O desenvolvimento dos exames de imagem, como a ultrassonografia, foi um dos grandes avanços tecnológicos que revolucionaram a medicina diagnóstica, trazendo exatidão, praticidade, velocidade, conforto e segurança, para médicos e pacientes. Isso porque, antes dos exames de imagem, era necessário realizar procedimentos cirúrgicos com cortes […]
O desenvolvimento dos exames de imagem, como a ultrassonografia, foi um dos grandes avanços tecnológicos que revolucionaram a medicina diagnóstica, trazendo exatidão, praticidade, velocidade, conforto e segurança, para médicos e pacientes.
Isso porque, antes dos exames de imagem, era necessário realizar procedimentos cirúrgicos com cortes e aberturas complexos, para identificar ou confirmar possíveis doenças, inicialmente indicadas apenas por diagnósticos externos simples e relatos dos sintomas.
A ultrassonografia é o exame mais utilizado atualmente, no mundo, pois pode auxiliar no diagnóstico de diversas enfermidades, como por exemplo no caso de rins policísticos, hérnias, pedras nos rins e vesículas, e doenças que resultam em infertilidade feminina, como pólipos endometriais e miomas uterinos, endometriose, entre outras.
Acompanhe a leitura do texto a seguir e compreenda melhor cada modalidade da ultrassonografia pélvica, inclusive quando envolvidas na reprodução assistida.
A ultrassonografia, ou apenas ultrassom, é uma tecnologia diagnóstica que utiliza o eco gerado por ondas ultrassônicas de alta frequência, para criar imagens que permitem a visualização das estruturas internas do organismo, em tempo real.
Por meio de uma ultrassonografia com Doppler, tecnologia complementar à ultrassonografia tradicional, é possível também analisar o fluxo sanguíneo nos locais estudados pelo exame.
As ondas ultrassônicas são emitidas por um aparelho chamado transdutor, que contém um cristal piezoelétrico, de diversos tipos e formatos, que também variam na intensidade da frequência emitida.
O transdutor é colocado sobre a superfície da pele e direcionado para o local ou órgão que se pretende examinar. Ele emite ondas ultrassônicas, que se chocam com as estruturas para onde está direcionado e esse choque emite um eco, que retorna ao transdutor.
Ao receber os ecos gerados pelo exame, o transdutor encaminha para um computador, que os interpreta e transforma em imagens exibidas em um monitor.
A sonda tanto emite, quanto recebe as ondas sonoras. A resolução e a precisão obtidas na visualização das estruturas, depende da potência das ondas emitidas: quanto maiores, melhor é a resolução.
A atenuação e mudança de fase dos sinais emitidos variam segundo a densidade e a composição das estruturas analisadas. São precisamente essas informações que, traduzidas, formam a imagem dos órgãos internos projetada no monitor.
A ultrassonografia é de grande importância para a medicina reprodutiva, especialmente as modalidades transvaginal e abdominal do ultrassom pélvico, que inclusive são os mais utilizados.
Em alguns casos específicos, a ultrassonografia testicular também é importante para o diagnóstico antes da indicação da melhor técnica de reprodução assistida.
Pela ultrassonografia testicular com Doppler é possível visualizar também a movimentação do fluxo sanguíneo nos testículos, o que é fundamental para identificar a varicocele, por exemplo, causa comum de infertilidade masculina.
A ultrassonografia pélvica pode ser feita em diferentes modalidades:
A ultrassonografia, em suas diversas modalidades, é um exame seguro, amplo e acessível, pois não utiliza radiação e não tem contraindicações, por isso é, da mesma forma, fundamental para visualização embrionária e fetal, além de ser realizado em ambiente ambulatorial.
A ultrassonografia pélvica abdominal, como em todas modalidades, é realizada com o uso do transdutor, que nesse caso tem um formato linear e que se adapta ao manuseio do médico para uso externo.
Esse transdutor propicia a emissão de ondas sonoras em formato específico, o que permite uma visualização de uma região mais ampla, quando aplicado em contato direto com a pele.
O transdutor linear é aplicado em contato com a pele com auxílio de um gel, que ajuda no deslizamento, melhorando as imagens, já que o som se propaga melhor em meio viscoso do que no ar. O médico então direciona o aparelho para a área que deseja visualizar, fazendo pequenos movimentos para ter uma visão ampla e clara da região.
Este é um exame simples e de rápida execução, a única preparação necessária é estar com a bexiga cheia: a mulher deve beber em média de 4 a 6 copos de água antes de fazer o exame.
O exame é realizado com a mulher deitada em uma maca específica e não é um procedimento demorado. Após a conclusão, não é necessário nenhum período de recuperação e é possível retornar às atividades normalmente.
Para a realização da ultrassonografia pélvica transvaginal, utiliza-se o transdutor endocavitário, que possui um formato diferente do linear, adaptado de forma anatômica para o canal vaginal.
O transdutor endocavitário deve ser envolvido por um preservativo e recoberto de gel, que facilita a condução das ondas sonoras e protege a mulher de possíveis contaminações, além de tornar o exame menos desconfortável.
O preparo para a realização da ultrassonografia transvaginal também é bem simples, contudo, a mulher precisa apenas estar com a bexiga vazia, diferente do que acontece na modalidade abdominal.
Para a realização do exame, a mulher deve se deitar em uma maca e permanecer em posição ginecológica. O transdutor é então inserido no canal vaginal, até o colo do útero, permitindo uma visualização mais especifica e detalhada do local investigado.
Não há a necessidade de recuperação ou afastamento das atividades após o exame, assim como em qualquer outra forma de ultrassonografia. Apenas é recomendado que seja feita a higiene da região íntima, pois um pouco do gel lubrificante ainda pode permanecer no canal vaginal após o procedimento.
A ultrassonografia pélvica transvaginal com preparo intestinal é um exame indicado especificamente para diagnosticar endometriose, que por ser uma doença de difícil diagnóstico não é facilmente detectada com a ultrassonografia transvaginal tradicional.
O que diferencia os dois exames é apenas a realização do preparo intestinal, que consiste em uma dieta sem resíduos sólidos na véspera do procedimento, além da utilização de laxantes, com o objetivo de esvaziar o intestino.
Isso porque é possível se obter uma visualização mais clara dos focos endometrióticos sem o conteúdo intestinal normal, além de facilitar a mobilidade do transdutor para a execução do exame.
