Existem diversas doenças que podem causar infertilidade tanto em homens como em mulheres, mesmo não atingindo inicialmente qualquer estrutura exclusiva do aparelho reprodutivo – como a uretrite. A uretrite é a inflamação da uretra e, na grande maioria dos casos, tem também um componente infeccioso, […]
Existem diversas doenças que podem causar infertilidade tanto em homens como em mulheres, mesmo não atingindo inicialmente qualquer estrutura exclusiva do aparelho reprodutivo – como a uretrite.
A uretrite é a inflamação da uretra e, na grande maioria dos casos, tem também um componente infeccioso, causado por bactérias e vírus. A uretrite deriva principalmente de doenças como a clamídia e a gonorreia, além de outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) virais.
Traumatismos internos, como resultado de intervenções cirúrgicas, e o contato com substâncias químicas agressivas, como os espermicidas, também podem levar à uretrite.
A uretrite pode afetar homens e mulheres e quando não tratada rapidamente e de maneira correta, pode se espalhar para outras estruturas do organismo, causando problemas mais sérios e graves, que incluem a infertilidade.
Nos homens, a uretrite infecciosa pode chegar aos testículos e desencadear quadros de epididimite e orquite. Quando isso acontece o homem pode desenvolver quadros variados de azoospermia, que configura infertilidade masculina.
Já nas mulheres, a uretrite pode levar a diversas outras doenças – quando não tratada – como, cistite, endometrite, infecção pélvica, entre outras. Assim como acontece com os homens, essas consequências também podem levar à infertilidade feminina.
Mulheres grávidas que apresentam sintomas de uretrite devem buscar com urgência o atendimento médico, pois dependendo das causas da uretrite, há risco de prejuízo para o bebê e para a gravidez como um todo.
Neste texto trazemos mais detalhes sobre os sintomas que a uretrite costuma apresentar, quando se manifestam, e quais os riscos da doença, principalmente se o diagnóstico e tratamento são feitos de forma tardia.
Boa leitura!
A uretra é uma estrutura em forma de tubo, existente no organismo do homem e da mulher.
Esta estrutura se inicia na ligação com a bexiga, se alongando até a saída do organismo, que se dá na região genital. No homem, a uretra termina e abre-se para fora na parte superior da glande peniana, enquanto na mulher o final da uretra é o orifício uretral, localizado na vulva.
Uma curiosidade sobre a uretra é que na mulher, ela é muito mais curta, tendo apenas 4cm de comprimento. Já no homem chega a ter cerca de 20 cm de comprimento.
A principal função da uretra é servir de passagem para a eliminação da urina do organismo. Isso é valido tanto para homens como para mulheres.
No corpo masculino, no entanto, a uretra é compartilhada também com o aparelho reprodutivo, já que os ductos deferentes, que conduzem o sêmen, desembocam nesta estrutura.
Inicialmente a uretrite é diagnosticada quando a uretra se mostra inflamada – a inflamação, no entanto, pode ter diversas origens e, por isso, consequências igualmente diferentes.
Como acontece em qualquer forma de inflamação, esse processo é disparado por lesões teciduais que provocam uma resposta de combate aos agentes agressores, por parte do sistema imunológico.
Entre os principais eventos desencadeados pela inflamação, destacam-se o aumento na vascularização e temperatura locais, bem como da permeabilidade dos vasos sanguíneos que cercam a região afetada, provocando edemas e compressões.
No caso da uretrite, esse processo inflamatório é desencadeado principalmente pela ação de microrganismos sexualmente transmissíveis e danos mecânicos, como pancadas e cirurgias.
A uretrite infecciosa apresenta, além dos eventos imunológicos da inflamação, também a ação agressiva dos microrganismos envolvidos na infecção, provocando sintomas específicos.
A uretrite é uma doença simples, no entanto quanto mais demorado se faz o diagnóstico e o tratamento – especialmente nos casos de uretrite infecciosa –, maior é a chance de que a doença se espalhe para outras regiões do corpo, acarretando danos mais graves.
Todos os sintomas da uretrite são decorrentes das respostas imunológicas de combate aos agentes microbianos que causaram a infecção inicial.
Por isso, a uretrite apresenta conjuntos de sintomas comuns para homens e mulheres, que basicamente costumam ser:
Além destes sintomas, que são comuns a ambos os sexos, a uretrite pode apresentar alguns sinais específicos para cada gênero.
Nos homens, a presença de sangue na urina e misturado ao sêmen, febre – que no homem, diferentemente da mulher, costuma ser mais rara –, coceira e ardência na região da glande peniana. Nos casos mais graves, é possível constatar também o inchaço do pênis e ínguas na região da virilha, além de dor durante a relação sexual e a ejaculação.
Já outros sintomas da uretrite se manifestam exclusivamente nas mulheres, como dores abdominais e na região pélvica, aumento das cólicas menstruais e febre acompanhada de calafrios.
A infertilidade como consequência da uretrite é relevantemente mais comum nos homens, se comparada a incidência dessa combinação nas mulheres, precisamente porque a conexão entre a uretra e o aparelho reprodutivo masculino é direta.
Homens com uretrite infecciosa ativa apresentam alterações no ambiente da uretra que podem danificar e matar os espermatozoides, durante a ejaculação, criando um quadro de infertilidade temporária.
Se há demora em realizar o tratamento, a uretrite pode se espalhar para estruturas reprodutivas masculinas e deixar cicatrizes nas regiões afetadas, mesmo após o tratamento – favorecendo obstruções, que também geram um quadro de azoospermia.
Nas mulheres a chance de infertilidade por uretrite é menor, mas pode ocorrer pelos mesmos mecanismos observados nos homens.
O avanço da doença para outras estruturas como endométrio e tubas, aumentando a chance de obstrução tubária – que impede a fecundação – e danos teciduais ao endométrio – que prejudicam a nidação.
Mulheres que apresentam uretrite durante a gravidez também correm riscos especiais, já que a doença também pode atingir o útero e favorecer o abortamento espontâneo.
