As tubas uterinas, também conhecidas como trompas de falópio, são duas estruturas em forma de tubo, com aproximadamente 10 cm de comprimento cada. Ficam localizadas uma de cada lado do útero e se ligam aos ovários, em sua outra extremidade. Na extremidade que se conecta […]
As tubas uterinas, também conhecidas como trompas de falópio, são duas estruturas em forma de tubo, com aproximadamente 10 cm de comprimento cada. Ficam localizadas uma de cada lado do útero e se ligam aos ovários, em sua outra extremidade.
Na extremidade que se conecta aos ovários, as tubas possuem pequenos filamentos chamados fímbrias. É por elas que os óvulos são coletados, quando liberados dos folículos ovarianos na ovulação. Já na outra extremidade, as tubas se abrem para dentro da cavidade uterina.
As tubas uterinas são estruturas que compõem o sistema reprodutor feminino, assim como o útero, a vulva, a vagina e os ovários, e são fundamentais para a fertilidade da mulher, já que também servem de passagem para os espermatozoides chegarem até o óvulo, além de ser o local onde a fecundação acontece.
Além disso, também é pelas tubas uterinas que o embrião formado na fecundação é transportado até a cavidade uterina, para se implantar no endométrio e dar início à gestação. Isso acontece com o auxílio de pequenas estruturas ciliares, que existem nas paredes internas das tubas, além dos movimentos peristálticos tubários.
Anomalias que afetam as tubas uterinas geralmente causam obstruções e podem fazer com que a mulher apresente quadros de infertilidade feminina.
Continue na leitura do texto para entender melhor o que é a obstrução das tubas uterinas e como ela pode afetar a capacidade de a mulher ter filhos. Boa leitura!
Assim que os espermatozoides são liberados dentro do organismo da mulher, no ato sexual, têm um longo caminho a percorrer, desde o colo do útero até as tubas uterinas, local em que acontece a fecundação.
Para que a fecundação aconteça, é necessário que a mulher esteja em seu período fértil, ou seja, que um óvulo já maduro tenha sido recentemente liberado pelos folículos ovarianos. Assim que é liberado, esse gameta é captado pelas fímbrias e fica aguardando a chegada dos espermatozoides nas tubas uterinas para ser fecundado.
Quando a fecundação acontece, a célula inicial, chamada zigoto, passa por um pequeno período de maturação para a formação do embrião propriamente dito. Esse embrião é então transportado pelas tubas uterinas até o útero.
No útero, o embrião ainda precisa realizar a nidação, ou seja, se fixar no endométrio para continuar seu desenvolvimento. Nesse sentido, é fundamental que o endométrio esteja preparado e receptivo para a chegada desse embrião, possibilitando a nidação e mantendo a gestação até o final.
A obstrução das tubas uterinas se caracteriza pelo fechamento ou estreitamento do canal interno. Isso pode acontecer devido a diferentes fatores, sendo que as principais causas são as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e processos inflamatórios graves (salpingite). As doenças mais comuns que provocam obstrução, são a endometriose e a clamídia.
A endometriose forma aderências nas tubas uterinas, compostas por tecido endometrial ectópico, que podem obstruir a passagem.
Infecções, como a causada pela clamídia, podem chegar até as tubas causando salpingite, que é a inflamação dessas estruturas. Essa inflamação resulta em inchaço, que também provocar a obstrução das tubas uterinas.
A obstrução das tubas uterinas causa infertilidade principalmente porque impede a passagem dos espermatozoides para fecundar o óvulo.
Em alguns casos, os espermatozoides podem conseguir atravessar a obstrução e chegar até o óvulo, fecundando-o. Quando isso acontece, o embrião formado, impedido de chegar ao útero pela obstrução, pode realizar a nidação na parede da própria tuba, causando uma gravidez ectópica.
Essa é uma situação bastante grave, já que o desenvolvimento nas tubas uterinas oferece risco à vida da mulher, sendo, por isso, uma condição que deve ser tratada com urgência.
Como a obstrução das tubas uterinas não costuma apresentar sintomas específicos, além da dificuldade em engravidar, a maioria das mulheres só consegue identificar o problema quando está tentando ter filhos e não consegue.
Ao buscar atendimento médico para investigar as causas da infertilidade, pode surgir a suspeita de que o problema esteja relacionado à obstrução das tubas uterinas. Principalmente quando doenças como a endometriose ou a clamídia são diagnosticadas.
O exame mais específico, utilizado para fazer o diagnóstico da obstrução das tubas uterinas é a histerossalpingografia, que normalmente é precedida da ultrassonografia transvaginal, que verifica a possibilidade de outras doenças simultâneas.
Para a realização da histerossalpingografia, uma substância de contraste é injetada pelo canal vaginal e realizado um exame de raio-X, para que a obstrução, caso exista, possa ser visualizada.
O tratamento da obstrução das tubas uterinas depende das causas. Quando é causada por inflamações consequentes de infecções, como a clamídia, pode ser resolvida com o tratamento dessa infecção, utilizando-se antibióticos.
Em alguns casos, porém, mesmo após o tratamento, a mulher pode apresentar sequelas formadas por cicatrizes, e a obstrução continua causando infertilidade e oferecendo risco de uma gravidez ectópica.
Já no caso da obstrução das tubas uterinas causada pela endometriose, geralmente a infertilidade é irreversível, já que o próprio tratamento para a retirada dos focos endometrióticos oferece risco de dano às tubas, por sua delicadeza.
Mulheres em idade fértil que estão com dificuldade de engravidar em decorrência de obstrução das tubas uterinas ainda podem recorrer às técnicas de reprodução assistida para conseguir ter filhos.
A FIV (fertilização in vitro) é uma técnica de reprodução assistida que consegue contornar a maior parte dos problemas por trás da infertilidade. Isso porque possibilita que os gametas femininos sejam coletados, assim como as células reprodutivas masculinas, e realizando a fecundação em ambiente laboratorial.
O que permite contornar os problemas de obstrução das tubas uterinas, restabelecendo a possibilidade de ter filhos novamente.
Após o cultivo embrionário na FIV, os embriões são transferidos ao útero e espera-se que a gestação tenha início com a implantação.
