Art Fértil
Fecundação na FIV: saiba mais detalhes

Considera-se que a gravidez propriamente dita tenha início somente quando acontece a nidação ou fixação do embrião no endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina, embora a fecundação seja um dos principais pontos de partida da gestação. Em uma gravidez natural, a fecundação acontece quando […]

Considera-se que a gravidez propriamente dita tenha início somente quando acontece a nidação ou fixação do embrião no endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina, embora a fecundação seja um dos principais pontos de partida da gestação.

Em uma gravidez natural, a fecundação acontece quando o casal mantém relações sexuais no período fértil da mulher sem o uso de contraceptivos.

Nessa situação, após a ovulação o gameta feminino é liberado em direção ao interior das tubas uterinas, local que também recebe os espermatozoides e onde a fecundação acontece. Cerca de 5 a 7 dias após a fecundação, o embrião, já em desenvolvimento, alcança o útero e a gestação tem início.

Contudo, algumas doenças e condições – masculinas e femininas – podem dificultar a fecundação, especialmente prejudicando o encontro dos gametas, nos casos de obstrução tubária, ou quando há irregularidade na disponibilidade de células reprodutivas, como nos casos de azoospermia e anovulação.

Para esses casos, além dos tratamentos específicos de cada doença, o casal pode contar também com a reprodução assistida, especialmente a FIV (fertilização in vitro), técnica mais complexa e abrangente entre as disponíveis atualmente.

Este texto mostra como, na FIV, a fecundação pode ser feita de diversas formas, sempre em ambiente laboratorial. Acompanhe a leitura e saiba mais!

Conheça as técnicas de reprodução assistida

As técnicas de reprodução assistida incluem também procedimentos de baixa complexidade, como a RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial), que são assim classificadas justamente por permitirem pouco controle sobre o processo de fecundação.

Na RSP, a mulher passa pela estimulação ovariana e pela indução da ovulação, cujo monitoramento ultrassonográfico indica com mais precisão o período fértil, quando o casal é orientado a manter relações sexuais com chances maiores de chegar à gestação.

Também contando com a fecundação no interior das tubas uterinas, a IA se diferencia da RSP principalmente pela possibilidade de manipulação dos gametas masculinos. Nessa técnica, o sêmen é coletado por masturbação e submetido ao preparo seminal, que seleciona amostras de sêmen com uma concentração maior de espermatozoides viáveis, posteriormente inseminados no útero durante o período fértil da mulher.

A FIV é, portanto, classificada como uma técnica de alta complexidade por permitir a seleção dos gametas masculinos e femininos e promover a fecundação de forma altamente controlada, em laboratório.

A fecundação na FIV

A fecundação, assim como todos os procedimentos de reprodução assistida no Brasil, é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que emite resoluções e atualizações do que é permitido ou não periodicamente, desde 1992.

Uma das principais regras do CFM sobre a fecundação é que ela somente pode ser feita com objetivo de integrar tratamentos de reprodução assistida.

Além disso, o documento mais atualizado determina também que os embriões resultantes desse processo são de responsabilidade dos progenitores, embora sejam as clínicas que promovam a criopreservação desse material biológico e seu descarte somente possa ser feito após 3 anos de congelamento.

Diferentes formas de realizar a fecundação na FIV

Como a fecundação na FIV é feita em laboratório, antes dessa etapa do tratamento é preciso obter e selecionar as células reprodutivas que serão utilizadas.

Os gametas femininos são coletados por aspiração folicular, após a etapa de estimulação ovariana e indução da ovulação, enquanto os espermatozoides podem ser obtidos tanto em amostras de sêmen, como pela recuperação espermática.

A forma tradicional de realizar a fecundação na FIV consiste na colocação dos gametas femininos em uma placa de vidro que também contém espermatozoides, já submetidos ao preparo seminal. Dessa forma, a fertilização pode acontecer naturalmente.

Atualmente, no entanto, além da forma tradicional é possível também realizar a fecundação na FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que um único espermatozoide é selecionado e introduzido diretamente no meio intracelular do óvulo por uma agulha especial conectada a uma pipeta.

A ICSI é uma tecnologia complementar à FIV que melhora as taxas de sucesso da etapa de fecundação e, consequentemente, do tratamento como um todo, especialmente nos casos de azoospermia severa, em que mesmo a recuperação espermática não disponibiliza um grande número de células reprodutivas viáveis.

Alguns casos se beneficiam da ICSI. Por exemplo, os casais em que a mulher tem mais de 35 anos e os óvulos apresentam uma zona pelúcida mais espessa se beneficiarão, já que a agulha rompe essa barreira para introduzir o espermatozoide no óvulo.

