse procedimento e, por isso, pode ser repetido, inclusive no outro testículo, caso não sejam encontrados espermatozoides viáveis na primeira coleta.
O procedimento por trás da Micro-TESE é muito parecido com o que acontece na TESE, com o diferencial do uso de um microscópio cirúrgico, que permite a visualização mais detalhada dos túbulos seminíferos.
A necessidade de manipulação dos testículos para o uso do microscópio faz com que este procedimento seja, no entanto, mais complexo. Em alguns casos, usa-se anestesia geral, e por isso devem ser feitos em ambiente hospitalar.
A Micro-TESE é um procedimento mais preciso, se comparado à TESE, e é considerada uma evolução da primeira técnica, principalmente por possibilitar a coleta de um número mais expressivo de espermatozoides.
Esses procedimentos interferem nas taxas de sucesso da FIV?
Sim, todas as técnicas complementares de recuperação espermática têm a principal função ampliar a abrangência da técnica e aumentar as chances de gestação, por viabilizar a obtenção de espermatozoides saudáveis, nos casos de infertilidade masculina em que não é possível ter acesso às células reprodutivas pela amostra de sêmen, normalmente conseguida por masturbação.
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MaisA possibilidade do diagnóstico da infertilidade conjugal pode causar preocupação e apreensão aos casais que estão dando início às tentativas de engravidar – especialmente àqueles que vêm encontrando dificuldades nesse percurso. A infertilidade feminina participa da composição final do diagnóstico de infertilidade conjugal e pode […]
A possibilidade do diagnóstico da infertilidade conjugal pode causar preocupação e apreensão aos casais que estão dando início às tentativas de engravidar – especialmente àqueles que vêm encontrando dificuldades nesse percurso.
A infertilidade feminina participa da composição final do diagnóstico de infertilidade conjugal e pode estar associada a algumas doenças, dentre as quais destacamos a seguir as mais recorrentemente envolvidas nesses diagnósticos:
Apesar de relativamente desconhecida e, por isso, motivo de muitas dúvidas, a infertilidade conjugal – que reúne todos os motivos pelos quais um casal não consegue ter filhos – é uma condição bastante recorrente e estima-se que hoje cerca de 15% das pessoas, no mundo, possam ser diagnosticadas com infertilidade.
Este texto mostra alguns mitos que têm sido disseminados entre não especialistas em reprodução assistida, e que podem aumentar a apreensão das mulheres e casais sobre sua própria capacidade reprodutiva, ainda que não sejam verdadeiros.
Aproveite a leitura!
Esta afirmação até pode parecer verdadeira a princípio, afinal, a infertilidade é um diagnóstico dado justamente para pessoas que apresentam dificuldades para engravidar.
Um dos mitos embutidos nesta afirmação está em ignorar que, atualmente, muitas das doenças que oferecem riscos à função reprodutiva podem ser investigadas, e para muitas delas existem abordagens terapêuticas que podem reverter o quadro de infertilidade.
Além disso, há outro mito escondido nessa afirmação, que também exclui todas as possibilidades oferecidas pela medicina reprodutiva, através das técnicas de reprodução assistida, com intuito de auxiliar casais com dificuldades reprodutivas a ter filhos.
Hoje existem três principais técnicas de reprodução assistida – RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro) –, cujas indicações dependem principalmente da idade da mulher e das doenças e condições que levaram ao diagnóstico de infertilidade.
Durante muito tempo toda a responsabilidade pela concepção foi depositada sobre as mulheres e acreditou-se que apenas o corpo feminino poderia apresentar alterações e anomalias, com potencial para prejudicar o planejamento familiar e reprodutivo de um casal – o que é definitivamente um mito.
É comum, inclusive, encontrar estatísticas mais atuais, que apontam um envolvimento ligeiramente mais expressivo dos fatores masculinos, na composição da infertilidade conjugal, ainda que a distribuição das causas de infertilidade – por fator feminino ou masculino – seja bastante proporcional.
A função contraceptiva das diversas formas de evitar a gravidez não provoca infertilidade, apenas suspende a função reprodutiva das mulheres, e esse efeito acontece somente durante o tempo de uso dessa medicação.
É comum que o sistema reprodutivo leve algum tempo para se readaptar à ausência dos hormônios, mas a maior parte dos casais consegue engravidar nos 12 meses após a mulher parar com o tratamento contraceptivo.