A ultrassonografia pélvica é o exame mais solicitado, principalmente na área ginecológica e de reprodução assistida, em suas várias modalidades. É útil especialmente para o diagnóstico de diversas enfermidades que se relacionam com a fertilidade da mulher.
Entre as doenças que podem provocar infertilidade, para as quais a ultrassonografia pélvica é indicada, destacamos:
Se deseja saber mais sobre ultrassonografia pélvica, toque neste link e acesse nosso conteúdo completo.
MaisEmbora se fale muito sobre a gestação do ponto de vista do casal e sua fertilidade, alguns aspectos do processo reprodutivo, relacionados mais diretamente ao desenvolvimento do embrião, também podem ser decisivos para conseguir uma gestação, mesmo com auxílio das técnicas de reprodução assistida. O […]
Embora se fale muito sobre a gestação do ponto de vista do casal e sua fertilidade, alguns aspectos do processo reprodutivo, relacionados mais diretamente ao desenvolvimento do embrião, também podem ser decisivos para conseguir uma gestação, mesmo com auxílio das técnicas de reprodução assistida.
O desenvolvimento embrionário, ao contrário do que muitos pensam, não acontece durante toda a gestação, mas num período bastante específico: começa após as primeiras clivagens – divisões celulares – do zigoto e termina no início do período de desenvolvimento fetal.
Durante esse tempo, o embrião passa por diversas fases de desenvolvimento, com eventos importantes e bastante específicos, especialmente sobre a formação das células, cavidades, tecidos, órgãos e sistemas que compõem o corpo humano.
O conhecimento sobre as fases do desenvolvimento embrionário também é interessante àqueles que estão em tratamento com reprodução assistida – mais especificamente a FIV (fertilização in vitro) –, pois ajuda a compreender com mais profundidade os processos envolvidos em cada etapa da técnica.
O texto a seguir mostra em detalhes o desenvolvimento do embrião, seja ele resultado da fecundação por vias naturais, ou de tratamentos com as diversas técnicas de reprodução assistida.
As células reprodutivas masculinas e femininas têm origens embrionárias diferentes e processos de amadurecimento distintos, embora sejam bastante semelhantes em dois aspectos: são as únicas do corpo humano a conter apenas metade do DNA, e somente estão disponíveis para a fecundação após a puberdade.
Enquanto os espermatozoides – células reprodutivas masculinas – são formados periodicamente a cada ejaculação, todos os óvulos – células reprodutivas femininas –, com os quais a mulher poderá contar ao longo de sua vida, já estão armazenados nos folículos antes mesmo do nascimento e ficam disponíveis a cada ciclo menstrual, quando parte é consumida.
Os espermatozoides são células dotadas de cabeça com acrossomo e cauda. Se desenvolvem a partir dos espermatócitos, localizados nas paredes da rede de túbulos seminíferos, que compõe os testículos.
Na cabeça está localizado o pronúcleo, que contém o material genético do espermatozoide, enquanto o acrossomo, localizado em uma das extremidades, contém enzimas para o rompimento da zona pelúcida que circunda o óvulo. A cauda é peça fundamental para a motilidade do espermatozoide.
Os espermatozoides são um dos principais componentes do sêmen, que conta ainda com os líquidos formados nas glândulas anexas – vesículas seminais, glândulas bulbouretrais e a próstata.
A formação dos espermatozoides tem início nos testículos e é mediada pela ação das células de Leydig e Sertoli sobre os espermatócitos, estimuladas pela testosterona – que por sua vez é produzida pela ação das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante).
Após a formação, essas células dirigem-se aos epidídimos, localizados no cordão espermático, onde desenvolvem a cauda e encontram os líquidos glandulares, antes de cada ejaculação.
Todos os óvulos da mulher são envolvidos por uma estrutura multicelular chamada folículo, que mantém essas células isoladas umas das outras, no córtex do ovário. A reserva ovariana – conjunto de células reprodutivas femininas – é limitada e vai sendo consumida a cada ciclo menstrual, até que chega ao fim, com a menopausa.
As células dos folículos contêm receptores para as gonadotrofinas FSH e LH, que atuam diretamente no seu desenvolvimento e no consequente amadurecimento dos óvulos para a ovulação.
A ovulação marca aproximadamente a metade de cada um dos ciclos reprodutivos e está envolvida em uma sequência de acontecimentos hormonais, que também influenciam a estrutura do endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina.
Durante o sangramento menstrual, a produção de gonadotrofinas recomeça, e ao serem liberadas na corrente sanguínea, atingem as células foliculares. Enquanto o LH induz à produção de testosterona, o FSH recruta os folículos para amadurecimento e converte a testosterona em estrogênios.
Os estrogênios atuam tanto no desenvolvimento dos folículos recrutados, como na preparação do endométrio para receber um possível embrião, disparando uma série de divisões nas células endometriais, que levam ao aumento na espessura desse tecido.
Quando as gonadotrofinas e os estrogênios atingem o pico máximo de concentração, o folículo se rompe e libera o óvulo em direção às tubas uterinas.
O corpo lúteo, formado pelas células resquiciais do folículo aderidas aos ovários, produz progesterona, que interrompe a multiplicação celular endometrial provocada pelos estrogênios, e completa o preparo complexificando a estrutura e a vascularização do endométrio.
O período fértil consiste no tempo em que o óvulo permanece nas tubas uterinas – aproximadamente 36h – e considera também o tempo de sobrevivência dos espermatozoides no interior do corpo da mulher, cerca de 72h.
Quando o casal mantém ao menos uma relação sexual sem o uso de preservativos de barreira ou contraceptivos nesse período, existem chances de que a fecundação ocorra e a mulher fique grávida.
Após a ejaculação, os espermatozoides são lançados em direção às tubas uterinas, onde encontram o óvulo e disputam a entrada em seu meio intracelular. A zona pelúcida é uma membrana que circunda o óvulo e controla a entrada do espermatozoide, permitindo que apenas uma célula reprodutiva masculina realize a fecundação.
Quando isso ocorre, o espermatozoide se desfaz e deixa seu pronúcleo no interior do óvulo. Esse se funde ao pronúcleo do óvulo, formando um conjunto genético completo e o núcleo do zigoto, célula primordial do desenvolvimento humano.
Algumas horas após a fecundação, ainda nas tubas uterinas, o zigoto dá início a uma série de clivagens – divisões celulares que multiplicam a célula primordial –, formando as primeiras células do embrião.
