Art Fértil
Mioma: veja como é feito o diagnóstico

O desenvolvimento de miomas uterinos ocorre por diversos fatores, incluindo aspectos genéticos e quadros prévios de distúrbios hormonais. São tumores benignos, que afetam o miométrio e podem se instalar em diferentes partes do útero. O tamanho, localização e a forma de crescimento são fatores que […]

O desenvolvimento de miomas uterinos ocorre por diversos fatores, incluindo aspectos genéticos e quadros prévios de distúrbios hormonais. São tumores benignos, que afetam o miométrio e podem se instalar em diferentes partes do útero.

O tamanho, localização e a forma de crescimento são fatores que determinam a gravidade da doença e sua influência sobre a fertilidade, a ocorrência de partos prematuros e até mesmo abortos espontâneos.

Há diferentes tipos de miomas e cada um afeta de forma diversa a qualidade de vida da mulher, principalmente por se desenvolverem majoritariamente na fase reprodutiva.

Neste texto falaremos sobre como é feito o diagnóstico dos miomas e sua importância para o direcionamento correto do tratamento, principalmente para as mulheres que desejam engravidar e recebem indicação para reprodução assistida.

Quais são os tipos e miomas e os seus sintomas?

Os miomas são identificados de acordo com a localização nas camadas do útero, critério que também influencia nos possíveis sintomas apresentados pelas mulheres portadoras. Por ser uma doença com muitas variáveis e na maioria dos casos assintomática, o tratamento deve ser individualizado.

É necessário um bom diagnóstico para que seja possível realizar procedimentos de reprodução assistida mais adequados para cada caso. Vamos conhecer melhor os tipos de miomas.

Miomas intramurais

O crescimento ocorre no miométrio, camada intermediária do útero, e os tumores podem ter tamanhos diversos, variando de milímetro até centímetros. Os sintomas específicos desse tipo de mioma são aumento no volume do sangramento menstrual e cólicas severas.

Podem interferir na elasticidade do útero durante a gestação e levar ao parto prematuro e perda gestacional.

Miomas subserosos

São miomas que se desenvolvem na camada serosa do útero, em contato com o peritônio e demais estruturas da cavidade pélvica. Como o desenvolvimento ocorre em um espaço maior, conseguem atingir grandes dimensões causando compressões em outros órgãos como os intestinos e a bexiga.

Quando atingem dimensões aumentadas, irão apresentar sintomas como alterações intestinais, necessidade constante de urinar e o inchaço na região abdominal.

Os miomas subserosos normalmente não são causas de infertilidade.

Miomas submucosos

Os miomas submucosos se desenvolvem aderidos ao endométrio, camada que reveste a cavidade uterina. Como essa camada está em contato direto com a placenta e é onde ocorre a implantação embrionária, os miomas submucosos podem provocar falhas na implantação do embrião, levando a abortos espontâneos, ou outras complicações na gravidez, como o deslocamento da placenta, partos prematuros e até mesmo hemorragia pós-parto.

O principal sintoma são as cólicas severas e sangramentos abundantes durante a menstruação e entre os períodos menstruais.

Como é feito o diagnóstico dos miomas uterinos?

O diagnóstico de mioma passa por alguns processos até a sua confirmação e tratamento. A confirmação do diagnóstico é feita por exames de imagem, que além de descartar outras possíveis doenças com sintomas similares, como os pólipos endometriais e a endometriose, localiza e determina o tamanho do mioma. Essas informações são fundamentais para a definição do tratamento.

Os exames de imagens mais realizados são:

  1. Ultrassonografia transvaginal: permite a identificação e localização dos miomas;
  2. Histerossonografia: é uma ultrassonografia realizada com a expansão da cavidade uterina por soro fisiológico, melhorando a visualização para localizar os miomas;
  3. Ressonância magnética: permite a identificação mais detalhada da cavidade uterina, podendo auxiliar no diagnóstico de todos os tipos de miomas;
  4. Histeroscopia ambulatorial: exame minimamente invasivo, que utiliza uma câmera acoplada em um histeroscópio e transmite as imagens em tempo real para um monitor, permitindo a avaliação mais direta da cavidade uterina.

Após os resultados dos exames e do diagnóstico, é definida a abordagem terapêutica adequada para cada caso, considerando principalmente a vontade de engravidar no momento, a severidade dos sintomas, além do tamanho e localização.

Caso os miomas sejam assintomáticos e não causem infertilidade, a conduta é expectante.

Quando os sintomas são leves, o tratamento hormonal poderá ser indicado, sendo capaz de reduzir os sintomas.

Em casos mais graves e quando as mulheres apresentam dificuldades para engravidar, a intervenção cirúrgica poderá ser uma opção. A cirurgia é chamada miomectomia, realizada de forma minimamente invasiva, por videolaparoscopia ou histeroscopia cirúrgica.

Tratamentos para miomas e reprodução assistida

Como vimos, o tratamento mais adequado depende de um diagnóstico preciso, com critérios de localização, tamanho e grau de severidade dos sintomas.

O tratamento hormonal é muito utilizado para a redução do tamanho dos miomas e controle dos sintomas, porém, para mulheres que ainda pretendem engravidar é preciso ter cuidado e acompanhamento, já que após a interrupção do tratamento hormonal o mioma pode voltar a crescer.

As mulheres com sintomas graves que não desejam engravidar podem optar pela histerectomia, onde o útero é parcial ou totalmente removido, contudo, essa é a última abordagem sempre.

Para mulheres que desejam engravidar e sofrem com miomas, além da miomectomia é possível realizar outros tratamentos, como a embolização.

A embolização da artéria uterina é um procedimento não cirúrgico em que há uma injeção de substâncias que obstruem o fluxo de sangue responsável pela alimentação dos miomas e, dessa forma, levam à redução das dimensões dos tumores.

Durante o próprio diagnóstico também é possível que os miomas sejam retirados, caso sejam acessíveis e pouco numerosos. A prática, conhecida como see and treat (ver e tratar), é realizada em algumas técnicas, incluindo a histeroscopia ambulatorial.