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MaisA integridade dos ovários, das tubas uterinas e do útero, é fundamental para a fertilidade feminina, mas o fato dessas estruturas desempenharem papéis diferentes nos processos da reprodução faz com que suas alterações reflitam consequências também diversas. O útero é um órgão que participa do […]
A integridade dos ovários, das tubas uterinas e do útero, é fundamental para a fertilidade feminina, mas o fato dessas estruturas desempenharem papéis diferentes nos processos da reprodução faz com que suas alterações reflitam consequências também diversas.
O útero é um órgão que participa do ciclo reprodutivo, com ou sem fecundação, quando sofre modificações celulares que o preparam para receber um possível embrião. Se a fecundação não acontece, é a descamação do endométrio, revestimento interno da cavidade uterina ‒ que produz o sangue menstrual.
Se há fecundação, o útero passa a ser central também para todo o período gestacional, já que o desenvolvimento do embrião e, posteriormente, do feto acontecem nesse órgão, da nidação ao parto.
Nesse sentido, as alterações fisiológicas e anatômicas do útero, como o útero bicorno, comumente podem resultar em quadros de infertilidade feminina, por oferecer riscos a diversas etapas da gravidez, como veremos no texto a seguir. Boa leitura!
O sexo biológico dos embriões é determinado pela combinação dos cromossomos sexuais, herdados de pai e mãe na fecundação, mas a diferenciação da anatomia dos aparelho reprodutores femininos e masculinos acontece somente nas primeiras semanas de desenvolvimento.
Embriões masculinos (XY) e femininos (XX) compartilham, no início de seu desenvolvimento, algumas estruturas indiferenciadas, como os ductos de Müller: um par de ductos que permanece posicionado paralelamente até a 9ª semana do desenvolvimento embrionário.
Aproximadamente na 10ª semana de gestação, a fusão parcial dos ductos de Müller acontece no embrião feminino (XX), formando o útero e as tubas uterinas, enquanto no embrião masculino (XY) a produção do hormônio antimülleriano impede essa fusão e os ductos de Müller permanecem paralelos, formando parte do cordão espermático.
Como a fusão dos ductos de Müller nos embriões femininos é parcial, o trecho inferior desses ductos funde-se formando o útero, e os superiores, que permanecem separados, formam as tubas uterinas.
A maior parte das malformações anatômicas do útero é congênita e resulta de falhas no processo de fusão parcial dos ductos de Müller durante o desenvolvimento embrionário. Essas falhas variam entre fusões mais, ou menos, completas.
De forma geral, problemas anatômicos do útero são divididos em:
No útero septado, há um grau menor de falha na fusão dos ductos de Müller, que resulta na presença de um septo, como uma membrana que se projeta para o interior da cavidade uterina.
Quando a fusão dos ductos de Müller é praticamente incompleta, útero didelfo e útero bicorno, o órgão pode se mostrar dividido ou duplicado.
Se a fusão é completa, como nos casos de útero unicorno, observa-se a formação de apenas uma das tubas uterinas, como se essa estrutura única fosse um prolongamento do útero.
Enquanto no útero septado observamos um prolongamento das camadas mais próximas à superfície da parede uterina, formando o septo, no útero bicorno a mulher apresenta um invaginação de todas as camadas da parede uterina, fazendo com que o órgão se mostre deformado, adquirindo um formato semelhante ao de coração.
Se a falha na fusão é ainda mais severa, a mulher pode apresentar também o colo do útero duplicado, aspecto que diferencia o útero bicorno do útero didelfo.
A maior parte dos casos de útero bicorno não produz sintomas perceptíveis e é comum que a mulher tome conhecimento de sua condição nos exames de rotina. O diagnóstico do útero bicorno é feito majoritariamente por exames de imagem, como a histerossalpingografia e a ultrassonografia transvaginal.
Em alguns casos, a mulher com útero bicorno pode apresentar sintomas como ovulação acompanhada de desconforto, dor abdominal, dispareunia (dor durante a relação sexual) e alterações no ciclo menstrual.
Para compreender a relação entre a condição de útero bicorno e a infertilidade feminina, é importante lembrar que o conceito de infertilidade não engloba somente a dificuldade para conseguir uma gestação, mas também a capacidade de chegar ao parto e passar por ele sem maiores intercorrências.
Nos casos de útero bicorno, a invaginação da parede uterina pode acontecer em diversos graus, provocando problemas que variam desde a diminuição no espaço para o desenvolvimento do feto, o que demanda acompanhamento especial e pode afetar o desenvolvimento embrionário e fetal, até a duplicação completa do útero, que pode provocar perda gestacional e aborto de repetição.
Entre as principais consequências do útero bicorno para a fertilidade feminina, destacamos também a possibilidade de o trabalho de parto ter início antes do tempo previsto, com rompimento prematuro da placenta, o que pode oferecer riscos à mulher e ao bebê durante o parto.
Além disso, a deformação uterina pode dificultar a saída da placenta, após o parto, aumentando os riscos de hemorragia e da contaminação do útero, que se mostra mais vulnerável após o parto.
Em geral, a mulher com útero bicorno consegue engravidar sem grandes problemas, embora nos casos mais graves, mesmo o início da gestação pode ser comprometido.
A mulher que engravida já sabendo do diagnóstico de útero bicorno, precisa passar por um pré-natal especial, com um acompanhamento mais rigoroso do desenvolvimento embrionário e fetal para prevenir complicações.
Quando a mulher com útero bicorno não apresenta sintomas além da infertilidade, a condição normalmente não demanda tratamento, apenas o acompanhamento pré-natal. Contudo, os casos mais graves podem ser abordados cirurgicamente, para a correção das falhas que levaram à duplicação do útero.
A reprodução assistida também é uma possibilidade para a mulher que não consegue manter uma gestação devido a deformações uterinas. Nesses casos, a técnica mais indicada é a FIV (fertilização in vitro) com cessão temporária de útero, quando embriões formados com as células reprodutivas dos pais são transferidos ao útero de outra mulher, parente de até quarto grau dos pacientes em tratamento.