As primeiras clivagens formam uma estrutura multicelular, ainda envolta pela zona pelúcida e semelhante a uma amora, com todas as células juntas formando um bloco maciço. Nesta fase, denominada morulação, o embrião é chamado mórula.
Enquanto as células embrionárias se multiplicam na morulação, o embrião é transportado, pelo peristaltismo das tubas, até o útero, onde deve buscar o local adequado para se fixar.
Simultaneamente à chegada do embrião ao útero, aproximadamente 5 dias após a fecundação, tem início a formação de uma cavidade, chamada blastocele, que divide os dois primeiros grupos de células em: embrionárias , que formam o embrião propriamente dito, e as células que formam os anexos embrionários, placenta, líquido amniótico e cordão umbilical.
Nessa etapa o embrião é chamado blastocisto e é nela que acontece a implantação embrionária. Ao encontrar o local mais adequado para se fixar e ser reconhecido pelo endométrio, o embrião rompe a zona pelúcida e as células embrionárias infiltram-se no tecido de revestimento da cavidade uterina, dando início à gestação.
Após a implantação embrionária, as células – ainda em multiplicação – dão início aos primeiros tecidos especializados – endoderme, mesoderme e ectoderme –, ao tubo digestivo, que, mais tarde, origina todo o sistema digestório, e os demais órgãos do corpo humano.
As células reprodutivas femininas, bem como todo o sistema reprodutivo de homens e mulheres também são formados nessa etapa.
As etapas descritas anteriormente acontecem da mesma forma em uma gestação por vias naturais e naquela conseguida nos tratamentos com reprodução assistida. A principal diferença está na existência de ferramentas que aumentam o controle sobre os processos da fecundação e gestação, potencializando as chances de que o tratamento resulte em gravidez.
Apenas na FIV é possível acompanhar o desenvolvimento embrionário – principalmente para a seleção dos embriões mais saudáveis –, durante a etapa do cultivo embrionário.
Está em busca de informações sobre a FIV (fertilização in vitro)? Toque neste link e conheça nosso conteúdo sobre o assunto.
MaisO aborto de repetição é um fenômeno que geralmente causa muito sofrimento para o casal que está tentando ter filhos, normalmente porque, após a recorrência dos abortamentos, há sentimentos como o medo de um deles, ou ambos, serem inférteis e, assim, não poderem gerar um […]
O aborto de repetição é um fenômeno que geralmente causa muito sofrimento para o casal que está tentando ter filhos, normalmente porque, após a recorrência dos abortamentos, há sentimentos como o medo de um deles, ou ambos, serem inférteis e, assim, não poderem gerar um bebê.
As causas do aborto de repetição podem ser variadas e esse quadro normalmente é resultado de doenças adquiridas, como pólipos endometriais e miomas uterinos, bem como problemas genéticos, hereditários ou não.
O desconhecimento dessas possíveis causas, muitas vezes é o motivo que pode trazer ansiedade ao casal, aumentando sua apreensão quanto a possibilidade de gerar filhos biológicos.
É muito importante diagnóstico acurado para compreender quais as causas do aborto de repetição. Assim, o problema pode ser devidamente tratado antes de uma nova tentativa gravidez.
O diagnóstico pode ser obtido por exames de imagem como a ultrassonografia e a ressonância magnética, além do espermograma e a avaliação da reserva ovariana.
O aborto de repetição também pode ser causado por alterações no sistema imunológico, induzido por inflamações – que aumentam a concentração de células NK (natural killer) – o que é confirmado por exames específicos.
O diagnóstico preciso é necessário mesmo quando o casal recorre ao auxílio da reprodução assistida, para que seja possível a escolha da melhor técnica, entre as disponíveis, de acordo com cada caso.
O objetivo deste texto é esclarecer sobre o aborto de repetição e suas possíveis causas, aproveite a leitura e entenda melhor sobre o assunto!
O aborto espontâneo é a interrupção involuntária de uma gestação, que geralmente ocorre devido a problemas endometriais ou no desenvolvimento do embrião, antes da 22ª semana de gravidez.
Sangramento e dores abdominais ou lombares são os principais sintomas do abortamento espontâneo, em face dos quais é necessário buscar atendimento médico imediato e de urgência.
Apesar de não ser possível reverter o abortamento uma vez que ele inicia, existe a possibilidade da utilização de alguns medicamentos e procedimentos, como a AMIU (aspiração manual intrauterina), para evitar complicações maiores.
A mulher e o casal também podem sentir muita angústia após este processo e em alguns casos é necessário buscar apoio psicológico profissional.
Quando o abortamento ocorre por duas ou mais vezes seguidas, o quadro pode ser classificado como aborto de repetição, que normalmente tem causas mais complexas, tornando importante que a mulher esteja atenta e procure atendimento médico para obtenção de um diagnóstico mais preciso.
Diversas podem ser as causas do aborto de repetição, porém as principais são:
Uma das causas de aborto de repetição são as falhas de implantação embrionária, que ocorrem quando o embrião não consegue se fixar no endométrio, normalmente porque há problemas na receptividade uterina.
Essas falhas podem ser desencadeadas por diferentes motivos, como alterações na anatomia uterina, presença de miomas uterinos, pólipos endometriais, alterações hormonais, endometriose e fatores genéticos.
Aneuploidia, por exemplo, quando há presença ou ausência de mais cromossomos do que o normal no óvulo ou espermatozoide, resulta em embriões de má qualidade e, consequentemente, em falhas e abortamento.
Enquanto as malformações uterinas, congênitas ou provocadas por doenças como miomas, pólipos e endometriose, dificultando ou impedindo a gravidez, resultando em abortamento.
Já a trombofilia, doença em que há maior propensão para a formação de coágulos, pode afetar a vasculatura placentária, o que também resulta em abortamento.
Também podem ocorrer por falha no preparo endometrial: o endométrio precisa estar receptivo para a implantação do embrião. Normalmente, pela ação dos hormônios sexuais estrogênio e progesterona, aumenta em espessura para recebê-lo. A ação desses hormônios pode ser comprometida por diferentes condições, e o desequilíbrio, consequentemente, leva ao preparo inadequado do endométrio.
Em casos como miomas e pólipos, a integridade do endométrio pode ficar comprometida, o que acaba gerando abortamentos sequenciais.