As chances de gravidez após o tratamento são boas, porém, caso não seja possível por meios naturais, a FIV (fertilização in vitro) é a técnica mais recomendada em casos de infertilidade causada por miomas.

O processo de fecundação do óvulo e espermatozoides na FIV ocorre em laboratório e os embriões são transferidos posteriormente para o útero, contornando eventuais problemas causados por obstruções tubárias em decorrência de miomas.

Quer saber mais sobre miomas uterinos? Acesse outro texto aqui.

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Clamídia: tratamento e reprodução assistida

A clamídia é uma IST (infecção sexualmente transmissível) causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e a sua infecção é mais comum do que se imagina. Essa condição afeta tanto homens quanto mulheres, embora seja mais recorrente entre mulheres jovens, com menos de 25 anos e com […]

A clamídia é uma IST (infecção sexualmente transmissível) causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e a sua infecção é mais comum do que se imagina. Essa condição afeta tanto homens quanto mulheres, embora seja mais recorrente entre mulheres jovens, com menos de 25 anos e com uma vida sexual ativa.

Como na maioria das vezes os portadores são assintomáticos, a ausência de sinais que indicam a infecção dificulta o diagnóstico precoce. Quando tratada tardiamente pode trazer complicações sérias para a saúde masculina e feminina, como a infertilidade.

Neste texto, abordaremos os principais sintomas da infecção por clamídia para ambos os sexos, os exames utilizados no diagnóstico e os tratamentos disponíveis, incluindo as técnicas de reprodução assistida.

Como a contaminação ocorre e quais são os sintomas da clamídia?

A clamídia é uma doença geralmente silenciosa, cuja contaminação ocorre quando há relação sexual (vaginal, anal ou oral) sem o uso adequado de preservativos de barreira, além da possibilidade de contaminação transversal, entre a mãe e o bebê, durante o parto.

Quando sintomática, os sintomas mais comuns para homens e mulheres são dor ao urinar, presença de secreção vaginal e peniana, além do aumento na frequência de micção.

Como sintomas específicos das mulheres, podemos mencionar:

  • Sangramentos entre os períodos menstruais;
  • Dispareunia;

No caso dos homens, os sintomas específicos são:

  • Dor e sensibilidade testicular;
  • Irritação na região do ânus;
  • Sangramento retal;

Como é feito o diagnóstico da clamídia?

Apesar de a maioria dos diagnósticos serem feitos tardiamente pela ausência ou demora na manifestação dos sintomas, ele é simples e pode ser feito em exames de rotina.

Nas mulheres é possível verificar a presença de secreção atípica durante o exame clínico da primeira consulta, ou de infeção pelo Papanicolau, quando não há sintomas.

Caso exista suspeita, amostras são coletadas e encaminhadas a um laboratório para checar a presença de bactérias e confirmar o tipo. Se o resultado for positivo, é necessário começar o tratamento mesmo se a pessoa estiver assintomática.

Em mulheres grávidas o diagnóstico pode ser feito durante o pré natal, pelos mesmos exames realizados na mulher que não está grávida.

No caso dos homens, é necessário colher uma amostra da secreção peniana e repetir o mesmo procedimento laboratorial. Se houver suspeita e ausência de sintomas, exames de sangue também podem indicar a presença da bactéria Chlamydia trachomatis.

Em ambos os casos, o parceiro ou parceira deverá realizar o exame e iniciar o tratamento.

Quais são as consequências da clamídia na ausência de tratamento?

A infecção por clamídia, quando não tratada adequadamente, pode causar inflamações no sistema reprodutivo de homens ou mulheres, e até mesmo nas crianças recém-nascidas.

Nas mulheres, as principais são consequência da DIP (doença inflamatória crônica), como endometrite, ooforite e salpingite.

Essas inflações podem afetar a fertilidade da mulher. A endometrite, do endométrio, o tecido que reveste a cavidade interna do útero, dificulta a fixação do embrião causando a interrupção da gravidez.

Enquanto na ooforite, dos ovários e na salpingite, das tubas uterinas, aderências comuns a processos inflamatórios podem impedir a liberação do óvulo ou a captação dele e, assim, a fecundação.

As mulheres com DIP também têm mais chances de passar por gravidez ectópica, quando o embrião realiza a implantação fora do útero, geralmente nas tubas uterinas, podendo levar à perda das tubas e até mesmo à morte.

Durante a gravidez a clamídia provoca, ainda, risco de partos prematuros, assim como a transmissão da mãe para os filhos ocasiona graves infecções nos bebês.

Já nos homens, os diagnósticos mais frequentes apontam prostatite, epididimite e orquite.

Quando a clamídia leva ao desenvolvimento de prostatite, inflamação da próstata, que participa da produção da parte líquida do sêmen, pode afetar a qualidade dele: o líquido prostático é responsável por proteger espermatozoides do ambiente ácido da vagina.

Se o resultado for epididimite, a inflamação no epidídimo, ducto responsável pelo armazenamento, nutrição e transporte dos espermatozoides, as aderências podem causar obstruções impedindo o transporte para fecundar o óvulo, levando à azoospermia obstrutiva.

A orquite, por outro lado, inflamação testicular, causa danos e alterações na produção dos espermatozoides.

Como é feito o tratamento para clamídia?

Assim como o diagnóstico, o tratamento é bem simples e feito por antibióticos receitados pelo médico. No caso das gestantes que são portadoras de clamídia os antibióticos são avaliados de acordo com cada caso e há um monitoramento especial durante o pré-natal e o parto.

Mesmo se o parceiro ou parceira não manifestar sintomas, deve realizar a investigação e tratamento para não haver risco de uma nova infecção. Durante o tratamento, o casal deve se abster das relações sexuais.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

A clamídia é responsável pela maioria dos casos de infertilidade por IST, tanto masculina, quanto feminina, principalmente quando diagnóstico e tratamento são tardios. Por poder causar sérios danos ao sistema reprodutor, caso necessário, o casal que deseja ter filhos pode conseguir realizar o sonho pela reprodução assistida.