A investigação diagnóstica para uretrite tem início na primeira consulta, com o exame físico e o acolhimento dos sintomas relatados pela mulher ou homem.
Em seguida são solicitados exames de urina e análise clínica da secreção presente na uretra, com objetivo de conseguir a identificação dos microrganismos que estão causando a uretrite.
A testagem bacteriológica costuma fechar o diagnóstico da uretrite e determinar o tratamento.
O tratamento da uretrite é feito por medicamentos antibióticos, para erradicação das bactérias envolvidas na infecção, em dose única ou em tratamento continuado. No caso de DSTs, recomenda-se que a parceria sexual também seja testada e tratada de forma preventiva.
Nos casos em que a uretrite afetou a capacidade reprodutiva de homens e mulheres, a reprodução assistida pode ser indicada.
Nesse sentido, a FIV (fertilização in vitro) costuma ser a técnica mais indicada para a maioria dos casos de infertilidade, incluindo aqueles derivados de complicações da uretrite.
Deseja saber mais sobre a uretrite? Então toque neste link para acessar nosso conteúdo sobre o tema.
MaisA interrupção involuntária da gestação, que chamamos de aborto espontâneo, é uma condição comum no início da gravidez. De forma geral, a maior parte dos casos ocorrem antes da 12ª semana. Apesar de o termo correto para essa condição ser abortamento, ela é mais conhecida […]
A interrupção involuntária da gestação, que chamamos de aborto espontâneo, é uma condição comum no início da gravidez. De forma geral, a maior parte dos casos ocorrem antes da 12ª semana.
Apesar de o termo correto para essa condição ser abortamento, ela é mais conhecida como aborto, por isso, vamos manter esse padrão. Na linguagem médica, o abortamento é o processo de interrupção da gravidez antes da 22ª semana ou do feto atingir 500 gramas, enquanto aborto é o produto eliminado.
O tema é delicado e pode desencadear uma sensação de frustração e problemas emocionais nos casais e nos seus familiares, principalmente, quando ele acontece mais de uma vez. Embora não seja possível evitar todas as causas de aborto espontâneo, é possível minimizar alguns riscos, como mostraremos neste artigo.
Boa leitura!
O aborto é a intercorrência obstetrícia mais comum, podendo atingir até 20% das gestações. A grande maioria ocorre durante o primeiro trimestre (12ª semana) e diminui com o avanço da gravidez.
Ele pode acontecer com qualquer mulher e o motivo pode não ser descoberto, principalmente, se o aborto ocorreu nas primeiras semanas de gestação. A seguir, vamos mostrar as causas mais comuns de aborto. Confira!
As anormalidades cromossômicas são causadas por um erro no número de cromossomos ou na sua estrutura. Na maioria dos casos elas são relacionadas a problemas na qualidade dos gametas ou na divisão embrionária. As anormalidades cromossômicas ocorrem ao acaso, porém, o risco é maior entre mulheres com mais de 37 anos, pois a fertilidade feminina diminui com a idade.
Após a fecundação, o embrião segue em direção à cavidade uterina para se implantar no endométrio e dar início à gestação. Desse modo, a presença de alguma alteração na anatomia do órgão pode impedir o desenvolvimento do bebê.
As anormalidades uterinas podem ser congênitas ou adquiridas. O principal exemplo do primeiro grupo são as malformações uterinas como o útero bicorno, septado e unicorno. Enquanto as adquiridas podem ser doenças que causam aderências, como miomas, pólipos e endometriose.
O estilo de vida do casal e a alimentação também podem aumentar o risco de aborto. Hábitos como o tabagismo (tanto do homem, quanto da mulher), o consumo excessivo de cafeína e o uso de álcool e drogas. Todos esses fatores provocam um desequilíbrio no corpo que, assim como os extremos de peso, afetam a saúde da paciente e do bebê.
Cada gestação é única e, por isso, o atendimento humanizado é fundamental para que essa fase especial na vida de uma família ocorra da forma mais leve possível. O risco do abortamento pode ser minimizado com algumas ações antes e durante a gravidez, como mostraremos a seguir.
Uma gestação tranquila começa antes mesmo do momento da concepção. A consulta preconcepcional visa avaliar a fertilidade do casal, conhecer os seus hábitos, analisar o histórico familiar, entre outras ações que visam investigar a saúde do casal como um todo.
A partir disso, o médico pode propor tratamentos (em caso de uma doença já existente ou que tenha sido descoberta durante a consulta) e estratégias para aumentar as chances de uma gravidez.
O pré-natal é fundamental durante toda a gestação. O acompanhamento médico durante esse período ajuda a prevenir e diagnosticar doenças que pode atingir a mãe e/ou o bebê, reduzindo riscos de aborto e de outras complicações, como partos prematuros.
Durante a gravidez, o corpo da mulher está gerando uma vida e a sua alimentação influencia no desenvolvimento do bebê. Por isso, é importante que a mulher mantenha hábitos saudáveis como ter uma dieta balanceada, fazer exercícios físicos e evitar álcool, cigarros e outras substâncias que podem afetar a gestação.
A reprodução assistida é um conjunto de técnicas indicadas para casais que, por algum motivo, têm dificuldade para engravidar. Ela também é indicada para reduzir os riscos de aborto, principalmente, quando a causa está relacionada a anormalidades cromossômicas ou abortamentos de repetição.
Entre os tratamentos disponíveis, a fertilização in vitro (FIV) é o mais moderno, pois possibilita a inclusão de técnicas complementares para diminuir a probabilidade de uma perda gestacional. O teste genético pré-implantacional (PGT) é uma delas, sendo responsável por avaliar os embriões e detectar alterações genéticas e cromossômicas antes deles serem transferidos para o útero da paciente.
O teste ERA também é indicado para casos de falhas na implantação do embrião, pois ele avalia o endométrio da mulher com o objetivo de indicar o melhor momento para a transferência embrionária.