As inflamações uterinas – como nos casos de endometrite provocada por ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) – também podem dificultar a implantação, por causarem alterações no ciclo endometrial, e, consequentemente, um deslocamento da janela de implantação.
Se a inflamação ocorrer durante a gravidez, mesmo quando o embrião é implantado com sucesso, a gestação pode ter complicações que resultam em perda, assim como podem deixar sequelas e afetar a fertilidade da mulher.
Além disso, fatores masculinos também contribuem. Ao mesmo tempo que os espermatozoides perdem, da mesma forma, em qualidade com o envelhecimento, aumentando as chances de aneuploidia, sabe-se, hoje, que a fragmentação do DNA espermático, condição em que ocorre a perda da integridade do DNA, é uma das principais causas de infertilidade masculina, e o abortamento está entre as suas consequências.
Para saber mais sobre aborto de repetição toque neste link.
MaisA reprodução assistida é uma especialidade da medicina reprodutiva, que reúne técnicas importantes para aumentar as chances de gravidez de pessoas diagnosticadas com infertilidade, e para casais homoafetivos ou pessoas solteiras terem filhos biológicos. São utilizadas também para a preservação oncológica da fertilidade, prevenção de […]
A reprodução assistida é uma especialidade da medicina reprodutiva, que reúne técnicas importantes para aumentar as chances de gravidez de pessoas diagnosticadas com infertilidade, e para casais homoafetivos ou pessoas solteiras terem filhos biológicos.
São utilizadas também para a preservação oncológica da fertilidade, prevenção de doenças hereditárias e preservação social da fertilidade.
A reprodução assistida conta hoje com três técnicas principais – RSP (relação sexual programada), IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro) –, além de procedimentos complementares, que aumentam as chances de gestação, quando bem indicados.
Neste texto falaremos sobre os motivos pelos quais as técnicas de reprodução assistida podem falhar, aproveite a leitura!
A RSP é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade, indicada principalmente para casos de infertilidade feminina leve e por fatores ovarianos, já que auxilia na ovulação.
A estimulação ovariana é a primeira etapa da técnica e deve ser monitorada por ultrassonografia, exame que identifica o melhor momento para induzir a ovulação com a administração de uma dose única de hCG (gonadotrofina coriônica humana). A partir do momento em que a ovulação foi induzida, o casal tem aproximadamente 36h para manter relações sexuais com mais chances de gestação.
A IA é uma técnica também de baixa complexidade, em que amostras do sêmen contendo uma concentração maior de espermatozoides saudáveis, é depositada na cavidade uterina durante o período fértil da mulher, normalmente após a indução da ovulação, de forma semelhante ao que acontece na RSP.
A FIV é considerada uma técnica de alta complexidade, pois permite a fecundação em ambiente laboratorial controlado. Na FIV, a primeira etapa também é a estimulação ovariana e os folículos são coletados por aspiração folicular, na segunda etapa, durante o período previsto para ovulação. Os óvulos são extraídos em laboratório e selecionados para a ovulação.
Os gametas masculinos também são selecionados pelo preparo seminal nessa etapa. Os homens coletam amostras de sêmen, por masturbação, na própria clínica, que são encaminhadas ao laboratório e submetidas à técnica.
Se os espermatozoides não estiverem presentes no sêmen, condição chamada azoospermia, podem ser coletados por recuperação espermática.
Após a fecundação, realizada geralmente por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), os embriões são cultivados de 3 a 6 dias, quando são transferidos para o útero e espera-se que a implantação embrionária aconteça sem maiores problemas.
Embora as taxas de sucesso das técnicas de reprodução assistida sejam relativamente altas, nem sempre o tratamento consegue chegar à gestação.
Todas as técnicas de reprodução assistida têm como objetivo aumentar as chances de gravidez de um casal infértil. Além disso, a FIV e, em alguns casos, a IA, podem atender outras demandas reprodutivas, como casais homoafetivos que desejam ter filhos.
A infertilidade pode ter origem em diversas doenças, como as listadas a seguir:
A RSP é indicada para infertilidade feminina leve, especificamente por oligovulação – como na SOP e nos endometriomas – já que, nesses casos, somente pela estimulação ovariana, acompanhada por ultrassonografia é possível contornar as causas da infertilidade e aumentar as chances de obter uma gestação.
A IA é indicada para os mesmos casos que a RSP, mas também para infertilidade masculina leve, quando o espermograma aponta pequenas alterações espermáticas. Isso porque a técnica também possibilita a seleção pelo preparo seminal.
Diferente da RSP e da IA, que têm indicações restritas, a FIV pode ser indicada para praticamente todas as demandas reprodutivas, incluindo os casos mais severos de infertilidade masculina e feminina, que não são atendidos pelas outras técnicas.
Existem fatores no processo de reprodução humana que ainda não podem ser controlados pela medicina até o momento, como acontece no período após a transferência embrionária, quando a gestação passa a depender do sucesso na implantação do embrião no útero.
Além disso, alguns diagnósticos – ou sua ausência – por trás da indicação para reprodução assistida, podem oferecer obstáculos maiores para o sucesso das técnicas, como nos casos de ISCA (infertilidade sem causa aparente), em que o ciclo de tratamento pode falhar especialmente porque os motivos pelos quais o casal é infértil são desconhecidos.
Por outro lado, as chances são progressivamente menores com o avanço da idade, como acontece na gestação natural. Níveis mais baixos de reserva ovariana, por exemplo, proporcionam uma quantidade menor de óvulos para a fecundação, mesmo com a estimulação ovariana.
A perda de qualidade dos óvulos, comum ao envelhecimento, afeta, da mesma forma, a qualidade do embrião, o que pode resultar em falhas no tratamento.
Por isso, quando há intenção de adiar a gravidez, é indicada a preservação dos óvulos, preferencialmente antes dos 35 anos, garantindo, dessa forma, a manutenção da qualidade deles para uso no futuro.
Devido a esses fatores, é impossível afirmar que qualquer técnica de reprodução assistida garanta 100% de sucesso na gestação.
Contudo, quanto mais complexa a técnica, mais avançada ela é, o que faz com que as possibilidades de controle nas diferentes etapas do processo reprodutivo sejam maiores, diminuindo as chances de falhas.