A infertilidade feminina pode ter, ainda, diversas causas além das malformações uterinas. Toque neste link e conheça as principais!
MaisO endométrio é a camada que reveste a parede interna do útero e participa de forma significativa do sistema reprodutivo da mulher, principalmente na gestação do bebê. A cada ciclo menstrual, o endométrio passa por modificações em sua morfologia. Alguns dias após o fim da […]
O endométrio é a camada que reveste a parede interna do útero e participa de forma significativa do sistema reprodutivo da mulher, principalmente na gestação do bebê.
A cada ciclo menstrual, o endométrio passa por modificações em sua morfologia. Alguns dias após o fim da menstruação, estimulado pela ação do estrogênio retoma seu processo de espessamento, reiniciando a preparação para receber o embrião.
Após a ovulação, esse processo é finalizado pela ação da progesterona, para que, caso o óvulo seja fecundado, o endométrio esteja receptivo para o embrião se implantar, processo que dá início à gestação.
O preparo endometrial, que leva à receptividade do endométrio, é fundamental para o sucesso da gestação. Pois quando isso não acontece de maneira adequada, o embrião não consegue fazer a nidação, ou seja, se implantar no endométrio, e a mulher pode passar por uma série de abortamentos espontâneos, que caracterizam o aborto de repetição.
Diversas doenças, como a endometrite, pólipos endometriais e os miomas uterinos, afetam o endométrio e podem reduzir de maneira significativa a capacidade reprodutiva da mulher, inclusive levando à infertilidade feminina.
Ainda assim, essas mulheres podem recorrer às técnicas de reprodução assistida para realizar o sonho de uma gravidez.
Acompanhe este texto para entender qual a relação entre a endometrite e a reprodução assistida. Boa leitura!
A endometrite é a inflamação do endométrio, que geralmente ocorre como consequência de vaginites e outras infecções, que podem se espalhar pelas estruturas da cavidade pélvica, incluindo o endométrio. Na maioria dos casos a endometrite é provocada por DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), como a clamídia e a gonorreia, embora também existam outras causas.
As mulheres que passaram recentemente por partos, abortamentos espontâneos e curetagens têm mais chance de desenvolver endometrite, já que estes eventos tornam o útero e o endométrio mais vulnerável à contaminação e, consequentemente, ao desenvolvimento da endometrite. Além disso, a inflamação pode ser consequência de resíduos placentários ou abortivos.
Procedimento cirúrgicos que manipulam o endométrio, como o uso da histeroscopia para retirada de massas tumorais, pólipos endometriais e miomas uterinos, também podem provocar uma reação inflamatória como resposta para possíveis lesões mecânicas causas pelo procedimento cirúrgico, resultando em endometrite.
Além das consequências gerais da endometrite, a inflamação que caracteriza essa doença pode afetar a fertilidade das mulheres por impedir o preparo do endométrio, fazendo com que não esteja receptivo para o embrião quando a fecundação acontece.
A falta de receptividade do endométrio e o ambiente inóspito criado pela inflamação impossibilitam que o embrião, ao chegar no útero, consiga realizar a nidação. Em alguns casos, a mulher não chega nem a saber que estava grávida e, especialmente quando a endometrite não apresenta outros sinais, a suspeita de infertilidade surge com a dificuldade para engravidar.
Em outros casos, a nidação pode acontecer, porém o ambiente endometrial inóspito, criado pela endometrite, pode provocar um abortamento espontâneo. É comum que as mulheres com essa condição passem por mais de um abortamento espontâneo, de forma sequencial, o que caracteriza o aborto de repetição.
É importante lembrar que isso acontece tanto na reprodução natural como nos tratamentos de reprodução assistida.
Atualmente a reprodução assistida conta com 3 técnicas principais, a FIV (fertilização in vitro), a IA (inseminação artificial) e a RSP (relação sexual programada). A saúde do endométrio é fundamental em todas elas, embora a FIV tenha mais ferramentas para lidar com esse problema.
A FIV é a técnica mais avançada de reprodução assistida, sendo considerada e alta complexibilidade porque possui diversos recursos, especialmente a fecundação em laboratório, que permitem auxiliar às mais diferentes demandas reprodutivas da atualidade.
Além da utilização da estimulação ovariana, feita com medicamentos hormonais para obter o maior número de gametas maduros e saudáveis possível, a FIV permite que os gametas, tanto masculinos, como femininos sejam coletados e fecundados em laboratório.
Os embriões formados são, então, cultivados por alguns dias e transferidos ao útero. A partir daí, para que a gravidez aconteça o endométrio precisa estar receptivo e saudável, permitindo que um dos embriões transferidos consiga realizar a nidação, processo que deve acontecer de maneira natural, ou seja, não há nenhuma interferência.
Porém, na FIV é possível o preparo controlado do endométrio com o congelamento de todos os embriões, freeze-all, e transferência apenas no ciclo seguinte, nos casos em que não está adequado para receber o embrião.
Para isso, a mulher recebe medicamentos hormonais que normalizam os níveis de estrogênio e progesterona, hormônios envolvidos no ciclo endometrial. Quando o endométrio está receptivo, período apontado por exames, os embriões são descongelados e transferidos, com chances melhores de realizar a nidação.
Na IA, a mulher também passa pela estimulação ovariana, realizada com dosagens hormonais mais baixas para evitar gestações gemelares, mas os gametas masculinos também podem ser selecionados.
Após o sêmen ser coletado, é levado para o laboratório e passa pelo preparo seminal, que possibilita a seleção dos melhores espermatozoides, posteriormente inseridos diretamente na cavidade uterina durante o período fértil da mulher para que a fecundação ocorra nas tubas uterinas, de forma natural.
A RSP é a técnica mais simples de reprodução assistida, indicada para quadros leves de infertilidade feminina. Nela, somente é feita a estimulação ovariana, com protocolos semelhantes aos utilizados na IA, e o acompanhamento com exames de imagem para determinar qual o momento ideal para intensificar a relação sexual.
Como nessas técnicas a fecundação acontece naturalmente, o sucesso do tratamento depende de um endométrio saudável para o ciclo de preparo ocorrer sem nenhuma interferência e o embrião se implantar, dando início à gestação.