Entre as técnicas disponíveis, a mais recomendada para esse tipo de situação é a FIV (fertilização in vitro), que realiza a fecundação em ambiente laboratorial e, posteriormente, a transferência dos embriões para o útero.

Toque no link para mais informações sobre a clamídia.

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Ultrassonografia pélvica transvaginal: veja quando ela é solicitada

A ultrassonografia é o exame de imagem mais utilizado no mundo. Por não ter nenhuma forma de radiação é seguro de ser realizado até em mulheres grávidas, sendo de grande utilidade para a visualização de órgãos internos. Devido a sua sensibilidade e especificidade, a ultrassonografia […]

A ultrassonografia é o exame de imagem mais utilizado no mundo. Por não ter nenhuma forma de radiação é seguro de ser realizado até em mulheres grávidas, sendo de grande utilidade para a visualização de órgãos internos.

Devido a sua sensibilidade e especificidade, a ultrassonografia pélvica é um exame de alta precisão e não invasivo, sendo, por isso, rotineiramente aplicado para a obtenção de diagnósticos sobre os órgãos do sistema reprodutivo.

Existem diversos tipos de ultrassonografia aplicada à ginecologia e reprodução assistida, sendo os mais comuns a ultrassonografia pélvica por via abdominal (suprapúbica) e a transvaginal.

Além de detectar doenças no aparelho reprodutor feminino, com a ultrassonografia pélvica transvaginal também é possível acompanhar a estimulação ovariana, etapa inicial de algumas técnicas de reprodução assistida.

No texto a seguir, mostramos quando a ultrassonografia pélvica transvaginal poderá ser solicitada na rotina de exames ginecológicos, no diagnóstico de doenças e qual a importância desse exame para a reprodução assistida.

Quando a ultrassonografia transvaginal é solicitada?

A ultrassonografia pélvica transvaginal permite uma melhor visualização da parte interna do sistema reprodutor feminino e, por isso, é considerada um complemento fundamental à ultrassonografia pélvica abdominal para o diagnóstico de diversas doenças.

Entre as identificadas pelo exame, destacamos os miomas uterinos, formações tumorais benignas, que se desenvolvem nas diferentes camadas do útero e podem causar infertilidade ou gestações de risco.

Alguns casos de endometriose, especialmente quando há presença de endometriomas, uma das causas mais comuns da infertilidade feminina por anovulação em função da formação de cistos nos ovários, também podem ser identificados pela ultrassonografia pélvica transvaginal, embora outros exames, como a ressonância magnética, possam ser indicados de forma complementar nesses casos.

A ultrassonografia pélvica transvaginal é utilizada ainda para identificar os casos de gestação ectópica, quando o embrião não chega ao útero e implanta fora da cavidade uterina, mais frequentemente nas tubas uterinas.

É particularmente útil no auxílio do tratamento para casos de infertilidade. Por ser um exame preciso e pouco invasivo, é possível investigar a anatomia do sistema reprodutor e averiguar se há malformações anatômicas. Dessa forma, o diagnóstico das causas da infertilidade é mais preciso e o melhor tratamento pode ser recomendado.

Como a ultrassonografia pélvica transvaginal é feita?

A ultrassonografia utiliza um aparelho chamado transdutor, que emite ondas sonoras em direção às estruturas que se deseja estudar acoplado a outro aparelho que registra o eco produzido pela colisão dessas ondas sonoras com as estruturas internas do corpo.

Esse aparelho realiza o mapeamento dos estímulos sonoros e os transforma em imagens, transmitidas para um monitor em tempo real.

Ao contrário da via abdominal, a transvaginal é interna, e a mulher deverá realizá-la normalmente com a bexiga vazia. O procedimento é feito em posição ginecológica e o transdutor, em formato adaptado, é inserido pela vagina.

É possível que a mulher sinta certo desconforto em função de inclinações e leves pressões, especialmente se existir alguma alteração na região pesquisada.

Antes da inserção o transdutor é coberto com um preservativo (camisinha) e recebe também um gel, responsável pela eliminação de ar, possibilitando por isso uma melhor condução das ondas sonoras e, consequentemente, imagens mais nítidas.

O procedimento é rápido e pode ser feito em laboratório ou até mesmo na clínica médica.

Quais são os diagnósticos que a ultrassonografia pélvica transvaginal pode auxiliar?

 

A ultrassonografia pélvica transvaginal pode auxiliar no diagnóstico de diversas doenças ginecológicas como:

  • DIP (doença inflamatória pélvica);
  • Salpingite (inflamação tubária);
  • Ooforite (inflamação ovariana);
  • Avaliação de malformações congênitas (útero didelfo e septado) ou adquiridas;
  • Endometriose;
  • SOP (síndrome dos ovários policísticos);
  • Miomas uterinos;
  • Pólipos endometriais;
  • Gravidez ectópica;
  • Avaliação de sangramentos pós-menopausa.

A ultrassonografia pélvica transvaginal também é utilizada para a inserção do DIU (dispositivo intrauterino), um dos métodos contraceptivos mais seguros e recomendados. O exame pode ser requerido, inclusive, ao longo do uso para o acompanhamento da saúde uterina, verificando se não há complicações ou alteração do posicionamento do DIU.

A retirada do DIU também é feita com o auxílio da ultrassonografia pélvica transvaginal.

Ultrassonografia pélvica transvaginal e reprodução assistida

A ultrassonografia pélvica transvaginal é um exame importante para o acompanhamento da reserva ovariana, atuando principalmente na etapa de contagem dos folículos antrais. A avaliação da reserva ovariana é fundamental para a reprodução assistida e investigações sobre a infertilidade feminina.

Esse exame também é utilizado no controle da ovulação, monitorando o desenvolvimento folicular durante a estimulação ovariana, primeira etapa da maioria das técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente.

Para saber mais sobre a ultrassonografia pélvica? Acesse o link.

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Pólipos endometriais: você sabe o que são e seus riscos?