Na FIV, ainda, os tratamentos costumam deixar embriões excedentes, que podem ser congelados e armazenados, possibilitando seu uso em novas tentativas. Assim, a falha de um ciclo de tratamento não representa o insucesso total do procedimento.
As taxas de sucesso da RSP, costumam ser de 20% por ciclo de tratamento, semelhantes às taxas de gestação por vias naturais em pessoas que não possuem a fertilidade comprometida, que também são de 20% por ciclo reprodutivo.
A IA possui uma taxa de sucesso de gestação aproximadamente entre 20% e 25% por ciclo de tratamento, quando indicadas para casos leves de infertilidade, masculina ou feminina.
Como é uma técnica mais avançada, que permite maior participação e controle de quase todas etapas do processo reprodutivo, incluindo a manipulação em laboratório dos gametas e embriões, a FIV alcança uma taxa de sucesso na gravidez bem maior, de em média 40% a cada ciclo.
Quer saber mais sobre FIV? Então toque neste link.
MaisProblemas durante o processo de implantação embrionária, talvez menos conhecidos pelos casais tentantes, podem inviabilizar a gestação, provocando perdas gestacionais e aborto de repetição. Podem, inclusive, estar por trás de um quadro mais severo de infertilidade conjugal, por fatores femininos. Milhões de pessoas em idade […]
Problemas durante o processo de implantação embrionária, talvez menos conhecidos pelos casais tentantes, podem inviabilizar a gestação, provocando perdas gestacionais e aborto de repetição. Podem, inclusive, estar por trás de um quadro mais severo de infertilidade conjugal, por fatores femininos.
Milhões de pessoas em idade reprodutiva no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), receberam ou receberão o diagnóstico de infertilidade. Desses casos, cerca de 50% são exclusivamente problemas relacionados à infertilidade feminina.
A saúde do endométrio – tecido que reveste a parede interna do útero –, está diretamente relacionada com a falha de implantação embrionária: o tecido precisa estar devidamente preparado para receber o embrião, caso contrário, ele pode não conseguir se fixar de forma satisfatória.
Este texto tem por objetivo explicar a falha de implantação embrionária e suas possíveis causas. Aproveite a leitura!
O útero é um órgão oco, cuja parede é formada por três camadas de tecido distintas. A intermediária, o miométrio, é uma camada espessa de músculo, cujo papel está ligado principalmente às contrações no momento do parto. O perimétrio é a camada serosa externa em contato com o peritônio, e o endométrio.
O endométrio é a camada de revestimento interna, tecido altamente vascularizado em que acontece a implantação do embrião para o início da gestação. Nele, posteriormente, a placenta também se desenvolve.
A implantação embrionária, chamada ainda de nidação ou fixação, marca o início da gravidez propriamente dita, tanto na concepção natural, quanto na reprodução assistida, e acontece entre 5 e 7 dias após a fecundação.
A fecundação por vias naturais ocorre no interior das tubas uterinas, com a fusão dos pronúcleos do óvulo e do espermatozoide, formando o zigoto, cujo núcleo contém todo o material genético de um ser humano completo. Essa célula primordial começa, então, a se dividir e multiplicar, formando o embrião.
Durante os primeiros dias após a fecundação, o embrião se dirige ao interior do útero, atingindo o endométrio, onde precisa buscar um local adequado para se fixar.
A implantação embrionária ou fixação acontece após o rompimento da zona pelúcida embrionária e a infiltração do embrião no tecido endometrial.
A falha na implantação embrionária acontece quando o embrião não consegue se fixar e é expelido antes que a gestação tenha início.
Esse processo pode ocorrer espontaneamente, em ciclos naturais, sem grandes alterações que justifiquem a perda gestacional – inclusive sem que a mulher sequer tome conhecimento de que estava grávida –, embora algumas doenças possam dificultar as tentativas para engravidar, por provocar falhas na implantação embrionária.
Quando isso ocorre durante um tratamento com a FIV (fertilização in vitro), suas causas podem estar relacionadas à fase da estimulação ovariana, etapa inicial do tratamento, que utiliza medicação hormonal com potencial para interferir na dinâmica hormonal do útero e do ciclo reprodutivo como um todo.
De forma geral, a infertilidade por falha na implantação embrionária pode estar ligada a doenças genéticas, hereditárias ou não, e adquiridas, entre outras causas:
A janela de implantação corresponde ao período mais propício para que o embrião consiga se implantar no endométrio. O sucesso da gravidez depende da perfeita sincronia entre a chegada do embrião ao útero e a receptividade do endométrio, inclusive nos tratamentos com as técnicas de reprodução assistida.
O desencontro entre a janela de implantação e o desenvolvimento do embrião, pode impossibilitar uma gestação.
A falha na implantação do embrião também pode ocorrer devido a inflamações no endométrio, causadas principalmente por DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), com destaque para clamídia e gonorreia, que são as mais comuns em homens e mulheres durante a idade reprodutiva.
Doenças como miomas uterinos, principalmente os submucosos, pólipos endometriais e outras estrogênio-dependentes, que provocam a formação de massas celulares, normalmente resultam em inflamações locais, que podem levar a falhas na implantação embrionária.
A DIP, outra condição que pode provocar falhas na implantação, é uma inflamação crônica que, na maior parte as vezes, surge de quadros inflamatórios primários para os quais não foi realizado tratamento ou o tratamento não foi bem-sucedido.
Algumas vezes a falha na implantação do embrião ocorre devido incompatibilidade genética, já que uma das etapas da implantação embrionária é o reconhecimento do embrião pelo endométrio.
O que pode acontecer é o endométrio, por causa do material genético do parceiro presente no embrião, sinalizar às células imunológicas da mulher que identifiquem o embrião como um corpo estranho e realizem sua eliminação por esse motivo.
Assim como na maior parte das causas da infertilidade, o primeiro passo para lidar com os casos de falha na implantação embrionária é compreender os motivos pelos quais isso acontece. Para se chegar ao diagnóstico preciso, no entanto, é necessário avaliar a saúde reprodutiva da mulher, com a realização de exames de imagem e laboratoriais.
Dependendo do diagnóstico por trás das falhas de implantação, podem ser escolhidos tratamentos primários, que focam a remissão dessas doenças, ou a mulher pode receber indicação para tratamento com reprodução assistida.
A técnica de reprodução assistida mais apta a auxiliar casais com infertilidade por falhas na implantação embrionária é a FIV.