A FIV também permite a fecundação com gametas obtidos por doação, doação de sêmen e ovodoação, indicada para infertilidade severa, casais homoafetivos e pessoas solteiras que desejam ter filhos. Nesses casos, os gametas são descongelados antes da fecundação.

Taxas de sucesso da FIV

As taxas de gravidez em ciclos de tratamento com a FIV são maiores do que se observa na gestação natural e nas técnicas de baixa complexidade, chegando, em média, a 40% por ciclo de tratamento.

Conheça detalhadamente as outras etapas da FIV tocando neste link.

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Pólipo endometrial: saiba mais sobre o tratamento

A infertilidade feminina por fator uterino está entre as causas mais comuns de perdas gestacionais e das dificuldades gerais que as mulheres e casais em idade reprodutiva podem encontrar para engravidar. Isso acontece porque o útero sedia toda a gravidez, da nidação ao parto, fazendo […]

A infertilidade feminina por fator uterino está entre as causas mais comuns de perdas gestacionais e das dificuldades gerais que as mulheres e casais em idade reprodutiva podem encontrar para engravidar.

Isso acontece porque o útero sedia toda a gravidez, da nidação ao parto, fazendo com que as alterações nesse órgão possam não somente prejudicar a gestação, como também impedir que a mulher engravide.

Dos tecidos que compõem o útero – endométrio, miométrio e perimétrio –, o endométrio é o mais envolvido com as fases iniciais da gravidez, especialmente a fixação do embrião no útero logo após a fecundação nas tubas uterinas.

Ou seja, alterações endometriais, como aquelas apresentadas pelas mulheres que desenvolvem o pólipo endometrial, estão entre as causas mais frequentes de aborto de repetição e problemas para conseguir ao menos chegar à gestação.

A condição, no entanto, tem tratamento e a mulher pode receber inclusive indicação para reprodução assistida, caso exista desejo de engravidar.

Acompanhe a leitura do texto a seguir e conheça as formas de tratamento para o pólipo endometrial.

O que é pólipo endometrial?

O pólipo endometrial é uma formação tumoral benigna, constituída por células semelhantes às encontradas no endométrio original que, no entanto, respondem à ação estrogênica crescendo, em direção à cavidade uterina, como uma projeção do endométrio, e aderindo à camada basal desse tecido.

Além do crescimento do pólipo, os estrogênios também provocam a inflamação do endométrio, ao qual está aderido o pólipo endometrial, prejudicando as funções desempenhadas por esse tecido para a fertilidade da mulher.

Sintomas do pólipo endometrial

Os sintomas que a mulher com pólipo endometrial pode apresentar são derivados do processo inflamatório, provocado também pela ação estrogênica sobre o pólipo endometrial:

  • Aumento no fluxo menstrual;
  • Prolongamento do período menstrual;
  • Menstruação dolorosa (cólicas intensas);
  • Sangramento entre períodos menstruais;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Infertilidade.

Nem todas as mulheres com pólipo endometrial apresentam todos os sintomas descritos e existem casos em que não apresentam qualquer sintoma perceptível, sendo como a identificação da doença somente nos exames de rotina, que devem ser mantidos mesmo no período pós-menopausa.

Diagnóstico do pólipo endometrial

Assim como as demais doenças estrogênio dependentes – como miomas uterinos e endometriose –, o pólipo endometrial é diagnosticado pela avaliação de exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal e a histerossonografia, uma modalidade ultrassonográfica em que a mulher tem seu útero preenchido por soro fisiológico, melhorando a qualidade das imagens.

Em algumas situações, pode ser necessária uma biópsia do pólipo para avaliação do potencial de malignização, que é baixo, mas pode ocorrer. Por isso, é importante que o acompanhamento e o tratamento sejam feitos de forma individualizada, respeitando as especificidades de cada caso.

Pólipo endometrial tem tratamento?

A escolha da abordagem terapêutica mais adequada para cada mulher que apresenta pólipo endometrial depende de alguns aspectos principais, que incluem seus desejos reprodutivos, o estágio de desenvolvimento da doença e a intensidade dos sintomas.

Abordagem medicamentosa

O pólipo endometrial que não provoca sintomas visíveis e se manifesta nas mulheres após a menopausa, ou seja, fora da idade reprodutiva, pode ser apenas acompanhado nos exames de rotina da mulher, demandando intervenção somente diante de alterações nesse monitoramento.