A infertilidade feminina é um dos maiores problemas daquelas que desejam engravidar e suas causas são decorrentes de doenças que afetam o sistema reprodutivo das mulheres, como miomas uterinos, endometriose, ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) não tratadas e pólipos endometriais. As condições que determinam o desenvolvimento […]

A infertilidade feminina é um dos maiores problemas daquelas que desejam engravidar e suas causas são decorrentes de doenças que afetam o sistema reprodutivo das mulheres, como miomas uterinos, endometriose, ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) não tratadas e pólipos endometriais.

As condições que determinam o desenvolvimento dessas doenças podem estar envolvidas com fatores genéticos, alterações hormonais, diabetes, hipertensão e obesidade, além das relações sexuais sem proteção.

Neste texto focaremos no que são os pólipos endometriais e quais os seus riscos, especialmente na ausência de tratamento.

O que são pólipos endometriais?

Os pólipos endometriais são formações tumorais, em sua grande maioria benignas. Se desenvolvem pelo crescimento anormal das células do endométrio, formando corpos celulares que se fixam ao endométrio e crescem em direção à cavidade uterina.

Uma das consequências dos pólipos é a possibilidade de infertilidade por falha na receptividade endometrial, que dificulta a implantação do embrião e pode levar a perdas gestacionais.

Por ter sintomas similares a outras doenças ginecológicas, como miomas uterinos e endometriose, é necessário descartá-las.

Para isso, são realizados exames de imagem como a ultrassonografia pélvica transvaginal, histerossonografia – modalidade da ultrassonografia que utiliza soro fisiológico para expandir a cavidade uterina, obtendo imagens mais detalhadas –, ou até mesmo a ressonância magnética.

O desenvolvimento dos pólipos endometriais é mais comum em mulheres no climatério, porém pode ocorrer em mulheres na idade reprodutiva, especialmente aquelas que fazem uso de medicamentos para o câncer de mama e que já apresentaram outros distúrbios estrogênio-dependentes.

O endométrio é estimulado pela ação dos estrogênios, que aumenta a espessura do tecido preparando-o para o recebimento do embrião a cada ciclo menstrual. Na segunda metade do ciclo, a progesterona é produzida, e sua ação no endométrio controla a estrogênica, interrompendo a multiplicação celular e estratificando esse tecido.

Somente nesse momento o endométrio está completamente pronto para receber o embrião. Caso a fecundação não ocorra, descama, e isso provoca a menstruação.

O tecido que compõe os pólipos apresenta uma concentração muito baixa de receptores para progesterona, o que faz a ação do hormônio sobre os tumores ser bastante baixa. Assim, a estrogênica se torna predominante, levando ao crescimento dos pólipos.

Quais são os riscos se não houver tratamento?

Por serem pequenos tumores benignos, na maioria das vezes, conforme se desenvolvem podem causar incômodos, cólicas fortes e até mesmo sangramento uterino anormal (SUA). Em alguns casos a mulher pode ser assintomática e de forma bastante rara pode haver malignização.

O objetivo dos tratamentos varia desde o controle hormonal dos sintomas até a cirurgia – polipectomia. Caso não recebam o tratamento adequado, os pólipos endometriais podem levar à infertilidade.

A infertilidade em decorrência dos pólipos acomete mulheres em idade fértil, prejudica a implantação do embrião e pode levar a um quadro de aborto de repetição. Além disso, os pólipos também disparam processos inflamatórios no útero, que dificultam o transporte dos espermatozoides até as tubas uterinas para fecundar o óvulo.

Quais são os tratamentos para os pólipos endometriais?

Os tratamentos são variados de acordo com a gravidade do quadro e as características da mulher.

As que se encontram em idade reprodutiva e com pequenos pólipos benignos, podem apenas fazer o acompanhamento e, se necessário, utilizar medicação para o controle hormonal. Caso seja constatada a presença de pólipos maiores que 15mm, recomenda-se a cirurgia para a retirada e avaliação do tumor.

As mulheres que desejam engravidar também podem receber indicação para o procedimento cirúrgico.

Aquelas que já passaram pela menopausa necessitam de atenção especial, pois a chance de malignização dos pólipos nesses casos é maior. O tamanho, sintomas e a quantidade de massas tumorais são determinantes para a escolha do tratamento.

Às mulheres que pertencem ao grupo de risco – especialmente aquelas diagnosticadas com obesidade e câncer de mama – também se recomenda a cirurgia para evitar o agravamento do quadro.

A cirurgia de retirada dos pólipos é conhecida como polipectomia, um procedimento de baixa complexidade realizado por histeroscopia cirúrgica, técnica que utiliza um histeroscópio com uma câmera acoplada, o que permite a transmissão em tempo real e um acompanhamento mais detalhado.

Após a remoção, na maioria das vezes a fertilidade é restaurada e são altos os índices de mulheres que conseguem engravidar naturalmente.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

Embora o sucesso dos tratamentos para os pólipos endometriais seja alto, em alguns casos a mulher continua apresentando problemas para engravidar, mesmo após a remoção dos tumores.

Nesses casos, normalmente há indicação para reprodução assistida, especialmente para a FIV (fertilização in vitro), já que a técnica permite o congelamento dos embriões – freeze-all – e a realização de um preparo endometrial mais acurado, contando, inclusive, com medicação hormonal específica para isso.

Assim, os embriões somente são transferidos para o útero quando há melhor receptividade endometrial.

Às mulheres que não podem contar com seu útero para a gestação também podem optar pela cessão temporária de útero técnica complementar à FIV.

Quer saber mais sobre pólipos endometriais? Toque o link e acompanhe nosso blog.

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Hiperandrogenismo e SOP: qual a relação e quais são as consequências?

O hiperandrogenismo é um distúrbio hormonal relativamente comum, que atinge mulheres em idade reprodutiva e tem como característica principal o aumento excessivo na concentração de hormônios andrógenos, como a testosterona, principal hormônio sexual masculino. Esse distúrbio está relacionado à SOP (síndrome dos ovários policísticos) e […]

O hiperandrogenismo é um distúrbio hormonal relativamente comum, que atinge mulheres em idade reprodutiva e tem como característica principal o aumento excessivo na concentração de hormônios andrógenos, como a testosterona, principal hormônio sexual masculino.