Apesar de a reprodução assistida ser uma forma reduzir os riscos de aborto, ela não o previne totalmente. O casal que decide engravidar com a ajuda de uma técnica de reprodução assistida também precisa tomar os mesmos cuidados de uma gestação natural.
O aborto espontâneo é definido como a perda gestacional até a 22ª semana. Na maioria dos casos, ele ocorre até a 12ª semana da gestação. Embora não seja possível eliminar os riscos, é possível minimizá-los com o acompanhamento médico ao longo do pré-natal e, dependendo da realidade do casal, optando pela FIV.
Vale ressaltar que ter passado por um aborto não significa que o casal não possa ter filhos biológicos no futuro. Inclusive, após a sua recuperação física e psicológica, a mulher pode tentar engravidar novamente.
No entanto, perdas gestacionais consecutivas precisam ser investigadas por um médico. Esses casos são classificados como abortamento de repetição e você pode saber mais sobre eles tocando aqui!
MaisPor muito tempo a dificuldade para engravidar era visto como um problema feminino. Porém, é um fato que tanto os homens quanto as mulheres podem ter a sua saúde reprodutiva afetada por doenças e por condições adquiridas ou herdadas. A idade avançada é um exemplo, […]
Por muito tempo a dificuldade para engravidar era visto como um problema feminino. Porém, é um fato que tanto os homens quanto as mulheres podem ter a sua saúde reprodutiva afetada por doenças e por condições adquiridas ou herdadas. A idade avançada é um exemplo, porém, ela afeta a fertilidade masculina de forma diferente da feminina.
Para as mulheres, é mais difícil engravidar após os 35 anos. Entretanto, há casos de homens que se tornam pais aos 50 anos ou mais. Por isso, fica a dúvida: a fertilidade masculina diminui com o passar do tempo? Para esclarecer essa questão, vamos mostrar a relação entre a idade e a fertilidade masculina.
Boa leitura!
A qualidade e a quantidade dos espermatozoides são fatores cruciais para a fertilidade masculina, por isso, precisamos entender como o sêmen é produzido. Ele é formado pelos gametas e pelo líquido seminal, gerado pelas vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais.
A produção dos espermatozoides se inicia na puberdade, por volta dos 12 anos, nos testículos. Ele é o órgão responsável pela produção de testosterona, um dos principais hormônios masculinos. Em seguida, o processo de amadurecimento dos gametas acontece nos epidídimos, que são tubos localizados próximos aos testículos. Eles ficam armazenados nos epidídimos até ganharem mobilidade e finalizarem o seu desenvolvimento.
Quando o homem é estimulado sexualmente, os espermatozoides seguem para os canais deferentes até a uretra. No caminho, eles recebem o líquido seminal e o líquido prostático, que possuem a função de proteger e nutrir os gametas para que a fecundação aconteça. Ao passar pela uretra, o líquido bulbouretral também é adicionado ao sêmen.
Todos os componentes do sêmen são importantes para garantir que os espermatozoides cheguem vivos até as tubas uterinas para fecundar o óvulo. Por isso, a presença de qualquer alteração seminal, que pode ser causada pela idade avançada, aumenta o risco de infertilidade masculina.
O envelhecimento do homem interfere na qualidade e na quantidade dos espermatozoides, dificultando a gravidez espontânea. Porém, desde o início da puberdade até o final da sua vida (caso outros fatores não comprometam a sua fertilidade), o homem continua produzindo gametas e pode engravidar a sua parceira. Ou seja, existe apenas uma redução das chances de ter filhos naturalmente com a idade.
Com as mulheres a realidade é diferente. A produção dos folículos ovarianos, as estruturas onde os óvulos se desenvolvem, ocorre ainda na vida embrionária. Desse modo, as mulheres nascem com o seu “estoque” de gametas definido. Eles são utilizados a partir da puberdade, por isso, a partir dos 35 anos a fertilidade feminina começa a diminuir.
Entre os 40 e 60 anos, o homem passa por um processo similar à menopausa das mulheres. No caso masculino, ela é chamada de andropausa, sendo caracterizada por uma queda gradual na produção de testosterona. Apesar da diminuição do nível do hormônio afetar a espermatogênese, ela não interrompe totalmente a produção de gametas.
O envelhecimento também diminui a motilidade espermática (a movimentação dos espermatozoides) e compromete o material genético do espermatozoide. Uma das consequências da queda na motilidade é a diminuição do volume do sêmen, que apesar de não estar diretamente relacionada à infertilidade, ela dificulta a chegada dos gametas masculinos ao óvulo.
A idade avançada aumenta a probabilidade dos espermatozoides sofrerem alterações genéticas, como a fragmentação do DNA espermático. Quanto maior for a concentração de gametas danificados, maior será o seu impacto na fertilidade masculina. Além de comprometer a qualidade dos espermatozoides, ela também aumenta o risco de falhas na implantação do embrião e abortamentos de repetição.
Como vimos, a idade avançada não torna o homem infértil. Apesar de as chances serem menores, é possível engravidar naturalmente nessas condições. Porém, a principal recomendação é que o casal procure ajuda médica caso não consigam engravidar após 12 meses de tentativas. Se a parceira tiver mais de 35 anos, o intervalo diminui para 6 meses.
A partir da investigação da infertilidade conjugal é possível identificar a causa da dificuldade para engravidar e sugerir o melhor tratamento. Uma das possibilidades mais indicadas para casais que desejam ter filhos em idade avançada é a reprodução assistida por meio da sua técnica mais moderna: a fertilização in vitro (FIV).
Ela possui a maior taxa de sucesso entre as técnicas de reprodução assistida por ser de alta complexidade. A sua fecundação acontece em laboratório, a partir da coleta dos gametas do casal. Assim, apenas os de melhor qualidade participam do processo.
A FIV também permite incluir técnicas complementares que aumentam as chances de sucesso do tratamento.
A fertilidade masculina está diretamente relacionada com a idade, assim como ocorre com a feminina. Apesar de a produção de espermatozoides não ser interrompida, o tempo diminui a qualidade e a quantidade dos gametas. Esse fato não torna o homem infértil por conta da idade avançada, porém, quanto mais velho for o homem, mais difícil é para o casal ter filhos.
