Art Fértil
Barriga de aluguel e casais homoafetivos masculinos: quando podem optar pela técnica?

Com o passar do tempo, a medicina reprodutiva foi uma área que se desenvolveu muito. Buscou aprimorar seus métodos para atender diferentes pessoas que sonham em ser pais um dia. Uma grande conquista foi a opção da utilização de técnicas de reprodução assistida por casais […]

Com o passar do tempo, a medicina reprodutiva foi uma área que se desenvolveu muito. Buscou aprimorar seus métodos para atender diferentes pessoas que sonham em ser pais um dia.

Uma grande conquista foi a opção da utilização de técnicas de reprodução assistida por casais homoafetivos masculinos e femininos. Existem alguns procedimentos disponíveis para ajudar essas pessoas na caminhada até essa realização.

Há uma diferença entre as técnicas realizadas para casais homoafetivos femininos e masculinos. Isso acontece porque as mulheres só necessitam dos espermatozoides para concluir o tratamento, enquanto os homens precisam dos óvulos e de um útero.

Um recurso, nesses casos, é a cessão temporária de útero, ou útero de substituição, ou barriga de aluguel, como é popularmente conhecida, quando uma mulher se voluntaria para ceder o útero e gerar o filho para o casal.

São determinados alguns protocolos para a realização desse método, buscando proteger os envolvidos em seus aspectos físicos, emocionais e legais. A técnica oferece todo o apoio necessário para que o processo seja concluído de forma saudável e leve para todos.

Com esta leitura, entenda quando os casais homoafetivos podem optar por utilizar a barriga de aluguel em tratamentos de reprodução assistida.

Como a barriga de aluguel pode auxiliar casais homoafetivos masculinos?

Casais homoafetivos podem recorrer à reprodução assistida sempre que desejarem. São encaminhados à melhor técnica em cada situação, para que as possibilidades de gravidez sejam as melhores possíveis.

A cessão temporária do útero é um dos métodos complementares à fertilização in vitro (FIV) e auxilia muitas pessoas com problemas para alcançar a gravidez. Além de casais homoafetivos masculinos, também pode ser utilizada por mulheres com alterações no útero que a impeçam de engravidar ou mesmo que não tenham o órgão, e por homens solteiros.

Existem regras estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para orientar o uso da técnica, a fim de que a sua realização respeite os preceitos éticos e de saúde.

Quais as diferenças entre as técnicas de reprodução utilizadas por casais homoafetivos femininos e masculinos?

Entre casais homoafetivos masculinos e femininos existe uma diferença no momento de escolher o método mais adequado dentro da reprodução assistida. Isso se deve ao fato de que as características biológicas podem ser determinantes.

No caso de um casal feminino, existem úteros e óvulos disponíveis para o tratamento. As parceiras passam por uma investigação detalhada de sua fertilidade e, quando for o desejo do casal, ambas podem participar do processo.

Além da FIV, elas podem optar também pela inseminação artificial, utilizando espermatozoides resultantes de doação de sêmen. Quando as duas podem e decidem participar, utilizam-se os gametas de uma e o útero da outra.

Já os casais homoafetivos masculinos necessitam dos óvulos e de um útero para gerar uma nova vida. Sendo assim, a FIV com útero de substituição é a única opção nessa situação e pode realizar o sonho do casal.

Como a FIV é realizada para casais homoafetivos masculinos?

Pessoas interessadas na barriga de aluguel devem passar pela FIV. Ainda que seu nome popular esteja relacionado a algo financeiro, os fins lucrativos são inteiramente proibidos nesses casos, por isso o termo correto é cessão temporária de útero ou útero de substituição.

Podem ser utilizados os gametas masculinos do casal ou por meio de doação de sêmen. A cessão temporária do útero pode ser feita por mulheres que representam até o 4º grau de parentesco com os envolvidos (mãe, avó, tia, sobrinhas, filhas e irmãs).

A voluntária passa por uma avaliação médica e são registrados os relatórios com análises psicológicas e físicas. Além disso, os demais envolvidos também devem apresentar um perfil psicológico, atestando condições emocionais para o processo.

Algumas determinações do CFM para direcionar o tratamento:

  • A cedente do útero deve ter pelo menos 1 filho vivo;
  • Todos os envolvidos devem assinar um termo de consentimento livre e esclarecido que explicite aspectos biopsicossociais, os riscos envolvidos no processo e questões legais da filiação;
  • Compromisso de apoio social e psicológico até o puerpério por parte do casal à mulher que cederá o útero;
  • Nos casos em que a cedente é casada ou vive em união estável, deve apresentar uma autorização escrita do cônjuge.

Os casais homoafetivos masculinos utilizam a doação (recepção) de óvulos. Hoje, o CFM permite, além da doação voluntária e anônima, também a de parentes de até quarto grau dos pacientes em tratamento, desde que não incorra em consanguinidade.

Em laboratório, realiza-se a fecundação com os melhores gametas e os embriões formados são mantidos em um ambiente adequado para que se desenvolvam. O cultivo embrionário ocorre até que estejam prontos para serem transferidos ao útero da cedente. Quando necessário, podem ser utilizados embriões doados.

A transferência embrionária é a última etapa da FIV e a implantação dos embriões no endométrio acontece de forma natural. A partir desse momento, toda a gestação é acompanhada por meio de exames e todo apoio, oferecido aos envolvidos.

Taxas de sucesso da FIV

A FIV é a técnica com maiores índices de sucesso em seu tratamento, sendo muito recomendada em diferentes casos de dificuldades para engravidar, inclusive os mais graves.

Quando o casal opta pela realização da barriga de aluguel, pode contar com a mesma expectativa de sucesso relacionada a outros tratamentos pela FIV. O método é muito eficiente e uma solução viável para casais homoafetivos masculinos que buscam a paternidade.

Se esse assunto é interessante para você, toque aqui e continue lendo mais.

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Endometrite: diagnóstico

  O útero é um órgão em formato de pera invertida e faz parte do sistema reprodutor feminino. É o responsável por abrigar e promover o desenvolvimento do embrião formado na fecundação. Suas principais partes são o fundo, corpo do útero e colo uterino, sendo […]

 

O útero é um órgão em formato de pera invertida e faz parte do sistema reprodutor feminino. É o responsável por abrigar e promover o desenvolvimento do embrião formado na fecundação.