Quando as dificuldades para engravidar extrapolam esse período, normalmente o casal apresenta algum tipo de comorbidade, que era desconhecida antes do uso dos contraceptivos, e pode ser identificada após os exames para a investigação da infertilidade.
O conceito oficial de infertilidade conjugal é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela comunidade médica internacional, e indica que pode ser considerado infértil o casal que, em idade reprodutiva e sexualmente ativo, não consegue chegar a uma gestação mesmo após 12 meses de tentativas, sem o uso de qualquer tipo de método contraceptivo.
A situação descrita acima normalmente é o que motiva o casal a buscar ajuda médica.
Por isso é importante lembrar que muitas das doenças que provocam infertilidade têm tratamento e, mesmo para os casos em que não é possível contornar as dificuldades reprodutivas causadas por essas comorbidades, a medicina oferece saída para praticamente todo tipo de demanda reprodutiva, inclusive a infertilidade feminina.
Acesse nosso conteúdo e leia mais sobre infertilidade feminina tocando neste link.
MaisO acompanhamento do período fértil, para aumentar ou diminuir as chances de que uma gravidez aconteça, é uma prática antiga – chamada popularmente de tabelinha. Contudo, por mais tradicional que a tabelinha seja, seus métodos não são exatos, o que pode provocar falhas. Isso porque […]
O acompanhamento do período fértil, para aumentar ou diminuir as chances de que uma gravidez aconteça, é uma prática antiga – chamada popularmente de tabelinha. Contudo, por mais tradicional que a tabelinha seja, seus métodos não são exatos, o que pode provocar falhas.
Isso porque o que chamamos período fértil corresponde ao processo de ovulação, cuja duração obedece a um certo padrão, porém existem variações que podem prejudicar os objetivos de controle reprodutivo que a tabelinha oferece.
A ovulação é definida como o momento em que o folículo ovariano dominante atinge o auge de seu desenvolvimento e crescimento, rompendo-se e liberando o oócito – gameta feminino – em direção às tubas uterinas, onde a fecundação pode acontecer.
Esse processo é mediado pela ação hormonal, orquestrado por substâncias produzidas no sistema nervoso central – GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) e as próprias gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante) – e nos ovários – estrogênios, progesterona e testosterona.
Assim, além das variações normais relativas à duração do período fértil, também alterações hormonais, provocadas por doenças, como a SOP (síndrome dos ovários policísticos), podem causar infertilidade feminina e afetar a capacidade de prever o período fértil.
Nos acompanhe na leitura do texto a seguir e entenda se é possível ou não engravidar fora do período fértil.
Para compreender melhor se é possível engravidar fora do período fértil, é preciso compreender de forma mais aprofundada como funciona o ciclo menstrual ou reprodutivo.
A fertilidade das mulheres acontece de forma cíclica, e ao contrário do sistema reprodutivo masculino, que produz espermatozoides a cada ejaculação, a mulher nasce com uma reserva ovariana limitada, que vai sendo consumida ao longo de sua vida, especialmente após a puberdade.
No início do ciclo reprodutivo, a ação das gonadotrofinas sobre os ovários passa a fazer o recrutamento de folículos ovarianos primários, para que se desenvolvam em folículos maduros e adequados para a ovulação.
Neste processo atuam também os estrogênios, produzidos pelos ovários, e a ovulação acontece quando este hormônio e as gonadotrofinas atingem um pico máximo de concentração, aproximadamente no 14º dia após o início do ciclo.
Neste momento, as fímbrias – trecho tubário conectado aos ovários – auxiliam a captação do oócito para que se dirija ao interior das tubas uterinas, local onde a fecundação normalmente acontece. O gameta feminino permanece no interior tubário por aproximadamente 24h.
Como é impossível determinar o momento exato da ovulação, principalmente porque a duração do ciclo reprodutivo é irregular e também varia entre as mulheres, considera-se o período fértil como o momento da ovulação, somado às 36h anteriores e posteriores a este evento.
A ovulação é, portanto, um dos processos fundamentais para a gravidez, pois sem ela a fecundação fica impossibilitada – a ausência de ovulação é uma das principais causas de infertilidade feminina.
Para que a fecundação aconteça por vias naturais, é necessário manter relações sexuais, sem o uso de contraceptivos ou preservativos de barreira – camisinhas masculina e feminina –, durante o período fértil, que permeia a ovulação.