Além da idade, outros fatores podem afetar a saúde reprodutiva dos homens. Para saber mais sobre o assunto, confira a nossa página sobre a infertilidade masculina!
MaisA infertilidade conjugal pode ser causada por diversos fatores. Entre as mulheres, a baixa reserva ovariana é uma das principais causas, sendo considerado um marcador da capacidade reprodutiva feminina. O envelhecimento provoca uma baixa inevitável na reserva ovariana, porém algumas doenças e condições também podem gerar distúrbios ovulatórios. […]
A infertilidade conjugal pode ser causada por diversos fatores. Entre as mulheres, a baixa reserva ovariana é uma das principais causas, sendo considerado um marcador da capacidade reprodutiva feminina. O envelhecimento provoca uma baixa inevitável na reserva ovariana, porém algumas doenças e condições também podem gerar distúrbios ovulatórios.
Os ovários são responsáveis pela produção dos hormônios estrógeno e progesterona, fundamentais para a reprodução, e pela produção dos gametas femininos, os óvulos. O seu processo de formação se inicia ainda durante a vida embrionária e é finalizado na puberdade.
Desse modo, as mulheres nascem com o seu “estoque” de folículos ovarianos — estrutura que contém o óvulo — definidos, que serão utilizados durante a sua vida reprodutiva até a chegada da menopausa.
A reserva ovariana é muito importante para a fertilidade feminina, por isso, vamos mostrar os principais fatores que podem afetá-la. Boa leitura!
A reserva ovariana representa a quantidade de folículos ovarianos que a mulher possui naquele momento. Desse modo, podemos avaliar a capacidade reprodutiva da mulher a partir dela.
Durante o ciclo menstrual, vários folículos se desenvolvem por influência dos hormônios sexuais. No entanto, apenas um finaliza o seu processo de amadurecimento, liberando o óvulo em direção a uma das tubas uterinas, processo que chamamos de ovulação.
Ele é fundamental para que a gravidez aconteça, por isso, a presença de algum problema distúrbio ovulatório pode afetar a reserva ovariana.
A reserva ovariana pode ser comprometida por diversos fatores, sendo alguns deles inevitáveis, como o avanço da idade. Outros podem estar relacionados a causas genéticas, processos inflamatórios e até cirúrgicos.
A presença de alguma alteração na reserva ovariana pode provocar distúrbios ovulatórios e, diante disso, afetar a fertilidade feminina. Por isso, vamos mostrar os principais fatores que podem comprometer a reserva ovariana. Confira!
A mulher nasce com o estoque definido de folículos ovarianos, que serão utilizados ao longo da sua vida reprodutiva. A partir da puberdade, além do óvulo que é liberado na ovulação a cada ciclo menstrual, vários folículos são perdidos durante esse processo.
Como os óvulos não são produzidos ao longo da vida da mulher (como acontece com os homens), a reserva ovariana diminui, em quantidade e qualidade, com o tempo. Por esse motivo, a fertilidade feminina começa a entrar em declínio a partir dos 35 anos e a mulher passa a ter mais dificuldade para engravidar.
Os endometriomas são uma das manifestações possíveis da endometriose, junto com as do tipo peritoneal superficial e a profunda. A doença é caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, provocando um processo inflamatório na região afetada.
Também chamada de endometriose ovariana, os endometriomas são formados por cistos ovalados preenchidos de sangue e com tamanhos variados. Ela pode causar distúrbios ovulatórios, principalmente se os cistos forem grandes ou em maior quantidade. A inflamação provocada pela endometriose pode alterar a reserva ovariana e dificultar o amadurecimento dos óvulos.
A endometriose é uma doença crônica e não possui uma cura definitiva. No entanto, existem opções de tratamento indicadas para aliviar os sintomas e proporcionar uma melhora na qualidade de vida da paciente. A cirurgia é uma delas.
A intervenção cirúrgica para a retirada dos endometriomas é indicada apenas nos casos graves da doença ou quando a fertilidade da paciente é comprometida. Durante a cirurgia, o tecido endometrial é retirado dos ovários, mas o procedimento é arriscado e pode afetar a reserva ovariana.
Como vimos, a qualidade e a quantidade dos óvulos diminuem com o passar da idade da mulher. A chegada da menopausa acontece naturalmente entre os 45 aos 55 anos. Nessa fase ocorrem irregularidades menstruais, redução da ovulação e queda na produção dos hormônios sexuais.
Porém, quando ela acontece antes dos 40 anos chamamos de menopausa precoce ou de insuficiência ovariana precoce. Nesses casos, a reserva ovariana da mulher diminui antes do tempo, dificultando a gravidez.
Os tratamentos para o câncer, como a quimioterapia e a radioterapia também afetam a reserva ovariana. A quimioterapia pode afetar a fertilidade feminina dependendo do medicamento e das doses administradas. Na radioterapia, a radiação utilizada para combater as células cancerígenas pode danificar os ovários da paciente.
Nesse cenário, para preservar a fertilidade da paciente, a criopreservação dos óvulos é indicada. Assim, a mulher pode ter filhos por meio da reprodução assistida no futuro.
A avaliação da reserva ovariana é a melhor forma de confirmar a quantidade e a qualidade dos óvulos da paciente. A partir do diagnóstico, o médico consegue indicar um tratamento, que é totalmente individualizado.
Nos casos em que o casal está com dificuldade para engravidar por conta da baixa reserva ovariana, a reprodução assistida é indicada. A definição de qual técnica será utilizada depende de diversos fatores e deve se basear na avaliação da fertilidade do casal. Entre as técnicas disponíveis, a fertilização in vitro (FIV) se destaca.
A FIV possui a maior taxa de sucesso e é indicada para a maioria das causas de infertilidade conjugal. Caso seja necessário, técnicas complementares podem ser incluídas dentro do processo da FIV, aumentando as chances do casal engravidar. Nos casos de baixa reserva ovariana, a doação de óvulos é uma excelente alternativa.