Suas principais partes são o fundo, corpo do útero e colo uterino, sendo constituído por camadas espessas, que tendem a se estender durante a gestação para acompanhar o crescimento do feto.

Trata-se de um órgão fundamental para a reprodução humana, e algumas doenças que o afetam podem causar infertilidade feminina. Sendo assim, é importante que ele esteja em boas condições para que a gravidez aconteça de maneira saudável.

A parede uterina é formada por três camadas de revestimento: a serosa (também chamada perimétrio), que é a mais externa, o miométrio, que é a intermediária, e o endométrio, camada mais interna.

O tecido endometrial é essencial no contexto da gravidez, pois nele o embrião se fixa para dar início ao desenvolvimento da gestação. A inflamação dessa camada, conhecida como endometrite, pode causar algumas complicações para a saúde da mulher, incluindo problemas com a sua fertilidade.

Entenda o que é a endometrite nesta leitura e saiba como o seu diagnóstico pode ser feito para que o tratamento seja mais eficiente.

O que é a endometrite?

O endométrio é essencial durante o processo de reprodução e deve estar em boas condições para que a gestação tenha início. Existem algumas doenças e alterações nessa região que podem dificultar o caminho em busca da gravidez.

Os pólipos endometriais e os miomas uterinos estão entre as doenças que podem afetar o tecido endometrial, podendo causar alguns problemas para a sua saúde da mulher, principalmente em sua fertilidade.

A endometrite também se encaixa nessa situação e corresponde à inflamação do endométrio. Pode ser aguda ou crônica e muitas vezes é resultante de uma infecção bacteriana.

Em sua forma aguda, pode ser consequência de alguns procedimentos ginecológicos, como os partos (cesariana ou normal) ou abortos. As inflamações uterinas também são fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

Quando não é tratada corretamente, pode se desenvolver e tornar-se crônica, provocando sintomas persistentes e causando incômodos maiores para a mulher, podendo ocorrer até mesmo a infertilidade.

Além disso, mulheres com infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia e a gonorreia, possuem maiores chances de desenvolver a inflamação do tecido endometrial.

Quais os sintomas mais comuns da doença?

Em casos de endometrite aguda, os sintomas manifestados podem durar poucos dias. Entre os principais, temos:

  • Menstruação dolorosa;
  • Fluxo menstrual intenso;
  • Corrimento vaginal anormal e com forte odor;
  • Inchaço abdominal;
  • Febre;
  • Calafrios;
  • Mal-estar.

Já a endometrite crônica é muitas vezes assintomática ou apresentar sintomas mais leves e discretos. Os mais comuns são: dor na região pélvica, corrimento vaginal, sangramento uterino, micção frequente, dor durante as relações sexuais e febre baixa.

Outro fator comum a mulheres com essa condição é a infertilidade, que pode surgir em alguns casos da doença. Por afetar uma estrutura fundamental para a reprodução, a inflamação pode influenciar negativamente a fertilidade feminina.

Com o endométrio prejudicado, a implantação embrionária pode não acontecer. As falhas de implantação podem ser comuns tanto na tentativa de gestação natural, quanto na reprodução assistida. Os abortos de repetição podem ser uma realidade para mulheres com esta doença.

Como a endometrite pode ser diagnosticada?

Existem alguns sintomas a serem observados durante o exame clínico, como a sensibilidade uterina, o inchaço e a presença de secreções que podem indicar a ocorrência da infecção.

Visando descartar a possibilidade de outras doenças que possuem sintomas semelhantes, o ideal é a realização de exames complementares para identificar o processo inflamatório e determinar as suas causas.

O indicado é a realização de um hemograma completo para analisar as condições da inflamação e identificar a presença de bactérias no organismo. O teste de urina permite a identificação de condições como as ISTs.

Alguns exames de imagem também podem ser feitos para uma visualização mais detalhada das condições uterinas. Entre eles estão: a ultrassonografia transvaginal, a ressonância magnética e a vídeo-histeroscopia ambulatorial.

Em alguns casos, pode ser necessária a biópsia endometrial, quando amostras do tecido são coletadas por meio da histeroscopia e avaliadas, a fim de confirmar ou descartar a presença da inflamação da camada de revestimento.

Qual o melhor tratamento para a endometrite?

São prescritos antibióticos para combater as bactérias presentes no organismo da mulher. Sua recomendação acontece de acordo com o tipo e a gravidade da infecção. Quando resultante de ISTs, é indicado que o parceiro sexual também seja tratado.

A intervenção cirúrgica só é necessária em casos de formação de abcessos e aderências. Além disso, em situações em que a endometrite é resultante de abortamentos, é comum que seja necessária a retirada de resíduos placentários.

A fertilidade tende a ser restaurada após o tratamento, mas, quando isso não acontece, a paciente pode procurar a reprodução assistida para realizar o sonho de ser mãe. Quando existe o desejo de engravidar, é essencial que ela realize o tratamento antes de qualquer tentativa, pois a doença pode interferir negativamente também nos métodos da medicina reprodutiva.

A técnica mais indicada para esses casos de infertilidade é a fertilização in vitro (FIV), método de maior complexidade que possui recursos muito avançados e altas taxas de sucesso.

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FIV e inseminação artificial: diferenças

  É muito comum que as pessoas confundam os termos relacionados à reprodução assistida. Existem diferentes técnicas, realizadas de acordo com a complexidade dos seus procedimentos e as necessidades de cada pessoa envolvida no tratamento. A inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV) […]

 

É muito comum que as pessoas confundam os termos relacionados à reprodução assistida. Existem diferentes técnicas, realizadas de acordo com a complexidade dos seus procedimentos e as necessidades de cada pessoa envolvida no tratamento.

A inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV) são as mais confundidas. Apesar de existirem algumas semelhanças entre os procedimentos utilizados, elas se diferem em muitos aspectos, incluindo as indicações.

A medicina reprodutiva se desenvolveu muito ao longo dos anos e busca sempre ajudar pessoas com o sonho de ter filhos. Homens e mulheres com problemas de infertilidade, casais homoafetivos e solteiros, que buscam a gestação independente, são os possíveis beneficiados.