Esse distúrbio está relacionado à SOP (síndrome dos ovários policísticos) e pode resultar em infertilidade feminina. As alterações na produção de hormônios andrógenos afetam diretamente o amadurecimento dos folículos, podendo levar à oligovulação e anovulação, que é a ausência de ciclos ovulatórios.

Outros sintomas comuns são o surgimento de traços masculinos, que podem causar problemas de autoestima, como:

  • Hirsutismo (crescimento de pelos em locais anormais, incluindo face e seios);
  • Aumento da massa muscular;
  • Engrossamento da voz;
  • Queda temporária de cabelo (alopecia);
  • Acne;

Embora os casos mais leves de SOP ainda permitam a gravidez por vias naturais, as mulheres portadoras da síndrome têm mais riscos de complicações durante a gravidez e abortamentos.

É comum que as mulheres que apresentam hiperandrogenismo tenham também resistência à insulina, hipertensão e obesidade.

Acompanhe a leitura do texto a seguir e conheça melhor a relação entre o hiperandrogenismo e a SOP, incluindo consequências como infertilidade feminina.

O que é SOP?

Durante um ciclo menstrual natural diversos folículos são recrutados para o amadurecimento, contudo apenas um conclui esse processo, atingindo a fase de ovulação.

Para isso, a hipófise, estimulada pelo hipotálamo, produz as gonadotrofinas LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante), que atuam diretamente nos ovários, levando à produção de testosterona e sua conversão em estrogênio. O pico de gonadotrofinas e estrogênio é responsável por disparar a ovulação.

Na SOP, a mulher apresenta alterações na produção de gonadotrofinas, que resultam em um acumulo da testosterona, que não é convertida em estrogênio, provocando também um rebaixamento desse hormônio.

O aumento da testosterona, associado à diminuição dos estrogênios pode impedir os folículos de desenvolver e amadurecer da forma correta e inibir a ovulação.

Os cistos, típicos da doença, são na realidade folículos que não se romperam e permanecem aderidos aos ovários, dando nome à síndrome.

Uma das hipóteses sobre as causas da SOP é a hereditariedade, já que mulheres diagnosticadas muitas vezes têm parentes de primeiro grau com a mesma enfermidade. A relação genética sugerida é poligênica, ou seja, além de controlar a produção de hormônios androgênios também está associado a outras alterações.

A relação da SOP com o hiperandrogenismo e a infertilidade feminina

O diagnóstico de SOP é um dos mais frequentes nas mulheres em idade reprodutiva, atingindo um percentual expressivo da população e os principais sintomas são a anovulação e amenorreia, presente em um percentual menor de mulheres e o hiperandrogenismo, que se manifesta na maioria.

Nos casos mais leves a ausência de ovulação pode acontecer em alguns ciclos menstruais e em outros não. Por essa razão, mesmo as mulheres que desenvolvem um quadro de hiperandrogenismo conseguem, ocasionalmente, engravidar.

Entre os diversos fatores que podem explicar a associação entre a infertilidade e o hiperandrogenismo, além das alterações nas gonadotrofinas, está a diminuição da produção hepática de uma proteína responsável pela ligação de esteroides sexuais, chamada SHBG.

Essa redução potencializa a circulação de testosterona livre (não ligada à proteína), que é mais ativa e aumenta as dificuldades na ovulação e hiperandrogenismo.

Como é feito o diagnóstico?

O hiperandrogenismo é um sintoma que deve ser observado para o diagnóstico da SOP, pois está incluso nos critérios de Roterdã, um documento que estabelece como o diagnóstico dessa síndrome deve ser feito.

Segundo este documento, a SOP é diagnosticada na presença de ao menos dois dos seguintes sintomas:

  • Anovulação;
  • Hiperandrogenismo (com comprovação bioquímica);
  • Cistos nos ovários.

Para verificar a quantidade e tamanho dos cistos e volume dos ovários, os exames mais comuns são: ultrassonografia pélvica transvaginal e ressonância magnética (RM), pois fornecem imagens mais detalhadas da situação ovariana, também excluindo outras condições com sintomas similares.

Os exames de imagem podem ser feitos em conjunto com os de sangue, para verificação das taxas hormonais. Com os resultados é possível definir o melhor tratamento, especialmente considerando as mulheres que desejam engravidar, para as quais normalmente é indicada a reprodução assistida.

A SOP não tem cura, o tratamento é individualizado e o seu objetivo é proporcionar uma melhor qualidade de vida para a mulher portadora, seja no controle dos sintomas do hiperandrogenismo, seja na reversão do quadro de infertilidade.

Um dos tratamentos mais recomendados para a diminuição dos sintomas hiperandrogênicos é o uso do anticoncepcional via oral.

Caso a mulher procure tratamento para a SOP em função da infertilidade, pois deseja engravidar naquele momento, algumas técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade podem ser indicadas, como a RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial).

Em casos mais complexos de SOP, ou de insucesso nas tentativas com essas técnicas, a FIV (fertilização in vitro) pode ser uma possibilidade eficiente e que conta com altas taxas de sucesso.

Busca mais informações sobre a SOP? Toque no link e leia mais.

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ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide): veja o que é

A FIV (fertilização in vitro) é o tratamento de reprodução assistida mais conhecido e um dos mais utilizados pela medicina reprodutiva desde a década de 1970, quando foi feito o primeiro procedimento de sucesso, na Inglaterra. A FIV é indicada para as mais diversas demandas […]

A FIV (fertilização in vitro) é o tratamento de reprodução assistida mais conhecido e um dos mais utilizados pela medicina reprodutiva desde a década de 1970, quando foi feito o primeiro procedimento de sucesso, na Inglaterra.

A FIV é indicada para as mais diversas demandas reprodutivas, incluindo as pessoas que desejam engravidar, mas possuem problemas relacionados à infertilidade. Na FIV, a fecundação do óvulo é feita de forma totalmente controlada, em laboratório, e os embriões são posteriormente transferidos para o útero da mulher.