Como vimos, mesmo para a FIV, que permite a participação direta no controle das diversas etapas da gravidez, a saúde do endométrio é essencial.
Isso porque em todas as técnicas de reprodução assistida, a nidação precisa acontecer de forma natural, ou seja, o endométrio precisa estar saudável e receptivo para receber o embrião e este precisa conseguir realizar a nidação para que os tratamentos sejam bem-sucedidos.
Assim, a endometrite precisa ser previamente tratada para a realização de qualquer uma das técnicas de reprodução assistida.
Após o tratamento e com a doença erradicada, é possível indicar a técnica de reprodução assistida mais adequada para cada caso.
Quer saber mais sobre a endometrite, toque neste link!
MaisA uretra é uma estrutura tubular do corpo humano, que tem como principal função excretar a urina, resíduo da filtração que os rins fazem do sangue. No homem, também acumula a função de canal para a passagem do sêmen na ejaculação. A uretra possui uma […]
A uretra é uma estrutura tubular do corpo humano, que tem como principal função excretar a urina, resíduo da filtração que os rins fazem do sangue. No homem, também acumula a função de canal para a passagem do sêmen na ejaculação.
A uretra possui uma das extremidades conectada à bexiga e a outra ao óstio externo da uretra, tanto no corpo do homem quanto no da mulher. No homem, a uretra se estende desde a bexiga até sua abertura, na extremidade do pênis, mais especificamente na ponta da glande peniana. Já na mulher, da bexiga até a vulva.
A uretra masculina possui aproximadamente 20 cm de comprimento, já que em seu percurso ela passa por toda a extensão do pênis, desde a base, local em que, internamente, se conecta aos ductos ejaculatórios.
Várias estruturas glandulares, incluindo a próstata, liberam os líquidos que compõem o sêmen, que recebem dos epidídimos também os espermatozoides. Na ejaculação, o sêmen é direcionado para a uretra e expelido por ela.
No corpo feminino, a uretra possui, em média, apenas 4 cm de comprimento, desde a conexão com a bexiga até a saída na vulva. Embora esteja próxima do canal vaginal, envolta pelos grandes lábios da vulva, não compartilha qualquer trajeto com o aparelho reprodutivo das mulheres, diferente do que acontece no corpo masculino.
Diversas doenças, principalmente infecciosas, como as causadas por DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), podem afetar a uretra de homens e mulheres. Estas infecções, bem como traumas na região, podem causar a uretrite, doença que pode se tornar um problema mais sério, inclusive para a fertilidade, quando não tratado adequadamente.
Siga a leitura do texto a seguir para entender mais sobre como a uretrite e como pode ser tratada. Aproveite!
Uretrite é a inflamação da uretra e é uma condição muito comum, que afeta tanto homens quanto mulheres.
De maneira geral, a uretrite é causada por agentes microbianos, especialmente bactérias, como é o caso de algumas DSTs, incluindo a clamídia ou a gonorreia. Porém, pode também ser causada por traumas ou sequelas de alguma intervenção cirúrgica no local, como a introdução de sondas.
A gonorreia e a clamídia são as DSTs mais comuns em homens e mulheres e também uma das causas de uretrite em ambos. A inflamação que caracteriza a uretrite acontece quando os microrganismos causadores dessas doenças atingem a uretra, disparando uma resposta do sistema imunológico, que envia células de defesa para atacar os “invasores”, gerando os sintomas da uretrite.
Os sintomas da uretrite variam dependendo de suas causas. Por isso, a condição é classificada em 2 tipos, a uretrite gonocócica e a não gonocócica.
A uretrite gonocócica é aquela causada exclusivamente pela gonorreia e costuma apresentar sintomas mais intensos, o que facilita o diagnóstico precoce e permite que o tratamento seja feito de forma mais rápida.
Já nos casos de uretrite não-gonocócica, como a causada pela clamídia ou outras bactérias, pode ser assintomática nas fases iniciais, o que contribui para o desenvolvimento da doença e também para sua transmissão.
Os sintomas mais comuns da uretrite gonocócica são corrimento vaginal e peniano em quantidade elevada, com mau cheiro e purulento, além de dor e ou ardor ao urinar ou ao ejacular (no caso dos homens) e vontade constante de urinar, sem que saia muita urina.
Nas uretrites não gonocócicas, apesar de geralmente serem silenciosas, quando sintomáticas os sintomas mais comuns são corrimento esbranquiçado, em pouca quantidade e, principalmente após urinar, a sensação de coceira no canal da uretra. Dificuldade em urinar, acompanhada de ardor também podem ser sinais de uretrite não gonocócica.
O diagnóstico da uretrite é realizado principalmente pela observação dos sintomas apresentados na primeira consulta médica. Dependendo da intensidade, é possível optar pelo início do tratamento mesmo antes dos exames complementares, apenas baseado nessa observação.
Além do exame clínico, é importante que as causas exatas do problema sejam bem conhecidas. Para isso, são realizados exames como a urocultura, que utiliza uma amostra de urina para identificar as causas da infecção, assim como as secreções da uretra podem ainda ser coletadas e enviadas ao laboratório para análise e identificação mais precisa dos microrganismos que estão causando a doença.
O tratamento da uretrite de maneira geral é feito com a utilização de medicamentos antibióticos.
Os antibióticos utilizados vão variar dependendo do tipo de uretrite, se é gonocócica ou não-gonocócica. Em ambos os casos, o antibiótico normalmente é administrado em dose única.
Quando a uretrite não é tratada em tempo, o que costuma acontecer em casos da não-gonocócica, por ser um tipo que pode não apresentar muitos sintomas nas fases iniciais, a infecção pode se espalhar para estruturas do sistema reprodutivo, no caso dos homens, já que a uretra está diretamente conectada ao cordão espermático, levando à infertilidade temporária.
Em alguns casos, contudo, mesmo após o tratamento medicamentoso, o homem pode continuar apresentando infertilidade. Isso acontece porque a uretrite pode deixar sequelas na uretra, em forma de cicatrizes e aderências, causando um estreitamento que interfere na passagem dos espermatozoides.