A fecundação ocorre normalmente no interior das tubas uterinas, assim como os primeiros eventos envolvidos no desenvolvimento embrionário, que multiplicam a célula primordial (zigoto), formada pela fusão dos pronúcleos de óvulo e espermatozoide.
Aproximadamente entre o 5º e o 7º dias após a fecundação, o embrião dirige-se ao útero, dando início ao processo de implantação embrionária e à gestação em si.
Além das variações naturais no ciclo reprodutivo feminino, que podem tornar o período fértil relativamente imprevisível, o tempo de sobrevivência dos espermatozoides no interior do trato reprodutivo feminino também influencia nas possibilidade de gravidez.
É importante lembrar que o meio adequado para a sobrevivência dos gametas masculinos é alcalino (pH mais elevado), enquanto o meio ambiente do canal vaginal, útero e tubas uterinas é relativamente ácido (pH menor), o que limita o tempo de sobrevivência dos espermatozoides após a ejaculação numa relação sexual desprotegida.
Estas células tendem a sobreviver de 48h a 72h, aproximadamente, após sua entrada no corpo da mulher, normalmente alojadas nas próprias tubas uterinas.
Isso faz com que mesmo relações sexuais anteriores ao que delimitamos como período fértil possam resultar em gestação, já que o tempo de sobrevivência dos espermatozoides é maior que o dos oócitos, e estas células podem já estar presentes nas tubas pouco antes de a ovulação acontecer.
A resposta mais correta seria não, não é possível engravidar fora do período fértil. Contudo, o fato de a delimitação deste período ser bastante variável, as falhas neste cálculo fazem da tabelinha um procedimento de controle reprodutivo bastante falho.
Assim, mesmo acompanhando seu ciclo reprodutivo, a mulher pode engravidar também nos dias próximos ao período fértil, caso mantenha relações sexuais especialmente nos dias que antecedem o início deste período.
Aprenda a calcular seu período fértil tocando este link.
MaisO desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas que permitem a conservação de material biológico, sem que o próprio procedimento ofereça chances de danos celulares e funcionais, tem sido um desafio importante da biotecnologia, atualmente. Uma das principais dificuldades apresentadas pelas primeiras tentativas de criopreservação – ou […]
O desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas que permitem a conservação de material biológico, sem que o próprio procedimento ofereça chances de danos celulares e funcionais, tem sido um desafio importante da biotecnologia, atualmente.
Uma das principais dificuldades apresentadas pelas primeiras tentativas de criopreservação – ou a preservação de material biológico em baixíssimas temperaturas – era devida à formação de cristais de gelo no interior das células, que danificam as estruturas celulares, principalmente no momento do descongelamento.
Nesse sentido, a vitrificação é considerada uma das técnicas de criopreservação mais avançadas, e seu diferencial é unir uma dinâmica específica de redução da temperatura, ao uso de substâncias crioprotetoras, que diminuem as chances de formação de cristais de gelo.
A vitrificação trouxe a possibilidade de preservar diferentes tipos de material biológico por período de tempo indeterminado, e vem permitindo realizar a conservação de células reprodutivas, embriões, e outros tecidos envolvidos nos processos reprodutivos, com altas taxas de sobrevivência após o descongelamento – o que beneficia diversos casos de preservação da fertilidade e infertilidade conjugal.
Leia o texto e saiba mais sobre as mais atuais técnicas de criopreservação, especialmente para materiais biológicos destinados à reprodução assistida.
A criopreservação é literalmente a preservação de células e tecidos biológicos em temperaturas muito baixas, e normalmente acompanhados de substâncias crioprotetoras.
O congelamento leva o metabolismo celular a níveis mínimos e os crioprotetores auxiliam na inibição dos cristais de gelo, que podem resultar após o congelamento.
Essa combinação de fatores permite a restauração do metabolismo inicial das células após seu descongelamento, garantindo também sua integridade física e genética.
Atualmente, a técnica mais utilizada para criopreservação e também mais avançada é a vitrificação.
Para a vitrificação, adicionam-se crioprotetores ao material biológico a ser congelado, é feito o congelamento direto em nitrogênio líquido a uma temperatura de 196 ºC negativos e, por fim, armazena-se esse material em tanques de nitrogênio líquido. Dessa maneira, evita-se ao máximo a formação de cristais de gelo e danos às células.