Os tratamentos de reprodução avançaram nas últimas décadas e novas técnicas foram desenvolvidas, atuando como aliadas para solucionar problemas mais específicos que levam à infertilidade, como é o caso da ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).

Desenvolvida em 1992 e incorporada à FIV, é um método de fecundação que aumentou a probabilidade de mais óvulos serem fecundados, principalmente nos casos mais graves de infertilidade masculina.

O espermatozoide é a célula reprodutiva do sistema reprodutor masculino e é responsável pela fecundação do óvulo (gameta feminino).

A infertilidade masculina pode ter origem em diversas condições, que interferem no processo de produção dos gametas masculinos, na qualidade do fluído seminal ou até mesmo na anatomia dos espermatozoides, o que dificulta ou impossibilita a fecundação do óvulo.

Para entender um pouco mais sobre a ICSI, precisamos saber sobre o funcionamento da célula reprodutiva masculina e o mecanismo da técnica, observando, assim, a importância dela para o sucesso da gestação.

Neste texto vamos mostrar a importância da ICSI para casos graves de infertilidade masculina.

O que são espermatozoides?

As células reprodutivas masculinas são menores do que o óvulo e possuem uma anatomia alongada, com uma cabeça conectada a uma cauda, que o auxilia na propulsão. Milhões de espermatozoides são fabricados no testículo diariamente e, quando atingem a maturidade, ficam protegidos por um líquido, produzido pelas glândulas anexas ao sistema reprodutivo – próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais – durante a ejaculação.

Esse fluido é responsável por manter um pH alcalino e proteger os espermatozoides por dentro da vagina, que é mais ácida. Em uma ejaculação normal, são expelidos aproximadamente 50 milhões de espermatozoides e apenas 1 consegue fecundar o óvulo.

O que é a ICSI

A ICSI, ou simplesmente injeção intracitoplasmática de espermatozoide, é uma técnica para fecundação de um óvulo, previamente selecionado, por um espermatozoide, com o auxílio de um aparelho especial que introduz o gameta masculino no meio intracelular do gameta feminino.

Essa técnica proporciona um aumento nas possibilidades de fecundação para casais diagnosticados com problemas graves de infertilidade masculina.

Todos os procedimentos da FIV clássica e da FIV com ICSI são similares, a diferença consiste na forma de fecundação do óvulo e no processo de escolha do espermatozoide: além dos melhores serem selecionados pelo preparo seminal, cada espermatozoide é novamente avaliado individualmente, em movimento, por um microscópio potente e injetado apenas após ter a saúde confirmada.

Normalmente é indicada para casais com diagnóstico de azoospermia obstrutiva ou não obstrutiva. O processo contém cinco etapas e inicia da mesma forma que a FIV clássica.

Inicialmente a mulher passa pela estimulação ovariana, que tem como o objetivo estimular o crescimento de vários folículos. Para obter uma quantidade maior de óvulos, utiliza-se medicamentos hormonais similares aos produzidos pelo organismo.

Quanto mais folículos maduros forem aspirados no momento da coleta, melhores serão as chances de um tratamento bem-sucedido. A coleta dos folículos é feita um pouco antes do fim do processo de ovulação e os óvulos são extraídos em laboratório

Para a obtenção de espermatozoides, a coleta pode ser feita por masturbação ou recuperação espermática, nos casos de azoospermia. Se for por masturbação, a amostra de sêmen é submetida ao preparo seminal para a seleção dos melhores gametas.

Caso eles não estejam presentes no sêmen poderão ser retirados diretamente dos testículos ou do epidídimo, por recuperação espermática. Após a seleção dos melhores gametas o espermatozoide escolhido é injetado diretamente dentro do óvulo.

Depois da fecundação ocorre o cultivo embrionário como na FIV tradicional: os embriões são armazenados em uma incubadora e cultivados por até seis dias, processo acompanhado diariamente com o objetivo de selecionar os que se desenvolverem da melhor forma para a transferência embrionária, última etapa, e, consequentemente, a implantação no útero.

Um pouco mais sobre a FIV

Atualmente, os principais tratamentos de reprodução assistida são a RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV. Porém, a FIV é a mais indicada para problemas graves de infertilidade. Como a fecundação é realizada em laboratório, as chances de concepção, nesse caso, são maiores do que nas outras técnicas, em que acontece de forma natural.

Desenvolvida com o objetivo de tratar casos graves de infertilidade feminina causados por obstruções nas tubas uterinas, hoje a FIV é indicada para diversos outros fatores relacionados à infertilidade feminina, masculina, quando o diagnóstico é de infertilidade sem causa aparente (ISCA) e até para casais homoafetivos ou pessoas solteiras que desejam ter filhos biológicos.

Os avanços da FIV proporcionaram também um progresso da reprodução humana assistida, possibilitando desde a prevenção da transmissão de distúrbios genéticos e anomalias cromossômicas à gravidez de homens e mulheres incapazes de ter filhos por meios naturais, realizando esse sonho.

Esses avanços devem-se principalmente ao desenvolvimento de técnicas complementares, como o PGT (teste genético pré-implantacional), e à incorporação da ICSI.

Se você procura mais informações sobre a FIV com ICSI, toque no link e leia mais.

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Casais homoafetivos femininos e inseminação artificial

As técnicas de reprodução assistida trouxeram novas possibilidades para casais com diversos problemas de fertilidade e que desejavam engravidar. Com o avanço da legislação, desde 2011, e a nova resolução do Conselho Federal de Medicina, casais homoafetivos puderam recorrer aos tratamentos como a FIV (fertilização […]

As técnicas de reprodução assistida trouxeram novas possibilidades para casais com diversos problemas de fertilidade e que desejavam engravidar. Com o avanço da legislação, desde 2011, e a nova resolução do Conselho Federal de Medicina, casais homoafetivos puderam recorrer aos tratamentos como a FIV (fertilização in vitro) e a IA (inseminação artificial).

As duas técnicas de reprodução assistida podem ser indicadas dependendo das condições clínicas do casal. Cada tratamento tem níveis de complexidade distintos, mas ambas têm taxas de sucesso satisfatórias.