Homens que apresentam infertilidade decorrente de sequelas da uretrite e que ainda desejam ter filhos, podem recorrer às técnicas da reprodução assistida para realização desse desejo.
Como a reprodução assistida pode auxiliar nesses casos?
As técnicas de reprodução assistida, principalmente a FIV (fertilização in vitro), conseguem contornar os problemas que estão causando a infertilidade.
Isso é possível porque com a FIV os gametas, tanto do homem quanto da mulher, podem ser coletados diretamente das estruturas que os produzem ou armazenam. A FIV também permite que somente os mais promissores sejam selecionados para a fecundação, que é feita em ambiente laboratorial. Os embriões, após alguns dias de desenvolvimento, são transferidos para o útero.
Os embriões excedentes são criopreservados e, quando um ciclo de tratamento com a FIV não obtém sucesso, o casal pode repetir a transferência embrionária em um próximo, para que a gravidez se concretize.
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MaisA endometriose é uma doença bem conhecida entre as mulheres. Apesar disso, a maioria desconhece o fato de existirem diferentes tipos e cada um se apresentar de maneira diferente. Nesse sentido, cada tipo de endometriose pode gerar um conjunto de sintomas, além de uma série […]
A endometriose é uma doença bem conhecida entre as mulheres. Apesar disso, a maioria desconhece o fato de existirem diferentes tipos e cada um se apresentar de maneira diferente.
Nesse sentido, cada tipo de endometriose pode gerar um conjunto de sintomas, além de uma série de consequências em comum, como alterações na capacidade reprodutiva. A endometriose ovariana, por exemplo, afeta os ovários e pode causar infertilidade.
Esse tipo de endometriose causa pequenos cistos nos ovários, lesões endometrióticas denominadas endometriomas. O crescimento desses cistos, que ocorre sob a influência do estrogênio, pode danificar os ovários, ao prejudicar a reserva ovariana, a qualidade dos gametas, além do amadurecimento e liberação deles, provocando infertilidade por diversos fatores.
A endometriose é uma doença estrogênio-dependente, assim como os pólipos endometriais e miomas uterinos.
Isso significa que o aumento ou a diminuição dos sintomas, bem como o desenvolvimento da doença, estão diretamente relacionados à presença desse hormônio, em maior ou menor quantidade, durante os ciclos reprodutivos da mulher.
Acompanhe o texto a seguir para entender qual a relação entre os endometriomas e a infertilidade. Boa leitura!
A endometriose, de forma geral, se caracteriza pela presença de células do endométrio fora da cavidade uterina. Essas células podem surgir aderidas a diferentes estruturas na cavidade pélvica da mulher e, ao se multiplicarem sob a ação do estrogênio no ciclo reprodutivo, formam o que é conhecido por focos endometrióticos.
Nos ovários, permanecem encapsulados, formando pequenos cistos chamados endometriomas, que além das células endometriais são preenchidos por sangue coagulado, o que lhes confere um tom escurecido.
Conforme esses cistos crescem, podem danificar gravemente os ovários comprometendo sua função e, dessa forma, a mulher pode perder a capacidade de ovular. Assim como nos quadros de anovulação consequentes de outras doenças, como a SOP (síndrome dos ovários policísticos), a presença dos endometriomas pode resultar na impossibilidade de ter filhos, ou seja, em infertilidade.
A infertilidade é um problema global, que afeta tanto homens quanto mulheres no mundo todo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente cerca de 15% da humanidade sofre ou sofrerá com infertilidade.
Diversos são os fatores que podem dificultar a capacidade reprodutiva da mulher. Em uma boa parte dos casos, o problema é consequência da endometriose, mas existem outras condições como a endometrite e os miomas uterinos, que também podem causar infertilidade.
Além da endometriose, os fatores de risco mais comuns de infertilidade feminina, são:
É importante observar que a idade é um fator natural para a infertilidade feminina. Isso porque a mulher possui uma quantidade de gametas limitada desde seu nascimento, conhecida como reserva ovariana, que diminui com o envelhecimento e se esgota na menopausa.
Como mencionamos, a mulher já nasce com todos os gametas de que dispõe para utilizar em sua vida, a reserva ovariana, termo que descreve a quantidade de folículos presentes nos ovários, bolsas que contêm os óvulos imaturos.
A cada ciclo menstrual, diversos folículos são recrutados, um deles se torna dominante, desenvolve, amadurece e rompe liberando o óvulo na ovulação. Os que não desenvolveram, são naturalmente eliminados. Assim, conforme a idade avança a reserva ovariana vai diminuindo até chegar ao fim, na menopausa, quando a mulher se torna naturalmente infértil.
Além disso, a qualidade genética dos gametas também pode diminuir com o tempo, aumentando as chances de que a gravidez natural resulte em abortamento, ou no nascimento de um bebê com problemas genéticos. Por isso, é mais comum que mulheres acima dos 35 anos possam apresentar dificuldades para engravidar.
Quando há o diagnóstico de endometriomas, dependendo da extensão da doença, pode ser necessário realizar uma cirurgia para a sua retirada. Porém, durante procedimento, o tecido ovariano ao redor pode ser comprometido, causando muitas vezes infertilidade permanente, mesmo quando é realizado por um profissional especializado.
Por isso, geralmente a mulher em idade fértil que ainda deseja ter filhos é aconselhada a fazer a preservação da fertilidade.
A preservação da fertilidade é possível graças à FIV (fertilização in vitro), que permite posteriormente a fecundação com óvulos criopreservados (congelados), uma vez que esse processo é realizado em laboratório.
Para congelar os óvulos, a mulher passa pela estimulação ovariana, feita com medicamentos hormonais para conseguir o maior número de óvulos maduros possível. Os folículos maduros são coletados por aspiração folicular, os óvulos extraídos, selecionados, congelados e armazenados.
Assim, essa técnica permite que a mulher tenha a fertilidade preservada, podendo utilizar os óvulos para ter filhos após o tratamento cirúrgico dos endometriomas, caso ele afete a sua fertilidade.
A mulher pode utilizar a FIV para engravidar utilizando os óvulos criopreservados. Além disso, quando a doença não está muito avançada, pode optar por não realizar a cirurgia de remoção dos endometriomas, buscando a gravidez com a ajuda da reprodução assistida.