Uma das principais e mais bem-sucedidas aplicações da criopreservação é o congelamento de células reprodutivas, que atualmente podem ser espermatozoides, oócitos, embriões e até mesmo porções de tecido ovariano (essa técnica ainda é experimental), com objetivo de uso para tratamentos com reprodução assistida, após o descongelamento.
Dependendo do material preservado e dos objetivos do tratamento, a criopreservação pode ser útil para duas técnicas de reprodução assistida: a FIV (fertilização in vitro) e a IA (inseminação artificial).
Conheça algumas das principais aplicações da criopreservação, na área da medicina reprodutiva:
Na preservação social da fertilidade o objetivo é submeter à vitrificação um número máximo possível de gametas, coletados preferencialmente antes dos 35 anos, quando estão mais íntegros, física e geneticamente.
A principal indicação é feita às mulheres, pois a fertilidade feminina tende a diminuir com o tempo, já que a reserva ovariana é limitada, chegando ao fim nas proximidades da menopausa – mas também é possível ser realizada por homens.
Após a preservação social da fertilidade, os gametas femininos podem ser descongelados assim que a mulher decide engravidar, e a fecundação acontece obrigatoriamente por FIV.
Nos casos de preservação social da fertilidade realizada por homens, a IA também é uma possibilidade de conseguir a gestação a partir de sêmen criopreservado.
Os danos que os tratamentos oncológicos causam à fertilidade de homens e mulheres são bastante conhecidos, e a preservação oncológica da fertilidade busca minimizar as consequências desses efeitos colaterais, possibilitando a coleta e congelamento de gametas masculinos e femininos, antes que os tratamentos oncológicos tenham início.
De forma semelhante ao que acontece na preservação social da fertilidade, as células reprodutivas permanecem criopreservadas até que o tratamento para o câncer tenha fim, e podem ser descongeladas e utilizadas para reprodução assim que a pessoa desejar.
Outra semelhança com a preservação social da fertilidade é que a gestação após o descongelamento só pode ser conseguida por FIV, quando os gametas congelados são femininos, e para os homens, ambas as técnicas – FIV e IA – podem ser utilizadas.
A regulamentação sobre a doação de gametas e embriões é feita atualmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece critérios éticos e científicos para esse procedimento.
As tecnologias de criopreservação foram fundamentais para viabilizar a doação de espermatozoides, oócitos e embriões, já que esse material precisa ficar armazenado enquanto espera um receptor adequado.
Nestes casos, a doação de sêmen pode ser destinada à fecundação por IA e FIV, enquanto a FIV é a única técnica capaz de promover a gestação com óvulos e embriões de doação.
Indicada especialmente para casais em que o endométrio da mulher não está preparado para receber os embriões durante o tratamento da FIV, o freeze-all é o congelamento dos embriões viáveis conseguidos após a fertilização in vitro.
Este procedimento permite a realização do preparo endometrial com auxílio de medicamentos à base de hormônios, de forma controlada, e o monitoramento deste processo mostra qual o melhor momento para realizar a transferência embrionária, diminuindo as chances de falhas na implantação. Neste momento os embriões são descongelados e transferidos para o interior da cavidade uterina.
Esta é provavelmente a forma mais frequente de uso da criopreservação na reprodução assistida, já que a maior parte dos tratamentos com FIV obtém mais embriões do que aqueles que serão transferidos para o útero.
Isso acontece porque durante o cultivo embrionário deve ser realizada uma seleção dos mais aptos, com objetivo de melhorar as chances de o tratamento resultar em uma gestação que chegue a termo.
Após os tratamentos com FIV todos os embriões excedentes, ou seja, que não foram transferidos, devem ser congelados e armazenados em bancos de células germinativas, podendo ser utilizados pelo casal mais tarde, doados ou descartados.
Recentemente, o CFM reduziu o tempo mínimo para o descarte desses embriões, de cinco para três anos.
Leia mais sobre criopreservação tocando nosso link.
MaisPara que a fecundação ocorra – e consequentemente a gestação e o bom desempenho da função reprodutiva – é preciso que o encontro entre os gametas masculino e feminino aconteça sem maiores intercorrências. A ausência de um dos gametas inviabiliza a fecundação e pode ser […]
Para que a fecundação ocorra – e consequentemente a gestação e o bom desempenho da função reprodutiva – é preciso que o encontro entre os gametas masculino e feminino aconteça sem maiores intercorrências.