Devido ao fato de atender diferentes tipos de situações, é necessário analisar bem os casos para determinar a melhor técnica a ser utilizada. O tratamento sempre é individualizado para aumentar as chances de sucesso.

A FIV e a IA são realizadas de formas diferentes e têm indicações específicas, sejam mais leves, sejam mais graves. A seguir, entenda a diferença entre a inseminação artificial e a FIV e saiba como elas são realizadas na reprodução assistida.

Quais são as técnicas de reprodução assistida?

A medicina reprodutiva conta com três técnicas principais no tratamento em busca da gravidez: a relação sexual programada (RSP) ou coito programado, a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV).

A RSP e a inseminação artificial são de baixa complexidade, realizadas em situações mais leves de infertilidade. Nesses casos, a fecundação acontece de maneira natural dentro do corpo da mulher, nas tubas uterinas.

Na IA, a mulher inicia os procedimentos com a estimulação ovariana, recebendo uma dosagem hormonal para promover o desenvolvimento de um ou mais folículos nos ovários, mas no máximo três – é importante evitar a gestação gemelar. Recebe acompanhamento por meio de ultrassonografias para identificar o momento mais fértil.

O sêmen é coletado na clínica por masturbação e passa por um preparo seminal a fim de que somente os melhores espermatozoides sejam utilizados na inseminação. Posteriormente, são inseridos no útero com uso de um cateter para que haja a fecundação.

Já a FIV é o método mais complexo da reprodução assistida e conta com várias recursos complementares, utilizados para aumentar as possibilidades de gravidez e diminuir os riscos de complicações para a mãe e o feto.

A maior parte dos processos acontece em laboratório, incluindo a fecundação. Sendo assim, trata-se de uma técnica muito utilizada e com altos índices de sucesso.

Tem início com a estimulação ovariana, passa pela coleta dos gametas, é realizada a fecundação dos óvulos, mantêm-se os embriões em cultivo por um período de tempo e depois os transfere para a fixação no tecido endometrial. Essas são resumidamente as etapas da FIV.

Quais as diferenças entre inseminação artificial e FIV?

As duas técnicas se diferem em muitos aspectos, iniciando no grau de complexidade. Enquanto a inseminação artificial é um método menos complexo, a FIV é a de mais alta devido aos procedimentos utilizados.

Ambas têm início com a estimulação ovariana, mas utilizam protocolos diferentes para essa realização. Métodos considerados mais simples adotam uma dosagem hormonal menor, pois desejam uma quantidade menor de óvulos para a fecundação.

Por acontecer de forma semelhante ao início de uma gestação natural, a IA não pode obter muitos óvulos após esse estímulo, pois pode resultar em gestação múltipla, muitas vezes arriscada, tanto para a mãe, quanto para os bebês.

Na FIV, esse estímulo pode ser maior, uma vez que os gametas são manipulados para promover a fertilização e o procedimento pode ser repetido durante o tratamento. Nesse caso, quanto mais óvulos obtidos, melhores as chances de uma gestação.

Também existem possibilidades de uma gestação múltipla na realização dessa técnica, porém o controle da situação é maior. Aqui, a quantidade de embriões formados a serem transferidos ao útero pode ser maior ou menor, de acordo com a idade da mulher, sua condição de saúde e as regras estabelecidas pelo CFM. Atualmente, dependendo da idade da mulher, podemos transferir no máximo 3 embriões.

Já na IIU, após a inserção dos espermatozoides selecionados no útero durante a inseminação artificial, é aguardado o momento em que a fecundação acontecerá de forma natural. São realizadas exames para confirmar ou descartar a gravidez.

Já a FIV realiza mais procedimentos após a fecundação, como o cultivo dos embriões em uma placa de cultura para que se desenvolvam antes de serem transferidos ao útero. No momento ideal, a transferência acontece e somente a implantação embrionária deve ocorrer naturalmente.

Quando as técnicas são indicadas?

A inseminação artificial é recomendada em casos mais leves de infertilidade masculina. Além disso, o ideal é que seja indicada para mulheres com até 37 anos de idade que tenham tubas uterinas em boas condições.

A FIV pode ser indicada para homens e mulheres com problemas mais graves de infertilidade ou para casais homoafetivos e pessoas solteiras. Quando outros métodos não são eficientes, a técnica também pode ser uma solução.

Pessoas que buscam a gestação devem passar por exames para avaliar a sua fertilidade e identificar todas as possibilidades de tratamento. Só depois disso são encaminhadas ao mais adequado, buscando sempre maiores chances de sucesso.

Gostou do texto? Leia também sobre a fertilização in vitro (FIV) e saiba mais detalhes sobre a realização dessa técnica da medicina reprodutiva.

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Endometrite e infertilidade: qual a relação?

Muito se fala do útero, mas pouca gente conhece suas particularidades. O útero é um órgão que possui 3 camadas em sua constituição morfológica: o perimétrio, o miométrio e o endométrio, camada que tem uma ação diretamente relacionada com a fertilidade da mulher e sua […]

Muito se fala do útero, mas pouca gente conhece suas particularidades. O útero é um órgão que possui 3 camadas em sua constituição morfológica: o perimétrio, o miométrio e o endométrio, camada que tem uma ação diretamente relacionada com a fertilidade da mulher e sua capacidade de conseguir uma gravidez bem-sucedida.

Por ser a camada de revestimento da cavidade uterina, o endométrio tem participação direta na dinâmica da reprodução feminina, principalmente durante os ciclos reprodutivos.

A cada ciclo acontece uma transformação na estrutura morfológica do endométrio, como resultado da influência do estrogênio.

Quando o endométrio recebe a influência do estrogênio, passa a aumentar de espessura, além de outras modificações, preparando-se para receber um possível embrião, que irá auxiliar a proteger e sustentar, durante toda a gestação.

Se, após a ovulação, o óvulo é fecundado, o corpo lúteo – que resta após a liberação do óvulo pelos folículos ovarianos –, passa a produzir progesterona. Esse hormônio faz com que o endométrio interrompa o aumento em espessura e reforce sua estrutura, para que possa sustentar a gravidez.