Nesse caso, como existe a possibilidade de uma baixa reserva ovariana e mais dificuldade para ovular mesmo com a estimulação ovariana, o tratamento só pode ser feito pela FIV.
Essa técnica utiliza protocolos de estimulação ovariana mais robustos, diferente das outras de reprodução assistida, como a IA (inseminação artificial), em que a fecundação acontece naturalmente nas tubas uterinas, que não são suficientes para conseguir a quantidade necessária de óvulos maduros quando há presença de endometriomas.
Após a coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides, a fecundação é realizada e os embriões obtidos são cultivados de 3 a 6 dias, quando são transferidos ao útero para se implantar no endométrio e dar início a gestação.
Quer saber mais sobre a endometriose? Então, toque neste link!
MaisA maior parte dos problemas relacionados à infertilidade feminina é consequência do funcionamento inadequado dos ovários e da obstrução das tubas uterinas, que inviabilizam a fecundação. Contudo, algumas condições podem alterar o funcionamento de estruturas, como o miométrio, envolvidas na manutenção da gestação até o […]
A maior parte dos problemas relacionados à infertilidade feminina é consequência do funcionamento inadequado dos ovários e da obstrução das tubas uterinas, que inviabilizam a fecundação.
Contudo, algumas condições podem alterar o funcionamento de estruturas, como o miométrio, envolvidas na manutenção da gestação até o parto e, no próprio parto, afetando, dessa forma, a fertilidade feminina.
Quer saber o que é o miométrio e qual seu papel nos processos necessários para o sucesso da gestação? Então, acompanhe a leitura do texto a seguir e saiba mais!
O útero é um dos órgãos mais importantes para a fertilidade feminina:
Cada uma dessas funções está relacionada ao trabalho combinado dos diferentes tecidos que compõem a parede uterina: endométrio, perimétrio e miométrio.
O tecido que primeiro recebe a gestação é o endométrio, formado por células glandulares e estromáticas, que se modificam com a dinâmica hormonal do ciclo reprodutivo. A nidação acontece somente quando o endométrio está receptivo, o que é resultado da ação dos principais hormônios ovarianos: o estrogênio e a progesterona.
Enquanto o endométrio é o tecido mais próximo da placenta, na gestação, o perimétrio é a camada serosa do útero, ou seja, o conjunto de células epiteliais que revestem o órgão e mantêm contato com as outras estruturas da cavidade pélvica.
As células epiteliais têm alto poder de regeneração, o que permite ao útero acompanhar a distensão necessária para acomodar as diversas etapas da gestação.
O miométrio é o tecido situado entre o endométrio e o perimétrio.
Durante algum tempo, os primeiros estudos histológicos sobre o útero, o tecido muscular deste órgão já foi considerado sinônimo do próprio órgão, pela dificuldade em identificar as camadas mais extremas. Nessa época, o miométrio foi sinônimo do próprio útero.
Hoje, sabe-se que a composição celular desses três tecidos é bastante diversa, e o miométrio foi identificado como a camada muscular do útero, formada por células de musculatura lisa. A musculatura lisa, também presente em outros órgãos do corpo humano, é involuntária, mas assim como a musculatura esquelética, tem duas principais capacidades: elástica e contrátil.
Esse movimento, possível pelas capacidades elástica e contrátil do miométrio, é coordenado pela dinâmica hormonal do ciclo reprodutivo quando não há fecundação e pela produção hormonal da placenta quando a mulher engravida.
Uma das principais funções do miométrio é possibilitar o crescimento do útero na medida em que o feto se desenvolve. Para isso, as células musculares se distendem e aumentam a capacidade interna da cavidade uterina sem, no entanto, danificar o útero.
Além da capacidade elástica, a contratilidade uterina é peça fundamental para o parto, auxiliando a descida do feto para o colo do útero e empurrando-o para fora do canal vaginal.
Quando não há fecundação e gestação, durante os ciclos reprodutivos da mulher, a contratilidade uterina também ajuda na expulsão do sangue menstrual, resultado da descamação do endométrio.
As DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) que podem provocar endometrite (inflamação do endométrio), também oferecem risco ao miométrio resultado em miometrite, especialmente quando são assintomáticas e, por isso, de tratamento tardio.
Contudo, as doenças mais comuns do miométrio são os miomas intramurais e a adenomiose.
Miomas uterinos são formações tumorais benignas formadas por tecido semelhante ao miométrio, porém bastante fibroso, que crescem e se desenvolvem no útero sob ação do estrogênio.
A classificação dos miomas uterinos depende do tecido mais afetado por eles. Embora todos os miomas se desenvolvam em contato com o miométrio, são chamados submucosos os que se projetam em direção ao endométrio e subserosos, para o perimétrio.
Os miomas intramurais estão localizados inteiramente no miométrio e afetam diretamente as funções elástica e contrátil do útero, provocando mais frequentemente sintomas como dor abdominal e dismenorreia severa, ou seja, cólicas muito intensas antes e durante o período menstrual.
A adenomiose é uma doença também estrogênio-dependente, como os miomas uterinos, porém, tem como característica o crescimento anormal de um tecido semelhante ao endométrio no miométrio, cujo desenvolvimento é estimulado pela ação do hormônio, levando a um processo inflamatório.
Isso significa que parte das células endometriais se infiltram no miométrio e passam a se desenvolver nessa camada sob a ação do estrogênio.
A adenomiose é classificada segundo a distribuição do tecido ectópico no miométrio, chamada focal quando os focos estão concentrados em um único ponto e difusa quando existem diversos focos espalhados.
Os sintomas mais comuns da adenomiose são reflexo da inflamação do miométrio, resultado da presença do tecido anormal: aumento no fluxo menstrual, sangramento uterino anormal e dismenorreia severa.
Miomas submucosos, embora se projetem em direção ao endométrio, mantêm contato direto com o miométrio e, assim, também podem afetá-lo.