A ausência de um dos gametas inviabiliza a fecundação e pode ser motivo para o diagnóstico de infertilidade conjugal.
Nestes casos, é preciso identificar as alterações envolvidas nessa ausência para delinear os melhores tratamentos, inclusive a escolha das técnicas mais adequadas de reprodução assistida.
PESA e MESA são técnicas complementares à FIV (fertilização in vitro) destinadas ao tratamento de formas específicas de infertilidade masculina severa.
Acompanhe a leitura deste texto e conheça melhor as técnicas de recuperação espermática indicadas para principalmente para os casos infertilidade por azoospermia obstrutiva.
São chamados gametas as células reprodutivas de homens e mulheres – respectivamente espermatozoides e oócitos – que se unem para formar um novo ser humano, num processo denominado fecundação.
A fecundação por vias naturais acontece normalmente no interior das tubas uterinas, após uma relação sexual sem o uso de preservativos e contraceptivos, e que ocorra durante o período fértil da mulher.
Para que a fecundação aconteça é fundamental que tanto os processos de formação e amadurecimento dos gametas, quanto o trajeto percorrido por eles para que se encontrem, estejam perfeitamente íntegros.
O que é infertilidade masculina?
A infertilidade masculina pode ser diagnosticada quando são identificados problemas na formação do sêmen e dos espermatozoides, bem como a presença de obstruções no trajeto percorrido por eles durante a ejaculação.
A gravidade do quadro de infertilidade pode ser mensurada com a observação da quantidade e concentração de espermatozoides no sêmen, bem como sua qualidade e estabilidade genética.
As principais alterações espermáticas envolvidas nos quadros de infertilidade masculina são:
Todas as alterações mencionadas podem ser provocadas por problemas na formação dos espermatozoides, sejam eles decorrentes de falhas na produção dessas células (azoospermia e teratozoospermia), ou de problemas epididimários para aquisição de motilidade (astenozoospermia).
A azoospermia pode também ser causada por motivos obstrutivos, quando aderências ou cicatrizes, normalmente localizadas nos epidídimos ou túbulos seminíferos, impedem a passagem dos espermatozoides, que não chegam a compor o sêmen.
Entre as principais causas de azoospermia obstrutiva, as seguintes se destacam por sua frequência:
A maior parte dos casos de infertilidade masculina por azoospermia obstrutiva é permanente e só podem ser abordados pela reprodução assistida.
Entre as técnicas disponíveis, a FIV (fertilização in vitro) é a única indicação possível, já que apenas nesta técnica é possível utilizar as técnicas complementares para recuperação espermática, PESA e MESA.
Na recuperação espermática, diferentes procedimentos podem ser realizados para acessar os espermatozoides em trechos anteriores ao seu encontro com os líquidos glandulares, que compõem o sêmen.
Outras técnicas de recuperação espermática podem também ser indicadas para azoospermia não obstrutiva, como TESE e micro–TESE.
Nesta técnica complementar os espermatozoides são recuperados por punção, diretamente nos epidídimos. O procedimento é simples, realizado com a introdução de uma agulha especial até o interior dos epidídimos, capaz de coletar o material ali contido.
A punção não demanda internação nem a abertura de cortes para acessar os testículos, por isso pode ser realizada em ambiente ambulatorial, com anestesia local e sedação.
É importante saber que, mesmo quando o líquido epididimário puncionado pela primeira vez não contém espermatozoides, é comum que o procedimento seja repetido até que os gametas sejam encontrados.
Mais complexa que a PESA, esta técnica complementar precisa ser realizada em ambiente hospitalar, já que a anestesia geral também é uma opção além da local, e demandando tempo de recuperação pós-operatório.
Com auxílio de um microscópio cirúrgico, os epidídimos são observados com um nível de detalhes muito maior, o que torna possível localizar trechos com maiores concentrações maior de espermatozoides.
Apesar de ser um procedimento mais complexo e invasivo, a vantagem da MESA é que pode ser realizado uma única vez, sem a necessidade de repetição.
As técnicas de PESA e MESA só podem ser utilizadas pela FIV, já que esta é o único procedimento que permite a fecundação fora do corpo da mulher, a partir de gametas coletados previamente.
A aplicação destes procedimentos é feita na etapa de coleta de gametas, que antecede a fertilização in vitro. Após a recuperação espermática, a fecundação pode ser realizada por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que um único gameta masculino é introduzido no interior do oócito, com auxílio de uma agulha.