Para casais homoafetivos femininos saudáveis e com menos de 36 anos uma das técnicas recomendadas é a IA, especialmente por ter um grau de complexidade menor e contar com resultados positivos para aquelas que desejam ser mães.

Neste texto, abordaremos o processo da IA para casais homoafetivos femininos, em que condições a técnica pode ser indicada e como os procedimentos são feitos.

Boa leitura!

Quais são as possibilidades para que casais homoafetivos possam ter filhos?

Atualmente, casais homoafetivos femininos podem optar por duas formas de tratamento: a FIV e a IA.

A escolha da técnica mais adequada para cada caso deve ser feita de forma individualizada, levando em consideração as condições de saúde do casal e o desejo ou não de realizar a gestação compartilhada.

A FIV é uma técnica em que a fecundação ocorre em laboratório e por esse motivo é possível que o casal possa ter uma gestação compartilhada: gravidez em que ambas participam do processo, uma parceira é a doadora do óvulo e a outra recebe o embrião em seu útero.

Na IA, por sua vez, uma das mulheres receberá o sêmen e passará por todo o processo da gestação. A técnica é indicada para casais homoafetivos femininos também por sua baixa complexidade, o que não impede resultados satisfatórios na busca pela gravidez.

Antes da escolha do melhor procedimento é necessário realizar exames clínicos, laboratoriais e de imagem, para verificar se o sistema reprodutor está saudável e não há nenhuma doença pré-existente que possa prejudicar a possibilidade de gestação.

Entre os exames mais solicitados podemos mencionar a ultrassonografia pélvica, em suas modalidades transvaginal e suprapúbica, dosagens hormonais, exames de sangue e urina, além das testagens para ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), que podem ser assintomáticas e prejudicar as chances de gravidez, como a clamídia.

A IA normalmente é indicada para mulheres de até 36 anos com as tubas uterinas saudáveis, pois a fecundação acontece naturalmente, e que não apresentem outras condições que possam ser prejudiciais à gravidez.

Como ocorre a inseminação artificial para casais homoafetivos?

Como mencionamos, a indicação deve ser precedida por alguns exames, para verificar a saúde reprodutiva do casal. É um passo importante para que não haja problemas relacionados a doenças como miomas uterinos, endometriose, ou outro fator que possa ser responsável pela  infertilidade feminina.

Após os exames clínicos é selecionado um doador de sêmen com base nas características fenotípicas do casal. O doador é anônimo e o material coletado passa por exames clínicos para atestar a qualidade dos gametas, evitando assim, a ocorrência de possíveis doenças genéticas e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

A primeira etapa, tanto da FIV quanto da IA, é a estimulação ovariana, um processo realizado com medicamentos que tem como objetivo estimular o desenvolvimento de pelo menos um folículo e, dessa forma, aumentar as chances de uma gravidez bem-sucedida.

Uma das principais diferenças entre as técnicas é a intensidade da estimulação ovariana: na IA o objetivo é induzir o amadurecimento de ao menos um folículo, evitando uma gestação múltipla, que poderá indicar cuidados especiais.

A estimulação ovariana para obtenção de óvulos na FIV é mais robusta, buscando uma quantidade maior de folículos maduros e, consequentemente, mais óvulos para a fecundação em laboratório.

O tratamento da IA ocorre em três etapas sequenciais, o processo de estimulação ovariana é realizado no início do ciclo reprodutivo e monitorado por ultrassonografia transvaginal. No momento em que o exame de imagem indica o auge do amadurecimento folicular, a mulher recebe uma dose única de hCG (gonadotrofina coriônica humana), que dispara a ovulação.

Simultaneamente, o sêmen é descongelado e as amostras submetidas ao preparo seminal para serem inseminadas no interior da cavidade uterina. Espera-se que a implantação embrionária ocorra sem maiores problemas. Após aproximadamente 14 dias, já é possível realizar o exame que indicará se houve gravidez.

Taxas de sucesso

O resultado de confirmação de gravidez é obtido após duas semanas da aplicação da técnica, se for negativo, o casal poderá repetir o tratamento por até 3 ciclos. Caso não haja sucesso é recomendada a FIV.

Por ser um processo de baixo risco são raras as complicações que podem aparecer. Uma das mais comuns são infecções e sangramentos leves provocados pela inserção do cateter. Esses problemas são raros e facilmente resolvidos e não interferem no desenvolvimento da gravidez

Os resultados de uma gravidez por IA são semelhantes aos da gestação natural, aproximadamente de 20% por tentativa.

Temos outro texto sobre casais homoafetivos que pode ser acessado aqui.

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Quando buscar um especialista em reprodução assistida?

É muito comum, quando o casal está tentando engravidar, encontrar dificuldades nesse processo que podem levantar a possibilidade de infertilidade conjugal – o que costuma trazer angústia e apreensão, especialmente sobre o futuro do planejamento familiar. Os casais diagnosticados com infertilidade conjugal podem apresentar problemas […]

É muito comum, quando o casal está tentando engravidar, encontrar dificuldades nesse processo que podem levantar a possibilidade de infertilidade conjugal – o que costuma trazer angústia e apreensão, especialmente sobre o futuro do planejamento familiar.

Os casais diagnosticados com infertilidade conjugal podem apresentar problemas relacionados à infertilidade masculina, infertilidade feminina ou na associação desses dois aspectos.

Em alguns casos, mesmo após a investigação para as causas da infertilidade é impossível determinar precisamente os motivos pelos quais o casal não consegue ter filhos – que correspondem a cerca de 10% a 15% dos casos de infertilidade e são chamados ISCA (infertilidade sem causa aparente).

Os casais que buscam auxílio da medicina reprodutiva para ter filhos biológicos, costumam recorrer a um especialista principalmente quando há suspeita de infertilidade ou para prevenção na transmissão de doenças hereditárias.

Para compreender melhor essas condições e também o melhor momento para procurar apoio médico, nos acompanhe na leitura do texto a seguir.

O que determina que um casal é infértil?