Os problemas específicos no miométrio, como adenomiose, miometrite e os miomas intramurais, interferem na fertilidade feminina dificultando o desenvolvimento e sustentação da gestação, o que pode provocar aborto de repetição, parto prematuro ou gestação de risco, por comprometerem sua capacidade elástica e contrátil e, em tamanhos maiores, a anatomia do útero.
Muitas vezes, a mulher pode receber indicação para histerectomia, a cirurgia para retirada do útero, como em casos graves de miomas e adenomiose. No entanto, mesmo nesses casos, a reprodução assistida pode proporcionar a gravidez com a cessão temporária de útero.
A cessão temporária de útero, técnica complementar à FIV (fertilização in vitro), é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e permite que mulheres com até 4 graus de parentesco dos pacientes em tratamento cedam o útero para o desenvolvimento da gestação, recebendo embriões formados com as células reprodutivas dos pais.
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MaisA reprodução assistida evoluiu muito nas últimas décadas, possibilitando que casais possam ter filhos biológicos após um diagnóstico de infertilidade. As técnicas são classificadas em alta e baixa complexidade. A fertilização in vitro (FIV), faz parte do primeiro grupo, enquanto o coito programado e a […]
A reprodução assistida evoluiu muito nas últimas décadas, possibilitando que casais possam ter filhos biológicos após um diagnóstico de infertilidade. As técnicas são classificadas em alta e baixa complexidade. A fertilização in vitro (FIV), faz parte do primeiro grupo, enquanto o coito programado e a inseminação artificial compõem o segundo.
A FIV possui a maior taxa de sucesso entre as técnicas de reprodução assistida. No entanto, o coito programado e a inseminação artificial, apesar de serem mais simples, também apresentam bons resultados quando indicadas em alguns casos de infertilidade.
Neste texto, vamos mostrar como são realizadas as duas técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade. Boa leitura!
A relação sexual programada (RSP), também chamada coito programado, é considerada a técnica mais simples entre as três disponíveis na reprodução assistida. É indicada para mulheres com até 37 anos e para casos leves de infertilidade, como distúrbios ovulatórios e endometriose superficial.
A fecundação no coito programado acontece da mesma forma que uma gestação natural, por isso, é importante que a paciente tenha tubas uterinas saudáveis. Além disso, os parâmetros seminais do parceiro não devem apresentar alterações.
A técnica visa acompanhar o ciclo menstrual da paciente e aumentar as chances da gravidez por meio da estimulação ovariana, que também é utilizada em todas as técnicas de reprodução assistida. Durante o ciclo menstrual, por influência do hormônio FSH (folículo-estimulante), alguns folículos ovarianos crescem. Os óvulos, que são os gametas femininos, se desenvolvem dentro dessas estruturas.
Porém, apenas um folículo se desenvolve completamente durante esse processo, liberando apenas um óvulo durante a ovulação.
Para aumentar as chances de a fecundação acontecer, a estimulação ovariana utiliza medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de um número maior de folículos. O ideal é que sejam liberados na ovulação entre 1 e 3 óvulos.
Durante todo o processo a mulher faz ultrassonografias seriadas para acompanhar o desenvolvimento dos folículos e determinar o período de maior fertilidade para intensificar as relações sexuais, aumentando a chance de engravidar.
A inseminação artificial (IA), ou inseminação intrauterina, possui algumas semelhanças com o coito programado. Ela é indicada para mulheres com até 37 anos e casos leves de infertilidade feminina ou masculina. Os casais homoafetivos femininos e mulheres que desejam a gestação independente também podem se beneficiar da técnica por meio da doação de sêmen.
O tratamento inicia com a estimulação ovariana, também com o objetivo de obter entre 1 e 3 óvulos. Esse é o número ideal para diminuir o risco de gestação gemelar nas técnicas de baixa complexidade. Durante essa fase, o desenvolvimento dos folículos ovarianos é acompanhado por ultrassonografias.
Quando eles atingem o tamanho ideal, a mulher recebe uma dose do hormônio hCG para induzir a ovulação, que ocorre cerca de 35 horas depois. Em paralelo, o sêmen do parceiro é coletado e preparado para a inseminação. O preparo seminal utiliza técnicas para analisar as amostras e selecionar os espermatozoides de maior qualidade. Assim, as chances de o casal engravidar aumentam.
Os gametas selecionados são inseridos no útero da paciente com o auxílio de um cateter para facilitar a chegada deles até as tubas uterinas, que assim como o coito programado precisam ser saudáveis, para fecundar o óvulo. Em seguida, o embrião formado segue em direção ao útero para se implantar no endométrio e dar início à gestação.
O coito programado e a inseminação artificial possuem uma taxa de sucesso de, aproximadamente, 20% por ciclo. Esse valor é próximo ao de uma gestação natural. No entanto, cada casal é avaliado de forma individual na reprodução assistida e diversos fatores influenciam no resultado do tratamento.
A qualidade dos gametas utilizados, a idade da mulher e a presença de alguma doença associada, são algumas variáveis consideradas para estimar a taxa de sucesso de um tratamento de reprodução assistida.
O coito programado e a inseminação artificial são técnicas utilizadas em casos leves de infertilidade conjugal. A FIV é a técnica mais indicada para os cenários mais graves de infertilidade. Também é uma opção após sucessivas falhas no tratamento com as de baixa complexidade.
Na FIV, os gametas do casal são coletados para a fecundação, que é realizada em laboratório. Os embriões formados passam pela etapa de desenvolvimento embrionário e são observados por 3 a 6 dias. Após esse período, os mais saudáveis, no máximo 3 embriões de acordo com a idade da paciente, são transferidos para o útero.
O coito programado e a inseminação artificial são técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade, indicadas para casos leves de infertilidade e mulheres com até 37 anos. Em ambas, a fecundação acontece nas tubas uterinas, como em uma gestação natural. Porém, para casos mais graves de infertilidade, a FIV apresenta melhores resultados.
Nesse texto, apresentamos uma visão geral das técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade. Para saber mais, confira o que aborda sobre a relação sexual programada!