Já nos casos em que não ocorre a fecundação, o corpo lúteo se degrada e a queda nas taxas de progesterona fazem com que o endométrio inicie um processo natural de descamação, sendo eliminado nos sangramentos da menstruação, momento em que um novo ciclo reprodutivo começa.

Como podemos ver, quando qualquer parte deste processo – incluindo o próprio endométrio – é afetada por doenças ou alterações genéticas, existe um aumento nos riscos de que o embrião não consiga se implantar na parede do endométrio e inviabilizando a gestação.

A endometrite é uma das comorbidades mais recorrentes nas mulheres sexualmente ativas, justamente porque uma das suas causas mais comuns é a contaminação por DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) – embora a condição possa ter outras origens, como lesões mecânicas e o uso de espermicidas.

Fique conosco para entender mais sobre a endometrite e como ela pode afetar a fertilidade feminina.

Boa leitura.

O que é endometrite?

Embora a maioria dos casos de endometrite deva-se à contaminação por DSTs, esta é a denominação dada a qualquer forma de inflamação que afete o endométrio, seja ela de origem microbiana ou não.

Nos casos de endometrite microbiana, a principal via de contaminação é a sexual (embora não seja a única) e é comum que a infecção causada por estes microrganismos seja diagnosticada e tratada tardiamente – por ser majoritariamente assintomática, especialmente em homens.

Isso faz com que os microrganismos consigam romper a barreira cervical – que impede possíveis patógenos de adentrarem para a cavidade uterina –, antes de manifestar qualquer sintoma, e chegar ao útero, onde acabam afetando o endométrio.

Além dos agentes microbianos, a endometrite pode também ser causada por fatores mecânicos, como é o caso das sequelas deixadas por intervenções cirúrgicas no local, como a de retirada de miomas.

Os principais sintomas que a mulher deve estar atenta para que assim que os perceba procure atendimento médico são:

  • Dismenorreia (menstruação dolorosa);
  • Dor na região pélvica e abdominal;
  • Ardência e dor ao urinar;
  • Corrimento purulento (nos casos originados por infecções).

Endometrite e infertilidade

Muitos casos de infertilidade na mulher estão diretamente relacionados com a endometrite. A inflamação gerada no endométrio – pelos fatores patogênicos mencionados – faz com que o sistema imunológico seja ativado e este passa então a enviar células de defesa às regiões lesionadas, incluindo as células NK (natural killers).

Estas células atacam qualquer elemento que interpretem como externos ao organismo e, com isso, podem atacar o próprio endométrio – impedindo a nidação do embrião –, além dos espermatozoides e também o embrião.

É importante lembrar que algumas infecções, como a causada pela clamídia, podem ser assintomáticas. Isso faz com que a infecção seja percebida somente quando já se alastrou ainda mais profundamente, chegando a afetar as tubas uterinas – aumentando relevantemente os riscos de infertilidade.

Além disso, cirurgias como a histeroscopia e a videolaparoscopia, podem acabar deixando pequenos ferimentos no endométrio, o que também pode levar ao desenvolvimento da endometrite.

Quando a mulher perceber qualquer dos sintomas que podem indicar uma endometrite, é fundamental que procure atendimento médico o mais rápido possível – principalmente quando está planejando ter filhos.

Mesmo os casais que recebem indicação para os tratamentos com a reprodução assistida, se faz necessário que a doença seja tratada antes da realização de qualquer procedimento, já que o quadro pode afetar o bom desempenho de qualquer técnica.

Para o sucesso da reprodução assistida, a integralidade do endométrio – bem como a perfeita receptividade endometrial – é de suma importância. Por isso o tratamento da endometrite sempre deve ser realizado antes de qualquer tentativa de gravidez, mesmo utilizando as técnicas de reprodução assistida.

Tratamento da endometriose e reprodução assistida

Inicialmente o tratamento para endometrite é feito utilizando-se medicamentos anti-inflamatórios e, no caso de ser originada por infecções por patógenos externos, são administrados medicamentos antimicrobianos.

Muitas vezes, no entanto, mesmo após o tratamento e a erradicação dos processos inflamatórios e infecciosos, a mulher permanece infértil, já que podem restar cicatrizes, em forma de aderências. Nestes casos, é comum que o casal receba indicação para reprodução assistida, com objetivo de gerar filhos.

Ainda assim, para a aplicação de qualquer técnica de reprodução assistida, o preparo endometrial também é indispensável. Quando a mulher passa pelas técnicas de reprodução assistida sem conseguir engravidar, a equipe médica pode solicitar o ERA (avaliação da receptividade endometrial).

Além do ERA, a mulher pode também passar pelo preparo endometrial controlado, realizado em ciclos posteriores ao ciclo em que foi realizada a fecundação, em que o espessamento do endométrio é induzido por medicação e controlado por ultrassonografia, para que seja possível escolher o melhor momento para a transferência embrionária.

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Diagnóstico da torção testicular: como é feito?

A torção testicular é uma anomalia que acontece quando os testículos giram sobre si mesmos, causando uma obstrução no cordão espermático – que também envolve veias importantes –, interrompendo o fluxo sanguíneo que abastece os testículos. Isso costuma acontecer geralmente até a idade de 30 […]

A torção testicular é uma anomalia que acontece quando os testículos giram sobre si mesmos, causando uma obstrução no cordão espermático – que também envolve veias importantes –, interrompendo o fluxo sanguíneo que abastece os testículos.

Isso costuma acontecer geralmente até a idade de 30 anos, sendo bem menos comum em homens acima desta idade. Esta é uma ocorrência que está muito ligada a homens que apresentam um desenvolvimento anormal do cordão espermático ou mesmo da túnica albugínea, que são predispostos à torção testicular.

Esta situação pode, porém, também ocorrer em decorrência de traumas mecânicos durante a fase da adolescência ou mesmo em pessoas que praticam alguns tipos de atividades esportivas que afetam a região de maneira frequente, como ciclismo, por exemplo.

Quando a torção testicular acontece, costuma causar muita dor, que se manifesta de forma abrupta e intensa.

É extremamente importante que a pessoa busque atendimento médico de forma urgente. Isso por que, como o fluxo sanguíneo que alimenta os testículos é interrompido pela torção, se esta não for tratada de forma emergencial – em um período de 6 a 12 horas –, o homem pode perder os testículos e ficar infértil permanentemente.