Como mencionamos, as indicações de PESA e MESA são feitas para os casos de infertilidade masculina por azoospermia obstrutiva, já que estas técnicas aumentam as chances de gestação, nestes casos.
Toque neste link e leia mais sobre recuperação espermática.
MaisA fertilidade das mulheres depende de alguns fatores fundamentais e a receptividade endometrial – processo pelo qual o endométrio, camada de revestimento da cavidade uterina, torna-se pronto para receber um possível embrião – é um deles. Todos os eventos do ciclo reprodutivo são coordenados por […]
A fertilidade das mulheres depende de alguns fatores fundamentais e a receptividade endometrial – processo pelo qual o endométrio, camada de revestimento da cavidade uterina, torna-se pronto para receber um possível embrião – é um deles.
Todos os eventos do ciclo reprodutivo são coordenados por uma dinâmica hormonal específica, que é resultado da interação entre o sistema nervoso central e o sistema reprodutivo. Sob a ação das gonadotrofinas hipofisárias, os ovários produzem estrogênio, que induz o espessamento do endométrio e participa também da ovulação.
Após a ovulação, as células foliculares resquiciais permanecem no útero e produzem progesterona, que também atua no útero, equilibrando a ação estrogênica sobre o endométrio e completando o preparo endometrial.
Quando esse processo ocorre normalmente o endométrio torna-se apto para receber o embrião. Contudo, se o preparo endometrial não for adequado, mesmo que a fecundação seja bem-sucedida, a mulher pode perder a gestação por falhas na implantação.
Acompanhe a leitura do texto a seguir e entenda melhor como isso acontece.
Apesar de a fecundação acontecer no interior das tubas uterinas, com a união entre óvulo e espermatozoide, a gestação só começa quando o embrião consegue fixar-se no endométrio, processo chamado implantação embrionária, nidação ou simplesmente fixação, que ocorre de 5 a 7 dias após a fecundação.
Para entender melhor em que contexto a implantação embrionária acontece, vamos observar mais de perto cada acontecimento envolvido na gestação.
São chamados gametas as células reprodutivas de homens e mulheres, respectivamente espermatozoides e óvulos. Enquanto os espermatozoides são produzidos nos testículos de forma contínua após a puberdade, os folículos, que contém os óvulos, são armazenados nos ovários durante o período pré-natal e amadurecem de forma cíclica entre a puberdade e a menopausa.
A fecundação ocorre por vias naturais quando as relações sexuais acontecem durante o período fértil da mulher, sem o uso de preservativos de barreira ou outros métodos contraceptivos.
Durante a ovulação o óvulo é liberado em direção às tubas uterinas onde permanece disponível para fecundação por cerca de 24h. Após a ejaculação, os espermatozoides precisam atravessar o canal vaginal, o colo do útero e boa parte desse órgão, até atingirem as tubas uterinas para encontrar o óvulo.
Apenas um espermatozoide consegue penetrar no óvulo, ocasionando a fusão dos pronúcleos, formando o núcleo da primeira célula do futuro embrião: o zigoto. Esta célula dá início a sucessivos processos de multiplicação e divisão celular, que aumentam a quantidade de células do zigoto, compondo o embrião.
Aproximadamente no 3º dia de divisão celular, o embrião atinge o estágio de mórula, com as células aderidas umas às outras, de aparência semelhante à uma amora. O embrião é conduzido pelas tubas ao interior da cavidade uterina, onde deve buscar o local mais adequado para realizar a implantação embrionária.
Quando chega ao útero, atinge o estágio de blastocisto, em que já se observa a polarização das células do embrião, que se separam das responsáveis por formar os anexos embrionários – placenta, cordão umbilical e líquido amniótico –, embora todo o conjunto celular ainda esteja abrigado pela zona pelúcida.
Nesse momento a zona pelúcida se rompe, processo chamado hatching: as células embrionárias e dos anexos se infiltram no endométrio, fixando o embrião no tecido, iniciando a gestação.
As falhas na implantação embrionária acontecem quando, mesmo após uma fecundação normal e a chegada ao útero, o embrião não consegue realizar o processo completo de nidação e fixar-se no endométrio, impedindo o início da gestação.
Quando a mulher está tentando engravidar por vias naturais, é comum que as perdas gestacionais consequentes de falhas na implantação embrionária não sejam notadas, e o insucesso geralmente tende a ser atribuído às dificuldades na fecundação.