MaisDurante algum tempo, a infertilidade masculina foi uma condição desconhecida pela ciência, que atribuía todas as causas da infertilidade de um casal a possíveis alterações no corpo feminino. Hoje, não somente sabe-se que os homens também podem ser inférteis, como a medicina reprodutiva vem aperfeiçoando […]
Durante algum tempo, a infertilidade masculina foi uma condição desconhecida pela ciência, que atribuía todas as causas da infertilidade de um casal a possíveis alterações no corpo feminino.
Hoje, não somente sabe-se que os homens também podem ser inférteis, como a medicina reprodutiva vem aperfeiçoando cada vez mais seus procedimentos para atender aos casos de infertilidade conjugal por fatores masculinos.
Este texto mostra como é possível ter um filho biológico mesmo nos casos mais graves de infertilidade masculina, com o auxílio das técnicas de reprodução assistida. Continue a leitura até o final e saiba mais!
A infertilidade masculina pode ser uma condição adquirida ou genética. O quadro pode ser reversível ou permanente, dependendo das doenças e condições que originam a dificuldade ou impossibilidade de engravidar a parceira.
De forma geral, podemos dizer que um homem pode ficar infértil se apresentar problemas envolvendo os processos da espermatogênese, sequência de eventos pelos quais as células reprodutivas masculinas são formadas, ou obstruções no trajeto percorrido pelo sêmen durante a ejaculação.
As células reprodutivas masculinas, os espermatozoides, se formam inicialmente a partir de outras localizadas em um emaranhado de túbulos chamados túbulos seminíferos, que compõem os testículos e estão conectados aos epidídimos.
Os espermatozoides se formam nos testículos e desenvolvem sua cauda nos epidídimos, quando amadurecem, seguindo em direção aos ductos deferentes para receber os líquidos que formam o sêmen.
A parte líquida do sêmen é composta pelas secreções das glândulas anexas ‒ próstata, vesículas seminais e glândulas bulbouretrais ‒, que liberam substâncias com as funções de proteger e nutrir os espermatozoides após a ejaculação.
A maior parte dos problemas relacionados à espermatogênese têm origem genética e costumam afetar os parâmetros espermáticos do sêmen, como a presença de espermatozoides, sua concentração por ml de líquido ejaculado, além da motilidade e morfologia.
Algumas alterações genéticas favorecem quadros em que o espermograma aponta para diagnósticos como teratozoospermia (maior parte dos espermatozoides com alterações morfológicas) e astenozoospermia (quando poucos espermatozoides apresentam a função de motilidade íntegra).
Quando as condições ideais para a espermatogênese são alteradas, como a temperatura e a pressão internas da bolsa testicular na varicocele, a produção de espermatozoides também é prejudicada.
Na varicocele, o cordão espermático apresenta veias varicosas, que impedem o retorno venoso e provocam inflamação, inchaço e acúmulo de sangue em volta dos testículos aumentando a temperatura e a pressão nessas estruturas, o que compromete a produção de espermatozoides.
Quadros mais graves como a varicocele, especialmente na ausência de tratamento em tempo, podem provocar azoospermia não obstrutiva, em que o sêmen não apresenta espermatozoides, e assim a infertilidade masculina.
Em alguns casos, o espermograma pode diagnosticar azoospermia, mesmo que os processos de produção dos espermatozoides estejam íntegros, se o trajeto percorrido por todos os componentes do sêmen, epidídimos, ductos deferentes e a uretra, apresentar qualquer tipo de obstrução.
As ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), são uma das principais causas de azoospermia obstrutiva, especialmente a clamídia, que é assintomática nos homens e pode deixar cicatrizes nos epidídimos mesmo após o tratamento.
A intervenção cirúrgica nos testículos, como os casos de torção testicular ou por outros motivos, também pode deixar cicatrizes nas estruturas, provocando obstruções e azoospermia obstrutiva, embora isso não seja frequente.
A vasectomia, cirurgia de esterilização voluntária masculina, é um procedimento que funciona por provocar um quadro de azoospermia obstrutiva proposital, com a colocação de clipes e anéis cirúrgicos, interrompendo a passagem pelos dutos deferentes e, com isso, impedindo os espermatozoides de compor o sêmen.
A possibilidades e as formas de tratamentos para as condições que provocam infertilidade masculina, assim como as chances de sucesso na reversão da infertilidade, dependem das causas que originaram o quadro.
De forma geral, os tratamentos podem ser medicamentosos e cirúrgicos, além da possibilidade de recorrer às técnicas de reprodução assistida.
Doenças infecciosas, que provocam uretrite, epididimite, orquite e prostatite, normalmente são tratadas com a administração de antibióticos, que combatem os agentes microbianos responsáveis pela infecção, e anti-inflamatórios para o controle dos sintomas dolorosos.
Alguns casos de infertilidade masculina de origem genética, em que há um hipodesenvolvimento do aparelho reprodutivo, principalmente por falta de testosterona, é possível realizar um tratamento hormonal de longo prazo, com suplementação de testosterona.
Outras condições que provocam infertilidade masculina somente podem ser resolvidas com intervenção cirúrgica, como a varicocele e a torção testicular, acidente que normalmente está ligado à uma predisposição genética e que também causa infertilidade.
A cirurgia de correção da varicocele é um procedimento minimamente invasivo, em que as veias varicosas são cauterizadas para normalizar o fluxo sanguíneo local. Assim, estabiliza também a temperatura e pressão da bolsa escrotal, permitindo que a espermatogênese aconteça normalmente.
A cirurgia para tratar a torção testicular também é minimamente invasiva e busca restabelecer o posicionamento original dos testículos, liberando o fluxo sanguíneo na região.
A reprodução assistida é uma indicação frequente para o tratamento da infertilidade masculina, inclusive para homens que passaram pela vasectomia, já que a cirurgia de reversão da vasectomia pode não ser bem-sucedida.
Dependendo das origens da infertilidade masculina, o casal pode receber indicação para IA (inseminação artificial), uma técnica de baixa complexidade adequada aos casos mais leves de infertilidade masculina, e para FIV (fertilização in vitro).
A FIV é o procedimento mais indicado para os casos mais graves de infertilidade masculina, por ser uma técnica de alta complexidade, que conta com métodos de fecundação como a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que o espermatozoide é injetado individualmente diretamente em cada óvulo, aumentando as chances de formar um embrião.
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