A reserva ovariana está diretamente relacionada com a fertilidade, sendo um dos seus fatores mais importantes. Entre as principais causas que podem afetá-la temos a idade, a endometriose ovariana e o seu tratamento cirúrgico, a menopausa precoce e os tratamentos oncológicos.
A avaliação da reserva ovariana é um dos exames mais solicitados durante a investigação da infertilidade feminina. Para saber como ele é realizado, toque aqui!
MaisA transferência embrionária é uma etapa que é realizada apenas na fertilização in vitro (FIV), pois a sua fecundação é realizada no laboratório. Na relação sexual programada e na inseminação artificial, técnicas de baixa complexidade, o encontro entre o óvulo e o espermatozoide acontece nas tubas uterinas, como na […]
A transferência embrionária é uma etapa que é realizada apenas na fertilização in vitro (FIV), pois a sua fecundação é realizada no laboratório. Na relação sexual programada e na inseminação artificial, técnicas de baixa complexidade, o encontro entre o óvulo e o espermatozoide acontece nas tubas uterinas, como na gestação natural.
No Brasil, a reprodução assistida é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), sendo responsável pelas normas éticas e as regras para que as técnicas sejam realizadas. A resolução que está em vigor atualmente é a nº 2.294/2021, que alterou algumas regras da transferência embrionária. Por isso, neste artigo, vamos mostrar como essa etapa da FIV é realizada.
Boa leitura!
Antes de apresentarmos a transferência embrionária, vamos mostrar o que é a FIV e em quais situações ela é indicada. Atualmente, ela é a técnica de reprodução assistida mais utilizada por ser recomendada para a maioria dos casos de infertilidade.
A FIV é indicada para diversas causas, como:
A FIV é uma técnica de alta complexidade realizada em laboratório. Ela é dividida em 5 etapas: a estimulação ovariana e a indução da ovulação, a punção folicular e a coleta do sêmen, a fecundação, o cultivo embrionário e a transferência embrionária.
Assim como as demais técnicas de reprodução assistida, o primeiro passo da FIV é a estimulação ovariana. Durante 8 a 12 dias, a paciente recebe medicação hormonal para estimular o crescimento dos folículos ovarianos, estruturas que guardam os óvulos no seu interior.
No ciclo menstrual, apenas um folículo se desenvolve, liberando o gameta feminino na ovulação. Por isso, essa etapa é essencial para aumentar as chances de sucesso da FIV. Quando atingem o tamanho ideal, a paciente recebe uma dose do hormônio hCG para finalizar o amadurecimento dos folículos e induzir a ovulação.
A punção dos folículos acontece cerca de 36 horas depois para coletar os óvulos. No mesmo dia, o sêmen do parceiro também é coletado e preparado para que apenas os de maior qualidade participem do processo. Com os gametas prontos, chegou o momento da fecundação, que é realizada pela técnica ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).
Ela possibilita que os espermatozoides sejam introduzidos diretamente nos óvulos, aumentando as chances de sucesso da FIV. Os embriões formados seguem para o cultivo embrionário, onde ficam em observação por 3 a 5 dias até o momento da transferência embrionária.
A transferência embrionária é a última etapa da FIV. Nessa fase, os embriões de maior qualidade são transferidos para o útero da mulher que irá gestar o bebê. O procedimento é rápido e não necessita de anestesia.
A paciente deita em posição ginecológica e, com o auxílio de um cateter, o médico coloca os embriões no útero para que a implantação aconteça no endométrio, a camada interna uterina. Após alguns minutos de repouso, a mulher é liberada e pode retornar para a sua rotina no dia seguinte.
Para minimizar o risco de gravidez múltipla, o número de embriões utilizados na FIV depende da idade da paciente, sendo:
Os embriões euploides são recomendados para a transferência embrionária e possuem a maior probabilidade de gerar uma gravidez bem-sucedida. Por isso, embriões que passaram por um teste genético pré-implantacional (PGT) devem se adequar a essa regra. Além disso, nos casos em que os óvulos utilizados são provenientes de doação, é considerada a idade da doadora no momento da coleta dos gametas.
Pelas regras do CFM, o número máximo de embriões gerados não pode passar de 8. Desse modo, se após a transferência embrionária houver embriões excedentes viáveis, eles devem ser criopreservados.
O principal objetivo das técnicas de reprodução assistida é aumentar as chances do casal ter filhos. Entre elas, a FIV possui a maior taxa de sucesso (cerca de 40% por ciclo), sendo indicada para a maioria das causas de infertilidade e de outros fatores que não podem ser atendidos pelas outras técnicas.
Apesar da sua alta taxa de sucesso, o risco do tratamento falhar ainda existe. Mesmo sendo muito avançada, alguns fatores não podem ser controlados, como o processo de transferência embrionária. Além dele, a idade da paciente, a qualidade do embrião e a presença de hábitos de vida não saudáveis podem afetar o resultado da FIV.
Porém, por ser muito avançada e poder incluir técnicas complementares no seu processo, a FIV consegue diminuir as chances de falhas, sendo a alternativa mais indicada para os casais que desejam ter filhos.
A transferência embrionária é a última etapa do processo da FIV. Ela consiste na introdução dos embriões no útero da paciente. Para isso, apenas os de maior qualidade são selecionados para aumentar as chances de uma gravidez.
A FIV é uma técnica complexa, por isso, é normal ter dúvidas sobre as suas indicações e como ela é realizada. Se esse for o seu caso, deixe aqui nos comentários a sua pergunta!
Receber o diagnóstico de infertilidade não é mais uma resposta definitiva para o casal que quer engravidar. Graças à evolução da medicina, da ciência e do desenvolvimento de novas tecnologias, a reprodução assistida possibilita que as pessoas possam constituir uma família, mesmo que existam alguns empecilhos. Apesar de a reprodução […]
Receber o diagnóstico de infertilidade não é mais uma resposta definitiva para o casal que quer engravidar. Graças à evolução da medicina, da ciência e do desenvolvimento de novas tecnologias, a reprodução assistida possibilita que as pessoas possam constituir uma família, mesmo que existam alguns empecilhos.