Falaremos neste texto sobre como é realizado o diagnóstico da torção testicular. Fique conosco para entender melhor como isso acontece e quais os procedimentos a serem tomados.

Boa leitura!

Quais são os sintomas da torção testicular?

Os sintomas da torção testicular acontecem de forma abrupta, assim que a torção ocorre e podem ser incapacitantes. De maneira geral, os possíveis sintomas da torção testicular são:

  • Dor intensa e abrupta na região da bolsa escrotal;
  • Dor abdominal e nas virilhas;
  • Inchaço e sensibilidade do saco escrotal;
  • Edema – em casos mais graves;
  • Dor ao urinar;
  • Náuseas e vômitos;
  • Febre;
  • Infertilidade – quando o tratamento emergencial demora para ser realizado.

É importante ressaltar, que assim que o homem comece a sentir quaisquer desses sintomas, é imprescindível que busque atendimento médico especializado o mais rapidamente possível.

Como é feito o diagnóstico da torção testicular?

Na maioria dos casos, o homem chega ao médico para ser atendido já sentindo muita dor. Sabendo que não pode demorar para obter um diagnóstico, o médico faz um exame manual de emergência, para que possa atuar imediatamente e fazer a reversão da torção, evitando que o homem possa perder os testículos.

Depois de realizado o exame e os procedimentos manuais de emergência, a equipe médica realiza exames de ultrassonografia testicular com Doppler para fechar o diagnóstico.

É essencial que este diagnóstico seja obtido o mais rapidamente possível, já que em grande parte dos casos, o procedimento manual de emergência não é suficiente para sanar o quadro. Quanto mais demorado o diagnóstico, maiores são as chances de infertilidade masculina.

Torção testicular e infertilidade: Qual a relação?

Como foi mencionado, quando acontece a torção testicular e os testículos giram sobre si mesmos e o cordão espermático fica obstruído. Esta obstrução faz com que o fluxo normal de sangue, que alimenta os testículos, seja interrompido. Se esta torção não é revertida rapidamente, os testículos acabam sendo afetados de maneira permanente e o homem perde a capacidade de se reproduzir naturalmente.

Além disso a própria cirurgia para a reparação do problema pode acabar deixando sequelas que obstruem o cordão espermático, gerando um quadro de azoospermia obstrutiva.

Na história da medicina, até algumas décadas atrás, a infertilidade masculina era desconhecida, e pensava-se que somente as mulheres eram responsáveis pela dificuldade de gerar filhos de um casal. Mesmo quando a infertilidade em homens já era aceita e conhecida, por muito tempo ainda foi considerada de difícil tratamento e deixada de lado.

Atualmente, porém já se sabe que a infertilidade masculina é tão prevalente quanto a infertilidade feminina, inclusive com taxas praticamente iguais para cada gênero.

Como é realizado o tratamento da torção testicular?

O tratamento da torção testicular acontece normalmente em duas etapas, como mencionamos anteriormente. Inicialmente o médico precisa fazer uma intervenção de emergência para que o homem não perca os testículos devido à falta de fluxo sanguíneo.

Assim, quando o homem chega ao hospital para receber atendimento, o médico que o atende realiza a reversão da torção de forma manual, girando os testículos no sentido contrário do que originou a torção e recolocando-os no lugar.

Depois que a reversão manual já foi feita, o médico precisa realizar exames de imagem para poder determinar os próximos passos a serem dados para o tratamento definitivo.

Na grande maioria dos casos, somente a reversão manual, não é suficiente para resolver totalmente o problema. Além disso, homens que possuem um desenvolvimento anormal do cordão espermático, muito provavelmente irão sofrer uma nova torção no futuro.

Para resolver estes problemas de maneira definitiva, a equipe médica pode realizar uma cirurgia que visa reparar o desenvolvimento anormal do cordão espermático, diminuindo de forma quase total as chances de que a torção aconteça novamente.

A cirurgia também é realizada nos casos em que o procedimento manual não consegue por si reverter a torção e liberar o fluxo sanguíneo para os testículos, sendo este um caso que demonstra a necessidade de que o diagnóstico mais profundo seja realizado rapidamente.

Como a reprodução assistida pode auxiliar nestes casos?

Assim como a medicina vêm avançando nas últimas décadas no conhecimento sobre a infertilidade masculina, as técnicas de reprodução assistida também caminharam em paralelo neste desenvolvimento e, atualmente, conseguem atender a maior parte das demandas reprodutivas masculinas.

No caso da torção testicular, o homem pode ficar infértil tanto por conta de sequelas da cirurgia de correção do cordão espermático, quanto por que perdeu totalmente os testículos pelo atraso no tratamento.

Em ambos os casos a técnica indicada para que este homem possa ter filhos novamente é a FIV (fertilização in vitro), técnica mais avançada atualmente em reprodução assistida. Esta técnica permite que os espermatozoides sejam coletados diretamente dos testículos por procedimentos como PESA e MESA, TESE e Micro-TESE, contornando assim os empecilhos criados pelo problema.

Nos casos em que o homem perdeu totalmente os testículos, ele ainda pode recorrer a FIV para ter filhos, necessitando, porém, de um doador de sêmen.

Se você possui mais dúvidas sobre infertilidade masculina, toque nesse link para ter acesso a mais de nosso conteúdo sobre este assunto.

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Espermograma e a avaliação da fertilidade masculina

O espermograma é o exame mais solicitado para investigar a infertilidade masculina. Ele avalia a qualidade e a quantidade dos espermatozoides e do líquido seminal. Esses fatores, quando alterados, podem dificultar a gravidez. Uma alteração seminal está relacionada a diversos fatores, como um desequilíbrio hormonal, […]

O espermograma é o exame mais solicitado para investigar a infertilidade masculina. Ele avalia a qualidade e a quantidade dos espermatozoides e do líquido seminal. Esses fatores, quando alterados, podem dificultar a gravidez.

Uma alteração seminal está relacionada a diversos fatores, como um desequilíbrio hormonal, traumas, doenças ou condições que podem comprometer a saúde reprodutiva do homem. A boa notícia é que em muitos casos existe tratamento e a possibilidade de recorrer à reprodução assistida.