Isso porque é uma técnica complexa, em que os gametas são coletados e posteriormente a fecundação acontece em ambiente laboratorial. Após a fecundação, os embriões são cultivados por até 6 dias e, em seguida, transferidos para o útero, onde se espera que a implantação aconteça.
Além de permitir o controle e monitoramento de todo esses processo, a FIV conta com a possibilidade do freeze-all, que consiste no congelamento de todos os embriões obtidos na fecundação.
Os embriões congelados podem ser transferidos no próximo ciclo reprodutivo ou quando o monitoramento do preparo endometrial mostrar um endométrio receptivo para receber o embrião.
Se após o freeze-all a mulher não apresentar um bom preparo endometrial naturalmente, esse processo pode ser feito com auxílio de medicação hormonal – normalmente à base de estrogênio e progesterona –, induzindo o espessamento do endométrio.
Para mais informações sobre infertilidade feminina toque neste link.
MaisO diagnóstico de infertilidade conjugal é dado quando um casal, após tentativas contínuas de gerar filhos, tendo relações sexuais por pelo menos um ano sem o uso de nenhum método contraceptivo e atento ao período mais fértil da mulher, ainda assim não obtém uma gestação. […]
O diagnóstico de infertilidade conjugal é dado quando um casal, após tentativas contínuas de gerar filhos, tendo relações sexuais por pelo menos um ano sem o uso de nenhum método contraceptivo e atento ao período mais fértil da mulher, ainda assim não obtém uma gestação.
Quando existe a desconfiança de infertilidade conjugal, o diagnóstico deve ser feito por meio de exames laboratoriais e de imagem, como a ultrassonografia em suas várias modalidades.
A ultrassonografia pélvica, por exemplo é um exame de imagem utilizado para diversos diagnósticos, como miomas uterinos, endometriose, pólipos endometriais, entre outros. A avaliação da fertilidade feminina também é realizada com o auxílio da ultrassonografia pélvica.
Acompanhe a leitura do texto a seguir e entenda melhor o exame de ultrassonografia, especialmente em relação à contagem de folículos antrais.
A ultrassonografia pélvica é uma das modalidades de ultrassom amplamente utilizada na medicina reprodutiva, tanto para diagnóstico, como uma ferramenta para a realização das técnicas de reprodução assistida.
A ultrassonografia, também conhecida como ecografia, é realizada por um aparelho conhecido como transdutor, que possui diferentes formatos, dependendo da sua modalidade.
Este aparelho trabalha tanto como emissor, quanto como receptor de ondas ultrassônicas. Quando direcionadas para a área do corpo que se deseja analisar, essas ondas se chocam com as estruturas do organismo, ecoando de volta para o transdutor.
O transdutor, então, recebe essas ondas e as envia a um computador, que mapeia esses ecos transformando-os em imagens projetadas em um monitor, permitindo a avaliação em tempo real.
Uma das modalidades da ultrassonografia é a pélvica abdominal ou suprapúbica, nela o transdutor utilizado é de um formato linear, adaptado para o manuseio externo do médico que realiza o procedimento.
Esse formato permite que o aparelho ao entrar em contato com a pele – previamente preparada com um gel para que as ondas se propaguem de forma mais efetiva, permitindo uma maior nitidez de imagem – emita ondas em formato de leque, o que amplia a área de captação e visualização do aparelho.
Já na ultrassonografia pélvica transvaginal, o transdutor utilizado é o endocavitário, que possui um formato alongado, de forma a facilitar o exame interno do aparelho reprodutivo da mulher.
Esse transdutor é envolvido por um preservativo, que serve para proteger a mulher de contaminações, e recoberto por um gel. O aparelho é então introduzido, por via intravaginal, permitindo uma visualização mais localizada da área que se pretende examinar.
A ultrassonografia é fundamental para a reprodução assistida, pois além de avaliar a fertilidade da mulher, também permite o controle sobre o processo ovulatório feminino durante a estimulação ovariana e indução à ovulação. Auxilia, ainda, em outros procedimentos, como a inseminação intrauterina, a punção folicular e a transferência embrionária.
A ultrassonografia pélvica transvaginal para avaliação da fertilidade é usada em mulheres com indicação tanto de investigação da causa da infertilidade, quanto no acompanhamento nos tratamentos de Reprodução Assistida. Sendo assim, de maneira geral, aquelas que se beneficiam do seu uso são:
Em alguns casos, mesmo após a investigação, pode não haver um diagnóstico preciso sobre o motivo pelo qual o casal encontra dificuldades para engravidar. São chamados ISCA (infertilidade sem causa aparente) e, para estas situações, a ultrassonografia pélvica transvaginal normalmente também mostra-se como uma ferramenta importante.
A ultrassonografia pélvica transvaginal para avaliação da fertilidade é realizada da mesma maneira que a transvaginal tradicional, porém pode ser associada ou não com a dosagem de hormônio antimülleriano com a finalidade de avaliação da reserva ovariana.
O exame possibilita a contagem de folículos menores, pré-antrais e antrais, definindo, assim, a reserva ovariana.
Os folículos são as cápsulas que guardam os óvulos, as células reprodutoras femininas. São capazes de predizer a reserva ovariana, visto que esses têm correlação direta com o número de folículos totais ovariano. Trata-se de um estoque limitado, já que toda mulher já nasce com um número fixo de folículos, que são utilizados ao longo de sua vida reprodutiva a cada ciclo ovulatório.
Com a liberação do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) pelo hipotálamo, a hipófise produz outros dois hormônios, o FSH (hormônio folículo estimulante) e o LH (hormônio luteinizante). O FSH promove o desenvolvimento e crescimento do folículo, auxiliado nesse processo pelo LH.
À medida que os folículos se desenvolvem, ocorre um aumento da produção dos estrogênios, que é então liberado aos poucos durante toda a fase folicular do ciclo ovariano. Muitos folículos são recrutados para este processo – chamado ovulação –, mas somente um chega ao fim do amadurecimento, quando se rompe, liberando-o para que se instale nas tubas uterinas aguardando uma possível fecundação.
Como mencionamos, o processo da ovulação faz diminuir naturalmente, a cada ciclo, a reserva ovariana e a vida reprodutiva da mulher, que acabam na menopausa.
A ultrassonografia transvaginal consegue fornecer imagens dos ovários como um todo, e também dos folículos antrais.
Com essas imagens, é possível identificar, medir e fazer a contagem – realizada por quadrante – do total de folículos presentes nos ovários.