Apesar de a reprodução assistida ser uma alternativa muito procurada por casais que desejam ter filhos, ela ainda gera muitas dúvidas. Por isso, vamos apresentar o que é a reprodução assistida e quais são os seus principais tratamentos.
Boa leitura!
A reprodução assistida corresponde a um conjunto de técnicas que auxiliam a reprodução humana. Ela é indicada para os casais que não conseguem engravidar de forma natural por algum motivo.
A infertilidade deve ser avaliada se o casal não conseguir engravidar após 12 meses de tentativas, desde que a mulher tenha menos de 35 anos. Após esta idade, a procura deve ser em até 6 meses. Quando a mulher tem mais de 40 anos, a busca por ajuda é imediata. É importante que o casal procure ajuda médica para que ambos sejam analisados, pois, a causa pode ser relacionada a fatores femininos, masculinos ou de ambos.
Se o motivo da infertilidade não tiver tratamento ou ele não for suficiente para que o casal consiga engravidar naturalmente, a reprodução assistida é indicada. Além disso, ela é recomendada para casais com histórico de doenças genéticas, uniões homoafetivas e pessoas solteiras que desejam ter filhos sem um parceiro.
Os tratamentos de reprodução assistida são divididos em 3 tipos: a relação sexual programada (RSP), a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV). As técnicas também são divididas em alta e baixa complexidade.
A FIV está no primeiro grupo, pois o seu processo de fecundação acontece no laboratório. Enquanto a RSP e a IA são de baixa complexidade porque os seus processos ocorrem dentro do sistema reprodutivo da mulher.
Essa diferenciação influencia na taxa de sucesso das técnicas. As de baixa complexidade possuem cerca de 20% de chance em cada tentativa e a FIV, entre 20% e 40%, de acordo com a idade da mulher.
Cada técnica possui as suas particularidades, sendo indicadas para casos diferentes de infertilidade conjugal. A seguir, conheça as principais informações sobre cada uma delas.
A RSP, que também é conhecida como coito programado, é o tratamento mais simples de reprodução assistida. Ela é indicada para casos leves de infertilidade feminina, em especial, para mulheres com distúrbios ovulatórios. A paciente deve ter até 37 anos e as tubas uterinas saudáveis, pois é o local onde a fecundação acontece.
No coito programado, o ciclo menstrual da paciente é acompanhado pelo médico para que o casal tenha relações sexuais durante o período fértil. Ele é o intervalo de tempo em que a mulher tem mais chance de engravidar, pois, é o momento em que a ovulação acontece e o óvulo está aguardando o espermatozoide nas tubas uterinas.
A técnica também utiliza a estimulação ovariana para aumentar as chances da gravidez acontecer. Nessa técnica, a paciente recebe medicação hormonal para estimular o crescimento dos folículos ovarianos, estruturas que guardam os óvulos no seu interior.
A IA, também chamada de inseminação intrauterina, possui algumas semelhanças com o coito programado. Ela é indicada para casos leves de infertilidade conjugal (seja por fatores masculinos ou femininos), endometriose mínima ou leve, distúrbios ovulatórios e problemas no muco cervical. Como na RSP, é importante que a paciente tenha as tubas uterinas saudáveis.
A técnica também começa com a estimulação ovariana, tendo como objetivo desenvolver entre 1 e 3 óvulos para a fecundação. O principal diferencial da IA é a preparação seminal, que após a coleta do sêmen do parceiro, seleciona os espermatozoides de maior qualidade para serem utilizados no tratamento.
No dia da ovulação da paciente, os gametas masculinos são inseridos na entrada da cavidade uterina com o auxílio de um cateter para a fecundação. Assim como na gravidez natural, o embrião formado segue para o útero para ser implantado e dar início à gestação.
A FIV é a técnica mais moderna e a que apresenta o maior número de recursos para os casais que desejam ter filhos. Ela é o tratamento indicado para a maioria das causas de infertilidade conjugal, principalmente, os que são relacionados a fatores masculinos graves.
Ela também é indicada quando o casal passa por sucessivas tentativas frustradas com outras técnicas, casais homoafetivos e pessoas solteiras que buscam a produção independente.
Assim como os demais tratamentos, a sua primeira etapa é a estimulação ovariana, que tem o objetivo de desenvolver o maior número possível de óvulos. Após a coleta do sêmen do parceiro, a fecundação é realizada no laboratório. Por meio da técnica ICSI, o espermatozoide é inserido diretamente no óvulo. Os embriões formados ficam alguns dias em observação e, sem seguida, são transferidos para o útero da paciente.
Mesmo sendo a técnica mais completa, em alguns casos, a FIV por si só não é suficiente para que a gravidez aconteça. Nessas situações, as técnicas complementares entram em cena. Elas são utilizadas em casos específicos, de acordo com a realidade de cada casal.
Entre elas, vamos destacar três. A doação de gametas e embriões e a cessão temporária de útero que são indicadas, principalmente, para casais homoafetivos. E o teste genético pré-implantacional (PGT), indicado para casais com histórico familiar de doenças genéticas.
A reprodução assistida evoluiu muito nas últimas décadas, possibilitando que casos graves de infertilidade conjugal, casais homoafetivos e pessoas que buscam a produção independente pudessem ter filhos. Para isso, podem ser utilizadas técnicas de alta ou baixa complexidade, como a FIV, a inseminação artificial ou o coito programado.
A FIV é a técnica mais utilizada atualmente entre os casais. Para saber mais sobre ela e as suas indicações, toque aqui!