Se você quer saber mais sobre como é feita a investigação da infertilidade conjugal, continue a leitura. Neste artigo, vamos apresentar como o espermograma ajuda na avaliação da fertilidade masculina.

Confira!

O que é fertilidade masculina?

O sistema reprodutor masculino é responsável pela produção dos espermatozoides (também chamados de gametas) e da testosterona. Para que a gravidez aconteça, tanto o homem, quanto a mulher precisam produzir gametas de qualidade e em boa qualidade.

No caso deles, os espermatozoides são produzidos nos testículos e transportados pelo sêmen, um líquido rico em nutrientes para dar energia, proteção e ajudar na movimentação dos gametas. Quando algum fator não funciona de forma adequada, engravidar pode se tornar uma tarefa mais difícil para o casal.

Como o espermograma ajuda na avaliação da fertilidade masculina?

A gravidez pode demorar alguns meses para acontecer, mesmo que o casal seja saudável e tenha uma vida sexual ativa. No entanto, após um ano de tentativas, é recomendado que procurem ajuda médica. Ambos devem participar da investigação da infertilidade conjugal, pois ela pode ser provocada por fatores femininos e masculinos de forma igual.

Com relação aos homens, o principal exame solicitado é o espermograma. Ele é um exame laboratorial que, a partir de uma amostra seminal, consegue avaliar diversos critérios referentes aos gametas e ao líquido seminal.

Quando os valores do espermograma não estão dentro dos parâmetros definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), significa que o paciente possui uma alteração seminal. Na lista de parâmetros seminais propostos pela OMS estão:

  • Número total de espermatozoides: no mínimo, 15 milhões por ml de sêmen;
  • Volume de sêmen: o valor mínimo da amostra deve conter 1,5 ml;
  • Vitalidade: 58% dos gametas precisam estar vivos no mínimo.

Quais são os resultados possíveis do espermograma?

Muitas pessoas acham que o espermograma diagnostica a infertilidade masculina, mas não é bem assim. O resultado ajuda a entender o que está comprometendo a fertilidade do paciente. Por exemplo, o exame pode indicar azoospermia, porém, a condição está relacionada a vários fatores, que precisam ser investigados com mais atenção para definirmos o tratamento adequado.

Entre os resultados possíveis do espermograma, estão:

Azoospermia

A azoospermia é uma condição caracterizada pela ausência de espermatozoides no sêmen. Ela pode ocorrer por um problema na produção ou pela presença de uma obstrução.

Necrozoospermia

A necrozoospermia ocorre quando a porcentagem de espermatozoides vivos na amostra está abaixo de 58%. Ou seja, existe uma grande quantidade de gametas imóveis no sêmen.

Oligozoospermia

A oligozoospermia se refere a uma queda no número total de espermatozoides presentes no esperma.

Teratozoospermia

A teratozoospermia é caracterizada por um problema na morfologia dos gametas. Nesse cenário, uma alta porcentagem de espermatozoides apresentam formato anormal.

O espermograma pode indicar mais de um resultado e, em alguns casos, é necessário realizar exames complementares para identificar a causa da infertilidade conjugal. O diagnóstico pode indicar a presença de várias doenças e condições, como a varicocele, tumores e a inflamação de órgãos do sistema reprodutor que dão origem à prostatite, à uretrite e à orquite.

Como a reprodução assistida pode ajudar homens com alterações seminais a terem filhos?

Pacientes diagnosticados com infertilidade devido a alterações seminais podem recorrer às técnicas de reprodução assistida para ter filhos. Os casos associados a fatores leves podem utilizar a inseminação artificial (IA), que é uma técnica de baixa complexidade. Na IA, o sêmen do parceiro é coletado e passa por um preparo seminal antes de ser inserido na entrada da cavidade uterina da parceira.

Porém, para casos graves, a fertilização in vitro (FIV) é a mais indicada. De alta complexidade, ela utiliza técnicas mais modernas e com maiores taxas de sucesso. Para realizá-la, os gametas do casal são coletados e preparados antes da fecundação. A coleta seminal pode ser feita por masturbação ou por técnicas de recuperação espermática, como a PESA e MESA e a TESE e Micro-TESE.

Na FIV, a fecundação é realizada em laboratório, onde o espermatozoide é inserido diretamente no óvulo. Após alguns dias se desenvolvendo, os embriões de maior qualidade são transferidos para o útero da paciente.

O espermograma é o principal exame para investigar a fertilidade masculina. A partir de uma amostra, ele avalia diversos critérios micro e macroscópicos referentes à qualidade e a quantidade do sêmen. Desse modo, ele é uma excelente ferramenta para ajudar no diagnóstico de diversas doenças e condições que podem levar à infertilidade conjugal.

Neste artigo, mostramos uma visão geral sobre esse exame e a sua relação com a fertilidade masculina. Para saber mais sobre ele, confira a nossa página sobre o espermograma!

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Oligozoospermia e infertilidade: conheça melhor a relação

A oligozoospermia é uma condição que pode provocar uma alteração seminal capaz de comprometer a fertilidade masculina. Ela ocorre quando há uma queda no número total de espermatozoides. Os gametas masculinos são fundamentais para a fecundação. Eles são produzidos nos testículos e armazenados nos epidídimos […]

A oligozoospermia é uma condição que pode provocar uma alteração seminal capaz de comprometer a fertilidade masculina. Ela ocorre quando há uma queda no número total de espermatozoides.

Os gametas masculinos são fundamentais para a fecundação. Eles são produzidos nos testículos e armazenados nos epidídimos até completarem o seu amadurecimento. Quando o homem é estimulado sexualmente, os espermatozoides se juntam ao líquido seminal formado por outros órgãos do sistema reprodutor masculino para formar o sêmen.

Neste artigo, vamos nos aprofundar sobre a relação entre a oligozoospermia e a infertilidade masculina. E ainda, mostraremos como a reprodução assistida pode ajudar homens com esse problema a terem filhos biológicos.

Boa leitura!

Quais são os parâmetros seminais?

O sêmen, também conhecido como esperma, é formado pela mistura dos espermatozoides com o líquido seminal, provenientes das vesículas seminais, da próstata e das glândulas bulbouretrais.