Em outros casos, a gestação tem início, mas a mulher perde o bebê de forma precoce e recorrente, demonstrando um quadro de abortamento de repetição.
Se a mulher está em tratamento por técnicas de reprodução assistida, as falhas de implantação podem ser mais bem relatadas, já que todo o processo reprodutivo está sendo acompanhado e monitorado por ultrassonografia transvaginal.
As principais causas de falhas no processo de implantação são:
Mulheres com mais de 35 anos ou que estejam próximas à menopausa, têm mais chance de gerar embriões com erros genéticos que inviabilizam a gestação e o próprio desenvolvimento embrionário e fetal.
As alterações no número de cromossomos estão entre as principais causas de falhas na implantação e gestações inviáveis. Normalmente são resultado do envelhecimento ou de erros durante a divisão celular no processo de formação dos gametas, óvulos e espermatozoides (gametogênese), ou do embrião.
A espessura da zona pelúcida, que envolve inicialmente o óvulo e permanece mantendo as células embrionárias unidas até a implantação, também é influenciada pela idade da mulher, tornando-se mais densa com o envelhecimento.
Nesses casos, a falha na implantação acontece porque o embrião não consegue realizar o hatching, ou seja, romper a zona pelúcida para implantar no endométrio e dar início à gestação.
As falhas de implantação embrionária que resultam de problemas na interação entre o endométrio e o embrião podem estar também relacionadas a alterações imunológicas: as células de defesa do organismo feminino rejeitam o embrião por reconhecê-lo como um corpo estranho, levando ao abortamento espontâneo.
As perdas gestacionais por falhas na implantação embrionária decorrentes de problemas com a receptividade endometrial, normalmente estão relacionadas a doenças e condições que provocam alterações metabólicas e endócrinas.
Doenças como miomas uterinos, pólipos endometriais, endometriose e adenomiose, ou que afetam a integridade do endométrio, como a endometrite, comprometem a composição celular e bioquímica , dificultando a fixação do embrião e aumentando as chances de perda gestacional precoce.
Algumas doenças, entre as mencionadas anteriormente, têm tratamentos primários, medicamentosos e cirúrgicos, que em muitos casos conseguem restaurar a fertilidade da mulher.
Contudo, quando mesmo após os tratamentos a mulher continua encontrando dificuldade para engravidar, ou se as falhas de implantação já se manifestam durante os tratamentos com reprodução assistida, as abordagens devem ser repensadas.
A FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais indicada para os casos de infertilidade feminina por falhas na implantação embrionária, principalmente porque permite o hatching assistido e a criopreservação dos embriões, para que a transferência seja feita somente com o útero adequadamente preparado.
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MaisUma das principais formas de contaminação das diversas estruturas que compõem o sistema reprodutivo de homens e mulheres é a via sexual, quando as relações sexuais acontecem sem o uso dos preservativos de barreira – as camisinhas masculina e feminina. As DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) […]
Uma das principais formas de contaminação das diversas estruturas que compõem o sistema reprodutivo de homens e mulheres é a via sexual, quando as relações sexuais acontecem sem o uso dos preservativos de barreira – as camisinhas masculina e feminina.
As DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) são provocadas pelo contato com microrganismos como bactérias, fungos, vírus e protozoários. As infecções podem ou não manifestar sintomas, mas oferecem sempre riscos de comprometimento das funções e da anatomia dos órgãos e estruturas acometidas, provocando inclusive infertilidade.
A clamídia, umas das DSTs mais prevalentes em homens e mulheres sexualmente ativos no mundo, é um exemplo de infecção majoritariamente assintomática. A ausência de sintomas facilita a transmissão da doença, já que nem sempre o portador tem consciência de sua condição, além de dificultar o diagnóstico precoce pela demora em buscar atendimento médico.
O texto a seguir mostra como é feito o diagnóstico de clamídia e os principais exames envolvidos nesse processo.
Boa leitura!
A clamídia é uma das DSTs mais prevalentes na população em idade reprodutiva, especialmente entre homens e mulheres sexualmente ativos, de 15 a 44 anos.
A doença é consequência do contato com a bactéria Chlamydia trachomatis, que pode acontecer por vias sexuais, embora a transmissão vertical, durante o parto, também seja possível.
Além da clamídia, a contaminação por outras bactérias pode provocar DTS, como:
A maior parte das DSTs bacterianas pode exibir sintomas semelhantes, como veremos a seguir.