MaisNa mulher, diversos são os fatores que participam na manutenção da saúde do sistema reprodutivo como um todo. Entre eles, o equilíbrio e o bom funcionamento da dinâmica hormonal são dos mais essenciais para a fertilidade feminina. Uma vida saudável, como cuidados na alimentação, atividades […]
Na mulher, diversos são os fatores que participam na manutenção da saúde do sistema reprodutivo como um todo. Entre eles, o equilíbrio e o bom funcionamento da dinâmica hormonal são dos mais essenciais para a fertilidade feminina.
Uma vida saudável, como cuidados na alimentação, atividades físicas, evitar excesso de álcool, açucares e gorduras, contribuem para manter a fertilidade humana. Porém, apesar de todos estes cuidados, qualquer desequilíbrio hormonal, causado muitas vezes por doenças conhecidas, pode afetar a função reprodutiva das mulheres.
No organismo feminino, diversos hormônios participam na dinâmica reprodutiva: a progesterona, o estrogênio, os hormônios gonadotróficos LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante).
Contudo, outros hormônios, secretados principalmente durante a gravidez, como a prolactina e o hCG (gonadotrofina coriônica humana), também são fundamentais.
O hCG é um hormônio muito importante na manutenção da gravidez, pois sua liberação mantém o corpo-lúteo, que permanece produzindo progesterona no primeiro trimestre da gestação.
Alterações endometriais, que podem interferir nos processos da nidação, comumente impedem a produção de hCG, que só acontece quando as células embrionárias se infiltram no endométrio.
Por isso é importante que a mulher esteja atenta a qualquer alteração em seu corpo, procurando auxílio médico o mais precocemente possível. Quanto antes forem diagnosticadas as causas dessas alterações, maiores são as chances de sucesso nos tratamentos.
Além disso, como está presente no corpo da mulher apenas quando existe uma gestação, o hCG é utilizado como marcador de gravidez: tanto os exames de urina, como os de sangue medem a concentração deste hormônio para constatar que a mulher está grávida.
O objetivo deste texto é falar sobre o que é o hCG e sua importância para a fertilidade feminina.
Aproveite a leitura!
A progesterona é um hormônio que atua na preparação do organismo para a gestação e na manutenção da gravidez. É produzido pelos ovários durante o ciclo menstrual, sendo responsável por preparar o endométrio para a implantação do embrião.
Seus níveis aumentam quando a mulher engravida, impedindo a descamação do endométrio e o aparecimento de contrações uterinas – por isso a concentração de progesterona cai perto do parto.
A deficiência de progesterona pode desencadear falhas na implantação do embrião e aborto de repetição.
O estrogênio é o hormônio responsável pelo desenvolvimento físico e sexual das mulheres, participando do crescimento folicular, do amadurecimento do oócito durante a ovulação, do preparo endometrial a cada ciclo reprodutivo, além de estar envolvido com todo o processo de gestação, parto e amamentação.
As gonadotrofinas LH e FSH atuam sobre células específicas do folículo ovariano, induzindo o recrutamento e amadurecimento, bem como a produção de testosterona e sua proporcional conversão em estrogênio.
O equilíbrio das gonadotrofinas é de suma importância, já que quando produzidos em proporções anômalas, podem resultar em anovulação, alterações na reserva ovariana, e insuficiência hormonal.
A prolactina é responsável pela produção de leite materno, durante o puerpério, embora desempenhe também papéis importantes durante a gestação, relacionados ao amadurecimento das mamas e a inibição das gonadotrofinas – para que não ocorra ovulação durante a gravidez.
O excesso de prolactina pode influenciar a infertilidade, provocando anovulação crônica, já que, em níveis elevados, faz com que o organismo entenda que a mulher está grávida ou no puerpério, inibindo a estimulação gonadotrófica dos folículos, que leva à ovulação.
Além desses hormônios, o hCG também participa da gestação e na manutenção da gravidez, como veremos a seguir.
O hCG é um hormônio produzido quando o embrião é implantado no endométrio. Sua presença mantém o corpo-lúteo, que continua produzindo progesterona até o terceiro mês de gestação, auxiliando na manutenção da gravidez e impedindo uma nova ovulação.
Além disso, como o hCG passa a ser produzido apenas quando o embrião já conseguiu ser implantado no endométrio, e é excretado pela urina, é útil como marcador gestacional, e utilizado para esse fim nos exames de gravidez.
Como a mulher costuma procurar o exame apenas após atrasos na menstruação, existe um intervalo de tempo seguro para um aumento relevante na concentração de hCG tanto no sangue como na urina.
A produção de hCG é muito importante para a fertilidade da mulher, já que nos casos em que sua produção é insuficiente ou inexiste, o corpo-lúteo não se mantém e a produção de progesterona é interrompida.
Quando as taxas de progesterona diminuem, o endométrio passa a descamar, iniciando um novo ciclo menstrual, o que pode desencadear falhas na implantação do embrião ou abortos de repetição, mesmo nos casos em que a fecundação ocorre.
O hCG é um hormônio utilizado tanto na concepção natural quanto nas técnicas de reprodução assistida, embora de formas diferentes em cada situação.
Na gestação natural, o hCG é produzido pela placenta e mantém o corpo-lúteo que, por sua vez, libera progesterona, o que mantem o endométrio espesso durante as primeiras semanas de gravidez.
Na reprodução assistida, ele pode ser utilizado na fase da estimulação ovariana, em conjunto com outras substâncias que induzem o processo de ovulação e amadurecimento. A estimulação ovariana e o hCG, podem ser aplicados na primeira etapa das técnicas de reprodução assistida de baixa complexidade, como a RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial).
A estimulação ovariana também é uma peça fundamental de outros procedimentos como a preservação social da infertilidade. Quer saber mais? Então toque no link e acesse nosso conteúdo completo.
MaisUm dos grandes marcos no desenvolvimento de reprodução assistida é o nascimento do primeiro “bebê de proveta”, Louise Brown, em Manchester, na Inglaterra, em 1978, após seus pais passarem nove anos em tentativas sem sucesso para engravidar. Com o nascimento de Louise Brown e outros […]
Um dos grandes marcos no desenvolvimento de reprodução assistida é o nascimento do primeiro “bebê de proveta”, Louise Brown, em Manchester, na Inglaterra, em 1978, após seus pais passarem nove anos em tentativas sem sucesso para engravidar.