Os parâmetros seminais são critérios definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para serem utilizados como base nos laboratórios. Dessa forma, os valores de referência correspondem a um sêmen saudável e com condições de chegar até a tuba uterina da parceira para fecundar o óvulo.

As análises são realizadas durante o espermograma, que possui vários parâmetros seminais, como:

  • Cor e aspecto: um sêmen saudável possui coloração branca opalescente;
  • Volume: deve conter, no mínimo, 1,5 mL de sêmen na amostra;
  • Número total de espermatozoides: a amostra deve conter, pelo menos, 39 milhões;
  • Vitalidade: a amostra deve ter, pelo menos, 58% dos espermatozoides vivos.

O que é oligozoospermia?

Segundo parâmetros definidos pela OMS, a oligozoospermia ocorre quando o número total de espermatozoides está abaixo do limite de referência, que é de 15 milhões por mililitro de sêmen. Se o número total estiver abaixo de 5 milhões de espermatozoides por mililitro de esperma, a condição é classificada como oligozoospermia grave.

A redução da quantidade de gametas masculinos pode ocorrer por diversas razões, como:

  • Fatores genéticos;
  • Varicocele;
  • Lesões;
  • Doenças testiculares, como a orquite;
  • Estilo de vida, como tabagismo e consumo excessivo de álcool;
  • Obesidade.

O exame mais indicado para diagnosticar a oligozoospermia é o espermograma. Ele é o principal exame para investigar a fertilidade masculina, sendo realizado a partir de uma coleta seminal. A amostra é avaliada considerando critérios micro e macroscópicos referentes à qualidade e à quantidade do sêmen e dos seus componentes. A presença de alguma alteração pode indicar infertilidade.

Qual a relação entre oligozoospermia e infertilidade?

A infertilidade conjugal pode ser provocada em 50% dos casos por fatores femininos. Já os fatores masculinos são responsáveis por cerca de 40%. Nos 10% restantes não é possível diagnosticar o motivo da dificuldade para engravidar, condição que é chamada de infertilidade sem causa aparente (ISCA).

Se o casal estiver há mais de 12 meses tentando engravidar sem sucesso, uma investigação da infertilidade conjugal deve ser feita. Como a idade compromete a fertilidade feminina, esse intervalo diminui para 6 meses se a parceira tiver mais do que 35 anos.

A presença de alguma alteração seminal, como a oligozoospermia, pode comprometer a fertilidade masculina. Afinal, um número menor de espermatozoides irá percorrer o trajeto até as tubas uterinas para fecundar o óvulo, diminuindo as chances de uma gestação.

Além da oligozoospermia, existem diversas condições que também podem provocar alterações seminais. A azoospermia é uma delas, sendo uma das principais causas de infertilidade masculina. Enquanto na oligozoospermia existe uma redução na quantidade de gametas, a azoospermia é caracterizada pela ausência de espermatozoides no sêmen.

Nesse caso, ela pode acontecer por um problema na produção dos gametas ou por uma obstrução que impede os espermatozoides de alcançarem o sêmen. A boa notícia é que para ambos os casos existem tratamento, como abordaremos a seguir.

 

Como a reprodução assistida pode ajudar homens com oligozoospermia?

A partir do diagnóstico é possível definir o melhor tratamento para a oligozoospermia, que pode ser medicamentoso, cirúrgico ou por reprodução assistida. Esta última é indicada, principalmente, nos casos mais graves de oligozoospermia.

Entre elas, a fertilização in vitro (FIV) é a técnica de reprodução assistida indicada para homens com alterações seminais. Ela possui uma alta taxa de sucesso e a maior parte dos seus processos ocorre em laboratório. Para realizá-la, os gametas do casal são coletados e preparados para que apenas os de maior qualidade participem do processo.

Para os pacientes com oligozoospermia, a coleta pode ser por masturbação ou por um procedimento de recuperação espermática, onde os espermatozoides são retirados diretamente dos epidídimos ou dos testículos.

Em seguida, a fecundação é realizada por uma técnica chamada de ICSI, que utiliza um único espermatozoide para fecundar o óvulo. Os embriões formados ficam em observação por alguns dias antes de serem transferidos para o útero da mulher.

Outra alternativa para pacientes com oligozoospermia é a criopreservação dos espermatozoides. Ela é realizada de forma preventiva para garantir que o homem terá gametas disponíveis quando quiser iniciar o tratamento de reprodução assistida. Os espermatozoides podem ficar congelados por tempo indeterminado sem perder a qualidade.

A oligozoospermia é uma alteração seminal caracterizada por uma redução na quantidade de espermatozoides no sêmen. Segundo parâmetros definidos pela OMS, se o número total estiver abaixo de 15 milhões por mililitro de sêmen, o homem é diagnosticado com oligozoospermia. A baixa contagem de gametas dificulta a gravidez, mas o casal pode recorrer à FIV para ter filhos biológicos.

Assim como a oligozoospermia, a azoospermia também é uma condição que altera os parâmetros seminais. Embora seja uma das principais causas de infertilidade masculina, existe tratamento. Para se aprofundar no tema, confira a nossa página sobre a azoospermia!

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Azoospermia e reprodução assistida

A fertilidade dos homens depende principalmente de dois aspectos: a ausência de obstruções no trajeto da ejaculação e da integridade de todos os componentes do sêmen. O líquido ejaculado ou sêmen é formado pelos espermatozoides e os líquidos produzidos pelas glândulas anexas. Após sua formação, […]

A fertilidade dos homens depende principalmente de dois aspectos: a ausência de obstruções no trajeto da ejaculação e da integridade de todos os componentes do sêmen.

O líquido ejaculado ou sêmen é formado pelos espermatozoides e os líquidos produzidos pelas glândulas anexas. Após sua formação, essas células são encaminhadas para os epidídimos, onde adquirem motilidade – com o desenvolvimento da cauda – e seguem para o encontro com os líquidos seminais.

As glândulas anexas abrem-se nos ductos deferentes, que também recebem os espermatozoides, dos epidídimos, formando o sêmen que será ejaculado.

Nesse sentido, a azoospermia – ausência de espermatozoides no ejaculado – é considerada uma das condições mais graves de infertilidade masculina.