Assim como a maioria das doenças, o diagnóstico para clamídia começa com a abordagem dos sintomas relatados, embora a suspeita possa surgir somente quando homens e mulheres encontram dificuldades para ter filhos, já que a clamídia geralmente é assintomática.
Se manifestar sintomas, os principais em homens e mulheres são:
Quando homens e mulheres buscam atendimento médico em função de qualquer um dos sintomas mencionados, a primeira consulta inclui também a abordagem do histórico de saúde individual, em busca de outros casos de DSTs anteriores, além do exame físico.
No exame físico masculino observa-se alterações nos órgãos genitais, tais como aumento do volume e da sensibilidade testicular, alterações visíveis na superfície da glande e a presença de secreção saindo pela uretra.
No caso das mulheres, é realizada a palpação interna e externa do abdômen pélvico e, com auxílio do espéculo, avaliado o canal vaginal e o colo do útero em busca de secreções e mesmo lesões mais visíveis.
O diagnóstico, porém, só é confirmado por exames laboratoriais, especialmente porque a maior parte das DSTs manifesta sintomas semelhantes aos provocados pela clamídia, e a determinação precisa do agente microbiano responsável pelas alterações encontradas no exame físico é fundamental para a definição do tratamento mais adequado.
De forma geral, o diagnóstico da clamídia pode ser feito por três tipos de exames laboratoriais: cultura de material biológico, exame de sangue e por PCR (reação em cadeia da polimerase). Durante o exame físico na primeira consulta pode ser realizada uma raspagem do canal vaginal e colo do útero ou a coleta da secreção expelida pela uretra, no caso dos homens, este material é enviado para o laboratório.
A cultura desse material biológico passa por diversos testes que identificam os microrganismos presentes na secreção e, consequentemente, no trato reprodutivo.
O exame de sangue busca avaliar a presença de anticorpos específicos para clamídia. Quando esses anticorpos são encontrados, isso significa que a pessoa teve contato com a doença, mesmo que não exista qualquer manifestação evidente de sintomas.
Já o PCR, considerado hoje uma metodologia mais precisa e acessível, pode ser realizado com uma amostra de urina, sem dispensar o primeiro jato, embora também seja possível fazer o PCR com uma amostra de material biológico, semelhante ao mencionado no exame de cultura.
Neste, há verificação de material genético da própria bactéria no material coletado, confirmando a infecção.
Uma das vantagens do PCR é que ele pode constatar a presença da clamídia mesmo em casos assintomáticos e com mais precisão que os demais procedimentos.
A clamídia é uma doença infecciosa e, como tal, um dos maiores perigos da ausência de tratamento é a expansão da infecção, que pode atingir outros órgãos e estruturas da cavidade pélvica e do corpo como um todo.
As principais consequências da clamídia, na ausência ou atraso do tratamento, são:
Em alguns casos, as regiões afetadas pela bactéria podem exibir lesões em forma de cicatrizes, as chamadas aderências, mesmo após a erradicação. Dependendo das estruturas envolvidas, a fertilidade de homens e mulheres pode ser severamente prejudicada.
Por ser uma infecção bacteriana, o tratamento é feito exclusivamente com antibióticos específicos, que podem ser administrados por via oral ou intravenosa (nos casos mais graves), em dose única ou no tratamento continuado, durante alguns dias.
É importante que as parcerias sexuais sejam também testadas e tratadas de forma preventiva e que o casal se abstenha de relações sexuais durante o tratamento.
O último passo é a realização de novos exames para confirmar a erradicação da bactéria.
A reprodução assistida é recomendada quando homens e mulheres continuam apresentando dificuldades para engravidar, mesmo após o fim dos tratamentos antibióticos e a confirmação da cura.
Nesses casos, a infertilidade normalmente é provocada por obstruções nos epidídimos, que geram um quadro de azoospermia obstrutiva, e nas mulheres, como consequência de cicatrizes, que bloqueiam as tubas uterinas ou alteram a receptividade endometrial.
Entre as técnicas de reprodução assistida disponíveis, a FIV (fertilização in vitro) é a mais indicada. Na FIV é possível conseguir espermatozoides por recuperação espermática, quando são coletados diretamente dos testículos e epidídimos. Enquanto a coleta de folículos é feita por aspiração folicular, diretamente nos ovários.
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