Com o nascimento de Louise Brown e outros avanços, como a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) desde 1992, o potencial da reprodução assistida para atender as mais diversas demandas da reprodução humana, tem se mostrado cada vez mais complexo e abrangente.
Contudo, técnicas mais antigas – mas nem por isso menos eficientes quando indicadas de forma adequada e precisa –, como a IA (inseminação artificial) e a RSP (relação sexual programada) ou coito programado, permanecem em uso e desenvolvimento ainda hoje.
Acompanhe a leitura do texto a seguir e entenda melhor o que é o coito programado e como essa técnica pode auxiliar diversas demandas reprodutivas ainda hoje.
O coito programado, também chamado de RSP, é uma técnica de reprodução assistida relativamente simples, considerada a de mais baixa complexibilidade, por não realizar qualquer tipo de seleção espermática e porque a fecundação acontece no interior das tubas uterinas.
Como na RSP a fecundação ocorre no interior das tubas uterinas, é necessário que estruturas como ovários e tubas uterinas estejam conservados e em pleno funcionamento. Também por isso, o coito programado não é indicado para infertilidade masculina, já que espera-se que os gametas masculinos cheguem às tubas uterinas após a relação sexual.
Normalmente, o coito programado é indicado para casos de infertilidade feminina leve, principalmente causados por disfunções na ovulação.
Nesse sentido, o processo diagnóstico para definição das causas da infertilidade conjugal – que normalmente inclui exames de dosagens hormonais, exames de imagem e espermograma – é fundamental para que a indicação do coito programado, como tratamento para infertilidade, seja feita da forma mais assertiva possível.
A RSP ou coito programado potencializam as chances de gestação, oferecendo vantagens como a indicação mais precisa do período em que a mulher está fértil –momento em que a relação sexual tem mais chances de resultar em gravidez – e os efeitos da estimulação ovariana, que auxilia no recrutamento, amadurecimento e ovulação de ao menos um oócito, que pode ser fecundado.
Na atualidade podemos classificar as técnicas de reprodução assistida – RSP ou coito programado, IA e FIV – em técnicas de alta e baixa complexidade.
Nesse sentido, a FIV é a técnica mais avançada e complexa em reprodução assistida na atualidade, podendo atender a maioria das demandas reprodutivas humanas, e especialmente indicada nos casos mais graves de infertilidade.
Por meio da FIV é possível acompanhar e atuar em praticamente todas as etapas da reprodução: a coleta de gametas, a seleção dessas células e a fecundação em ambiente laboratorial, onde também é realizado o cultivo embrionário.
No cultivo embrionário, uma das etapas mais importantes da FIV, a tecnologia de sequenciamento genético do PGT (teste genético pré-implantacional) permite a prevenção na transmissão de doenças hereditárias e outras anomalias genéticas, que possam comprometer a gestação e a vida do futuro bebê.
Após esta etapa, o embrião já amadurecido é então depositado diretamente no útero, em um procedimento simples, que pode ser realizado na própria clínica.
Na IA, espera-se que a fecundação aconteça dentro do corpo da mulher, após a inseminação de uma amostra de sêmen previamente trabalhada em laboratório, pelo preparo seminal.
Esta técnica é indicada principalmente para os casos de infertilidade feminina leve, como oligovulação, SOP (síndrome dos ovários policísticos) e endometriose ovariana iniciais –e também para infertilidade masculina leve, por alterações espermáticas discretas.
Na IA, o sêmen é coletado por masturbação, em ambiente controlado, sendo então submetido ao preparo seminal, que fraciona a amostra original em subamostras contendo uma concentração maior de espermatozoides viáveis.
Estas subamostras são então depositadas diretamente no útero, durante o período fértil da mulher, induzido pela estimulação ovariana com acompanhamento de ultrassonografia pélvica transvaginal – que além de estimular o desenvolvimento e amadurecimento dos gametas, indica o período mais propício para a inseminação propriamente dita.
Antes de a RSP ser indicada ou realizada é necessária uma investigação das condições da fertilidade do casal. Para isso, alguns exames são realizados, como a avaliação da reserva ovariana – que determina o potencial de fertilidade da mulher – e testes hormonais, que avaliam os níveis dos hormônios relacionados com o processo reprodutivo feminino.
Exames de imagem também são realizados para observar estruturas como as tubas uterinas e o útero, fundamentais para a fecundação e sustentação da gestação.
Para o homem, normalmente, solicita-se o espermograma, que averigua a qualidade e quantidade dos gametas masculinos, e em alguns casos o ultrassom testicular e outros exames mais específicos.
Após a confirmação diagnóstica e a indicação para RSP ou coito programado, na primeira etapa da técnica a mulher passa pela estimulação ovariana, realizada com a administração de medicamentos hormonais – que induzem o recrutamento e amadurecimento de ao menos um folículo ovariano –, e monitorada por ultrassonografia pélvica.
No auge do desenvolvimento folicular, a mulher recebe uma dose única de hCG (gonadotrofina coriônica humana), para induzir o rompimento do folículo e ovulação – e tem cerca de 36h para manter relações sexuais com mais chances de resultar em gestação.
Normalmente a RSP é indicada em casos de problemas relacionados com a ovulação, como dificuldades no desenvolvimento e amadurecimento dos folículos, assim como as falhas em liberar o óvulo, o que leva à ausência de ovulação – anovulação.
Entretanto, mulheres com endometriose e SOP nos estágios iniciais e também os casais com indicação para ISCA (infertilidade sem causa aparente), também podem ser auxiliados por esta técnica.
A RSP é uma técnica segura e de bastante êxito, quando sua indicação é precedida por um processo diagnóstico rigoroso, que respeita as limitações impostas pela metodologia da técnica.
Por isso, as taxas de sucesso na concepção pelo coito programado são semelhantes às da gestação natural: cerca de 20% a cada ciclo de tratamento.
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