Esse procedimento é semelhante à ultrassonografia transvaginal tradicional, seguro e não invasivo, em que a única preparação é estar com a bexiga vazia, dispensando qualquer período de recuperação após o exame, a diferença é que as imagens são utilizadas para calcular a quantidade de folículos.
O número obtido é extrapolado para todo o ovário, e, assim, chega-se a um número total estimado de folículos disponíveis, naquele ciclo, para ovulação.
A contagem ultrassonográfica dos folículos antrais pode ser complementada pela dosagem do HAM (hormônio antimülleriano), por ser também um marcador confiável para avaliar a reserva ovariana, pois é produzido pelas células dos folículos pré-antrais e antrais.
Para mais informações sobre a ultrassonografia, toque neste link.
MaisEmbora mulheres em idade fértil tenham grande potencial para desenvolver miomas, a busca por um diagnóstico preciso pode ser prejudicada pelo fato de que, na maior parte dos casos, a doença não causa qualquer sintoma identificável. Quando apresentam sintomas, costumam causar muita dor, sangramento uterino […]
Embora mulheres em idade fértil tenham grande potencial para desenvolver miomas, a busca por um diagnóstico preciso pode ser prejudicada pelo fato de que, na maior parte dos casos, a doença não causa qualquer sintoma identificável.
Quando apresentam sintomas, costumam causar muita dor, sangramento uterino anormal, podendo também levar à dificuldade de engravidar e abortos de repetição, num quadro amplo de infertilidade feminina.
Contudo, esses sintomas são comuns também à maior parte das doenças estrogênio-dependentes, como no caso de pólipos endometriais e endometriose, já que são resultado das reações inflamatórias decorrentes da ação desse hormônio, outro fator que pode atrasar o diagnóstico.
Por isso, o diagnóstico preciso dos miomas pode ter como base o resultado de exames de imagem, como a histeroscopia, um procedimento que também pode ser utilizado para o tratamento da doença, como veremos no texto a seguir.
Boa leitura!
Miomas uterinos são massas tumorais benignas compostas por um tecido semelhante ao encontrado no miométrio, embora mais fibroso, que podem estar localizadas em qualquer das três camadas que compõem a parede uterina – endométrio, miométrio e perimétrio.
Por ser uma doença estrogênio-dependente, o crescimento e os sintomas decorrentes de sua presença no útero estão diretamente relacionados com a ação do hormônio sobre as células que compõem o mioma.
Nos momentos do ciclo reprodutivo em que a concentração de estrogênios está naturalmente mais alta, os miomas respondem disparando um processo inflamatório local, que desencadeia os sintomas típicos da doença.
Esse processo inflamatório aumenta a sensibilidade local, o que gera as dores características da enfermidade. Além disso, está também relacionado à alteração da vascularização e disposição anatômica local, que resulta em sangramentos anormais, principalmente no período menstrual.
Os miomas uterinos são classificados de acordo com os locais em que se desenvolvem, em submucosos, subserosos e intramurais.
Os miomas subserosos são aqueles que se desenvolvem na camada serosa do útero, o perimétrio. Normalmente, esse tipo de mioma não costuma apresentar sintomas relevantes, porém, quando muito desenvolvidos, podem causar compressão nos órgãos próximos, dor pélvica e alterações urinárias e intestinais, caso mantenham contato com a bexiga e intestinos.
Localizados no miométrio, os miomas intramurais também podem não apresentar sintomas. Quando sintomáticos, em geral causam dores abdominais, aumento no fluxo menstrual e podem levar à infertilidade.
Considerada a forma mais sintomática e de maior repercussão na capacidade reprodutiva, os miomas submucosos são aqueles que se localizam na lâmina basal do endométrio e podem se projetar em direção à cavidade uterina, ocupando o espaço destinado ao crescimento do bebê.
Nesses casos, que são sintomáticos em sua maioria, o processo inflamatório desencadeado pela ação estrogênica leva à dor pélvica intensa, dismenorreia, sangramento uterino anormal, além de abortos de repetição e infertilidade.
Para que uma gestação ocorra com sucesso, o endométrio precisa estar preparado e receptivo para que o embrião consiga se fixar em sua parede. A ação estrogênica sobre um endométrio saudável leva ao espessamento desse tecido, enquanto a da progesterona, produzida após a ovulação, interrompe esse processo e complexifica o tecido de revestimento da cavidade uterina, concluindo o que chamamos preparo endometrial.
Nesse sentido, a ação estrogênica sobre os miomas submucosos e a reação inflamatória resultante deles altera a composição do endométrio, prejudicando principalmente a implantação embrionária.
Assim, quando o embrião chega ao útero para se fixar, pode ser reconhecido pelo sistema imunológico como invasor, sendo eliminado por isso, fazendo com que a gestação não aconteça.
Além disso, embora de forma menos frequente, nos casos mais severos de miomas intramurais a infertilidade também pode ser uma consequência da presença desses tumores no miométrio.
Isso porque o desenvolvimento dos nódulos e a inflamação decorrente da ação estrogênica podem comprometer a elasticidade e contratilidade do útero, levando à abortos de repetição, perdas gestacionais, partos prematuros, além de partos de risco.
A histeroscopia cirúrgica é um procedimento ginecológico minimamente invasivo, realizado com o auxílio de uma microcâmera acoplada a uma fonte de luz, que acompanha instrumentos para a ressecção de massas celulares, como os miomas uterinos.
Esses instrumentos são introduzidos pelo canal vaginal até o útero da mulher, que normalmente está anestesiada, permitindo a visualização e a manipulação das estruturas de forma mais acurada.
A histeroscopia também pode ser feita de forma diagnóstica – histeroscopia ambulatorial –, em um processo bastante semelhante, porém sem anestesia e sem a possibilidade de manipulação dos tecidos e de eventuais massas tumorais.
Por meio da histeroscopia cirúrgica é possível remover pólipos uterinos, miomas submucosos, corrigir alterações da cavidade do útero e remover aderências.
A histeroscopia cirúrgica é indicada para a realização de diversos diagnósticos e tratamentos, como:
Ela pode ser utilizada para remover miomas pouco numerosos, e somente quando se encontram no endométrio, para outros casos, pode-se utilizar a videolaparoscopia, procedimento que, apesar de ser minimamente invasivo, prevê pequenos cortes, o que não ocorre na histeroscopia.