Siga conosco a leitura do texto a seguir e entenda melhor como a reprodução assistida pode ajudar homens com azoospermia a ter filhos.

O que é azoospermia?

Por definição, a azoospermia, independentemente de suas causas, é diagnosticada quando a concentração de espermatozoides no sêmen não atinge os níveis mínimos, sendo por isso considerado um sêmen sem espermatozoides.

Os motivos pelos quais isso acontece, no entanto, podem ter diferentes naturezas – que reverberam também no grau de infertilidade masculina e nas possibilidades ou não de reversão deste quadro.

Azoospermia obstrutiva

Na azoospermia obstrutiva, a ausência de espermatozoides no sêmen deve-se a eventuais bloqueios e obstruções em uma ou mais partes do trajeto percorrido na ejaculação, desde seu início, com a espermatogênese.

Isso significa que, nestes casos, pode não haver qualquer problema na produção de espermatozoides, que apenas não alcançam os ductos deferentes para compor o sêmen em função das obstruções.

Essa forma de azoospermia pode ser provocada pela contaminação com DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), como a clamídia – que pode deixar cicatrizes nos epidídimos, mesmo após o tratamento antibiótico e a erradicação dos microrganismos envolvidos na infecção.

Mesmo nos casos em que a infecção – e o processo inflamatório decorrente dela – não atinge o cordão espermático, a uretrite masculina também pode afetar a presença de espermatozoides no sêmen – embora nesses casos seja mais comum que o sêmen apresente uma grande concentração de espermatozoides mortos do que um diagnóstico clássico de azoospermia.

A vasectomia – cirurgia de esterilização voluntária masculina – é também uma forma de criar um quadro de azoospermia obstrutiva, ainda que artificial, com a interrupção dos epidídimos, impedindo que os espermatozoides se unam aos líquidos glandulares.

Azoospermia não obstrutiva

Quando, após o espermograma e a constatação da azoospermia, não são identificados quaisquer obstruções no trajeto do sêmen, a suspeita de azoospermia não obstrutiva deve ser considerada.

Nestes casos, é comum que existam problemas na própria espermatogênese, de origem genética ou adquirida, que prejudicam a formação das células reprodutivas masculinas, resultando na sua ausência no líquido ejaculado.

A varicocele é uma das condições mais frequentes nos diagnósticos de azoospermia não obstrutiva: os defeitos valvulares que originam as veias varicosas da varicocele aumentam a temperatura interna da bolsa escrotal, que normalmente é mantida abaixo da temperatura média corporal para que a espermatogênese aconteça.

Como a varicocele é uma doença progressiva, o comprometimento testicular pode variar de acordo com a rapidez em que se busca tratamento.

Reprodução assistida para azoospermia

É importante lembrar que, na azoospermia, a ausência de espermatozoides no ejaculado não somente impede a fecundação por vias naturais, mas também restringe o tratamento com a reprodução assistida, já que as técnicas de baixa complexidade – IA (inseminação artificial) e RSP (relação sexual programada) não podem ser indicadas para todos os casos.

A FIV é a técnica de reprodução assistida mais indicada

A FIV (fertilização in vitro), considerada uma técnica de alta complexidade, é a única técnica em que é possível realizar formas diversas de coleta e seleção dos espermatozoides – o que a torna o conjunto de procedimentos mais indicado para a maior parte dos casos de infertilidade masculina por azoospermia.

Embora em alguns casos a IA possa ser uma técnica indicada para infertilidade por alterações seminais, o preparo seminal possível nesta técnica e na FIV pode ser insuficiente, principalmente porque utiliza amostras de sêmen obtido por masturbação – e nos quadros de azoospermia só é possível obter espermatozoides por recuperação espermática.

A FIV oferece ainda mais vantagens para os casos de infertilidade por azoospermia, como o PGT (teste genético pré-implantacional) – indicado para os casos de azoospermia genética, já que rastreia os embriões evitando a transmissão hereditária da infertilidade – e a fecundação por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) – que melhora as chances de sucesso da fecundação na FIV.

Recuperação espermática para os casos mais graves de azoospermia

Além da presença ou ausência de obstruções no trajeto ejaculatório, as azoospermias obstrutiva e não obstrutiva apresentam outra grande diferença: enquanto na primeira é comum que a produção de espermatozoides esteja íntegra, na segunda esta chance é relevantemente menor.

Essa diferença é determinante na escolha pelas diversas formas de recuperação espermática disponíveis, que possibilitam a coleta de células reprodutivas masculinas diretamente dos testículos (TESE e Micro-TESE) e cordão espermático (PESA e MESA).

Nas técnicas complementares PESA (percutaneous epididymal sperm aspiration) e MESA (microsurgical epididymal sperm aspiration), indicadas para azoospermia obstrutiva, os espermatozoides são coletados diretamente dos epidídimos, antes das obstruções.

Na PESA essa coleta é menos invasiva, realizada pela inserção de uma agulha específica através da bolsa escrotal, até os epidídimos, para aspiração dos espermatozoides, com anestesia local.

A MESA, técnica mais complexa, invasiva, os testículos são expostos e o epidídimo é analisado por um microscópio cirúrgico, que ajuda na busca por espermatozoides, nos casos mais severos.

Para azoospermia não obstrutiva, as técnicas indicadas são a TESE (testicular sperm extraction) e a micro-TESE (microsurgical testicular sperm extraction), que buscam espermatozoides diretamente nos túbulos seminíferos, onde a espermatogênese acontece.

Ambas são procedimentos cirúrgicos abertos, em que uma biópsia do tecido testicular é realizada para obtenção dos espermatozoides. A diferença entre essas técnicas é também a utilização do microscópio cirúrgico, presente na micro-TESE.

FIV com doação de sêmen: entenda melhor

A FIV com doação de sêmen também é uma possibilidade para que o casal com infertilidade conjugal por azoospermia possa engravidar, indicada normalmente após tentativas anteriores que não resultaram em gestação.

Nestes casos, os procedimentos são idênticos aos da FIV tradicional, com a diferença de que sêmen utilizado deve ser descongelado antes da fecundação. É importante lembrar que na FIV com doação de sêmen as identidades do doador e do casal é mantida em absoluto sigilo.

Entenda melhor outros aspectos da azoospermia tocando neste link.

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