A Organização Mundial da saúde define infertilidade conjugal como a inabilidade de um casal, em idade reprodutiva, sexualmente ativo e que não usa contraceptivos, em conseguir uma gestação que chegue a termo, mesmo após 1 ano de tentativas.

Isso significa que não somente aqueles que não conseguem chegar à gestação são considerados inférteis, mas também os casais que passam por situação de perdas gestacionais sequenciais, como o aborto de repetição.

A infertilidade pode ter origem em anomalias genéticas – que resultam tanto em órgãos e estruturas com problemas anatômicos e funcionais, como em doenças que prejudicam a formação de gametas ou estão por trás de desequilíbrios hormonais – e em doenças adquiridas ao longo da vida.

Chamamos infertilidade primária, aquela que se manifesta normalmente de forma precoce e antes que qualquer gestação aconteça – e, na maior parte das vezes, de origem congênita.

Quando este quadro se apresenta para casais em que um ou ambos já tiveram filhos, chamamos infertilidade secundária, mais comum em casos em que a infertilidade é resultado de doenças adquiridas, como a contaminação com DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), e cirurgias como a vasectomia e a laqueadura tubária.

Quando procurar um especialista em reprodução assistida?

Normalmente os casais que encontram dificuldades quando decidem engravidar, pela primeira vez ou após outras gestações, podem ter dúvidas quanto ao melhor momento para buscar auxílio de um especialista em medicina reprodutiva.

De forma geral, além dos casais que já estão tentando engravidar sem sucesso, é imprescindível buscar ajuda quando o casal observa as seguintes situações:

Abortamento de repetição

Define-se aborto de repetição como duas ou mais perdas gestacionais, que tenham acontecido antes da 22ª semana de gestação, e das quais a mulher tenha tomado conhecimento por meio de exames laboratoriais ou de imagem.

Nesses casos, é necessário investigar se as perdas gestacionais estão conectadas entre si por fatores genéticos, imunológico ou a ação de agentes microbianos, que alteram a receptividade endometrial, um fator importante na fertilidade das mulheres.

Presença de sintomas dolorosos, infecciosos ou de alterações visíveis

Alterações na funcionalidade e anatomia do sistema reprodutivo, de origens genéticas ou adquiridas, podem resultar em infertilidade.

Os sintomas dolorosos estão presentes em diversas doenças que disparam processos inflamatórios, como a endometriose, adenomiose, alguns casos de miomas uterinos e pólipos endometriais – e também as DSTs, em que se observa inflamação acompanhada de infecção.

Em alguns casos, as doenças que provocam infertilidade também apresentam outras alterações, muitas vezes identificadas visualmente, como o hiperandrogenismo da SOP (síndrome dos ovários policísticos), ou a presença de secreção e pus vaginal e peniana, típico das infecções, o aumento no volume de estruturas como a bolsa escrotal ou a presença de massas na cavidade pélvica.

Na presença de quaisquer desses sintomas é imprescindível que se busque atendimento médico de forma rápida.

Histórico de doenças genéticas na família

Um dos principais motivos pelos quais casais buscam auxílio da medicina reprodutiva é a apreensão quanto à possibilidade de transmitir doenças genéticas hereditárias, das quais o casal normalmente já tem conhecimento, ou o receio de gerar crianças com problemas genéticos, o que é mais comum em mulheres que decidem adiar a maternidade.

Nestes casos, muitas vezes o casal busca o especialista em reprodução assistida antes mesmo de dar início às tentativas, diferente do que acontece com aqueles que suspeitam de infertilidade conjugal.

A idade da mulher

É durante o período de desenvolvimento embrionário, que as mulheres produzem todas as células reprodutivas com as quais poderão contar ao longo de sua vida, até a menopausa. Estas células dão origem aos folículos ovarianos que armazenam os oócitos e estão dispostos nos ovários, em um estoque limitado, chamado reserva ovariana.

Após a puberdade, a cada ciclo reprodutivo um número específico de folículos é recrutado para o amadurecimento e, destes, apenas um concluiu esse processo, rompendo-se e liberando o ovócito contido em seu interior para a ovulação.

Dessa forma, ao longo de sua vida reprodutiva, a mulher consome a reserva ovariana a cada ciclo, até que essa reserva se esgote gradualmente. A partir dos 35 anos, em média, já é possível observar um declínio sensível na quantidade de folículos antrais e, consequentemente, no potencial da fertilidade feminina.

Quando a mulher se aproxima da menopausa, seus ciclos reprodutivos podem apresentar menos ciclos ovulatórios do que o normal, diminuindo as chances de conseguir uma gestação nesse período.

Além disso, assim como acontece com os homens, a estabilidade genética das células reprodutivas femininas pode também sofrer um declínio com o passar do tempo, o que também diminui as chances de engravidar e aumentar as taxas de bebês com problemas genéticos.

Quais as possibilidades de tratamento?

As principais técnicas disponíveis atualmente são a RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro) – as duas primeiras consideradas de baixa complexidade, indicadas para casos leves de infertilidade.

A FIV é hoje a técnica mais complexa, abrangente e com as melhores taxas de gestação, indicada para os mais diversos casos de infertilidade, para realizar a preservação social e oncológica da fertilidade e também no atendimento de casais homoafetivos que desejam ter filhos.

A FIV permite ainda a aplicação do PGT (teste genético pré-implantacional), que rastreia as células embrionárias em busca de anomalias genéticas, hereditárias ou não, para melhorar a seleção embrionárias, antes da transferência dos embriões para o útero, e assim potencializar as taxas de gestação além de prevenir a transmissão de doenças hereditárias.

Chances de sucesso

As chances de sucesso variam de acordo com a técnica escolhida, os motivos da busca pela reprodução assistida e com a idade da mulher.

As técnicas de baixa complexidade – IA e RSP – têm taxas mais baixas e indicações mais restritas que a FIV, normalmente a técnica mais bem-sucedida.

De qualquer forma, qualquer que seja a técnica utilizada, a chance de gestação decresce conforme aumenta a idade da mulher, assim como acontece nas gestações conseguidas por vias naturais.

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