A histeroscopia cirúrgica também permite a coleta de material biológico para a realização de biopsia endometrial quando necessária, indicando se há chance de malignização.
Os miomas submucosos são especificamente complexos, especialmente por estarem localizados em um tecido delicado, no qual procedimentos cirúrgicos podem inclusive oferecer riscos de danos, além da própria doença.
Por isso, a indicação da histeroscopia cirúrgica deve ser feita levando-se em consideração as especificidades de cada caso, embora mesmo aos casais que recebem indicação para reprodução assistida, seja recomendada a remoção dos miomas submucosos, já que interferem na receptividade endometrial.
Entre as técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente, a FIV (fertilização in vitro) pode ser indicada às mulheres com infertilidade decorrente de miomas submucosos, especialmente por permitir um acompanhamento do preparo endometrial, o que possibilita realizar a transferência dos embriões somente no momento mais adequado.
Para saber mais sobre a histeroscopia cirúrgica, toque neste link.
MaisOs óvulos, também chamados de ovócitos, são gametas femininos. Portanto, são as células reprodutivas da mulher. Dessa forma, são fecundados e dão origem a uma nova vida. A fecundação é a união do óvulo (gameta feminino) e do espermatozoide (gameta masculino). No entanto, muitas pessoas […]
Os óvulos, também chamados de ovócitos, são gametas femininos. Portanto, são as células reprodutivas da mulher. Dessa forma, são fecundados e dão origem a uma nova vida. A fecundação é a união do óvulo (gameta feminino) e do espermatozoide (gameta masculino).
No entanto, muitas pessoas têm dúvidas sobre como funciona esse processo e sobre a diferença entre óvulos, folículos e oócitos. Vamos entender mais sobre esse assunto? Continue conosco!
Óvulos são gametas femininos. A cada novo ciclo menstrual da mulher, vários folículos crescem, um deles começa a se desenvolver, amadurece, rompe e libera o óvulo no processo chamado ovulação.
O óvulo é envolvido em uma membrana conhecida como zona pelúcida. Essa membrana, nutre o ovócito durante o seu desenvolvimento e tem a função de proteger o óvulo e permitir a entrada de apenas um espermatozoide.
Como vimos, muitas pessoas têm dúvidas na hora da diferenciação dos óvulos, oócitos e folículos.
Veja bem: o folículo é a estrutura onde ficam armazenados os óvulos imaturos. Ele se desenvolve durante o ciclo menstrual, amadurece e libera o óvulo que está no seu interior.
No entanto, para que haja a fecundação, um espermatozoide precisa encontrar esse óvulo, originando um embrião e iniciando a gravidez. Em outras palavras, os óvulos são células femininas responsáveis pela reprodução. Oócitos ou ovócitos, é o termo clínico utilizado para denominá-los.
Para que o espermatozoide fecunde um óvulo é preciso passar por três camadas:
A coroa radiada está diretamente ligada à camada protetora e exterior do óvulo (zona pelúcida). Ela possui duas ou três camadas de células foliculares.
Funciona assim: o óvulo que foi liberado na ovulação emite sinais químicos para atrair os espermatozoides. Portanto, o primeiro obstáculo que ele tem é atravessar essa coroa.
A zona pelúcida, também chamada de envelope vitelínico, é uma estrutura ligada à coroa radiada. A sua principal função é fornecer os nutrientes essenciais para o óvulo. Ela é gelatinosa e circunda o ovócito e o embrião até a camada uterina.
Dessa maneira, o segundo desafio que o espermatozoide tem é penetrar nela. Quando ele consegue, a zona pelúcida se torna impermeável, ou seja, impossibilita que outros espermatozoides penetrem.
A membrana plasmática do óvulo e espermatozoide se fundem representando a terceira fase da fecundação humana, para que posteriormente ocorra a fusão dos pronúcleos dos gametas com as informações genéticas do futuro ser humano.
A quantidade de folículos que a mulher libera em cada ciclo vai diminuindo conforme o tempo passa. Por isso, as chances de gravidez caem até que ela se torne infértil.
Apesar da grande quantidade de folículos que crescem, a mulher libera normalmente apenas um óvulo. Assim, as técnicas de reprodução humana assistida se tornam uma alternativa importante para quem deseja realizar o sonho de ter um bebê e sofre com distúrbios de ovulação, a causa mais comuns de infertilidade feminina.
Em todas elas, tanto nas de baixa complexidade, quanto na de alta complexidade, a primeira etapa é a estimulação ovariana, procedimento realizado com medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de mais folículos e, consequentemente, obter mais óvulos para a fecundação.
O desenvolvimento dos folículos é acompanhado por exames de ultrassonografia periódicos, que indicam o melhor momento para que novos medicamentos os induzam à ovulação.
No entanto, embora seja um procedimento comum a todas as técnicas, elas utilizam protocolos diferentes.
Nas técnicas de baixa complexidade — como a relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA) — a estimulação ovariana tem o objetivo de conseguir de 1 a 3 óvulos, pois a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, processo chamado in vivo.
Na RSP, além da estimulação ovariana, o objetivo é programar o melhor período para intensificar a relação sexual. Já na IA, os espermatozoides previamente selecionados são inseridos no útero durante o período fértil.
Na técnica de alta complexidade, a fertilização in vitro (FIV), a estimulação ovariana tem o objetivo de conseguir uma quantidade maior de óvulos, aproximadamente 10, uma vez que a fecundação acontece de forma artificial, em laboratório, in vitro.
Após a administração de medicamentos indutores, a fecundação ocorre em aproximadamente 36 horas. Durante esse período os folículos maduros são coletados por punção folicular e os óvulos extraídos e selecionados em laboratório.
Assim como na IA, os espermatozoides são selecionados por técnicas de preparo seminal e os melhores gametas utilizados na fecundação.
Atualmente, a fecundação é realizada na maioria das clínicas de reprodução assistida por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada espermatozoide é novamente avaliado individualmente e injetado diretamente no óvulo por um micromanipulador de gametas.
Os embriões formados, depois de serem cultivados em laboratório por até 6 dias, são transferidos para o útero e se implantam no endométrio iniciando a gestação.
Se você gostou de aprender mais sobre o que são óvulos, complemente o seu estudo com a leitura de outro texto que aborda a infertilidade feminina. Boa leitura!
Mais