Já os casos em que a mulher apresenta os sintomas dolorosos e sangramentos típicos do pólipo endometrial, mas em baixa intensidade, medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos podem controlar a dor e o sangramento, enquanto o ciclo reprodutivo é regulado por medicação hormonal.

Essa medicação, no entanto, não é aconselhada para a mulher que deseja engravidar por seus efeitos contraceptivos, a abordagem cirúrgica é mais indicada.

Abordagem cirúrgica

A retirada do pólipo endometrial é a forma mais adequada de lidar com a doença e pode ser feita por procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, como a histeroscopia cirúrgica e a videolaparoscopia.

Se os exames de imagem indicarem um único pólipo pequeno ou poucos, a ressecção pode ser feita por histeroscopia, que é menos invasiva.

Enquanto nos casos mais graves, ou quando a localização do pólipo não permite a histeroscopia, é indicada a videolaparoscopia, que embora seja minimamente invasiva, demanda ambiente hospitalar e anestesia.

Se a mulher já passou pela menopausa no momento em que o pólipo endometrial foi diagnosticado, e nos casos em que o sintomas são muito intensos e não podem ser controlados pela medicação, nem cessam com a ressecção do pólipo, pode ser necessário realizar a retiradado útero.

Essa abordagem é mais radical, indicada apenas após as alternativas se esgotarem ou se existir risco hereditário para o desenvolvimento de câncer de endométrio. Essa é, além disso, a única abordagem que permite o fim dos sintomas decorrentes do pólipo endometrial.

Reprodução assistida

Além do controle dos sintomas dolorosos e dos sangramentos, a mulher também pode receber indicação para reprodução assistida quando apresenta dificuldade para engravidar em função do pólipo endometrial, mais especificamente para FIV (fertilização in vitro).

Mesmo nesses casos, é importante que a ressecção do pólipo e a recuperação do útero aconteçam antes do início dos tratamentos com a reprodução assistida, já que o quadro favorece falhas na receptividade endometrial e diminui as taxas de gravidez da FIV.

A FIV é a técnica mais indicada para os casos de infertilidade por fator uterino, como acontece à mulher com pólipo endometrial, por permitir uma avaliação mais rigorosa da receptividade desse tecido antes de transferir os embriões obtidos em laboratório.

Nos casos mais extremos, em que o endométrio não consegue estabelecer uma receptividade adequada, normalmente após falhas em outros ciclos de FIV, o casal pode optar pela cessão temporária de útero, em que outra mulher passa pela gestação, embora os embriões sejam formados com as células dos pais.

Conheça nosso conteúdo completo sobre pólipo endometrial acessando o link.

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Pólipo endometrial e fertilidade feminina: veja a relação

Como o próprio nome indica, o pólipo endometrial é uma estrutura em formato polipoide, ou seja, semelhante a um alongamento perpendicular, nesse caso, à superfície do endométrio. É formado por células semelhantes a esse tecido, que se projetam em direção à cavidade uterina. A reação […]

Como o próprio nome indica, o pólipo endometrial é uma estrutura em formato polipoide, ou seja, semelhante a um alongamento perpendicular, nesse caso, à superfície do endométrio. É formado por células semelhantes a esse tecido, que se projetam em direção à cavidade uterina.

A reação do endométrio que forma o pólipo à ação estrogênica é semelhante a que acontece no endométrio adjacente, a indução da multiplicação celular e do crescimento, porém de forma mais intensa, desencadeando um processo inflamatório local.

Isso classifica o pólipo endometrial como uma doença estrogênio-dependente, assim como os miomas uterinos, adenomiose e endometriose.

Um dos sintomas de pólipos que se manifesta nas mulheres em idade reprodutiva é a infertilidade feminina, resultado direto do processo inflamatório desencadeado, assim como todos os sintomas da doença.

Neste texto falaremos da relação entre o pólipo e a fertilidade feminina, mostrando como a presença dessas estruturas podem afetar as chances de uma gravidez.

O papel do útero na fertilidade feminina

O útero é um órgão do aparelho reprodutivo feminino, localizado no centro da cavidade pélvica e conectado bilateralmente aos ovários pelas tubas uterinas.

A cada ciclo reprodutivo é papel do útero preparar-se para receber um possível embrião, alterando a morfologia dos tecidos que compõem a parede uterina.

O útero é um órgão oco, em contato com o meio externo pelo colo do útero e canal vaginal, cuja parede é formada por três camadas, com composições e funções diversas:

  1. Perimétrio: camada serosa, que limita o útero em relação aos demais componentes da cavidade pélvica e mantém em contato direto com o peritônio (tecido de revestimento da cavidade pélvica);
  2. Miométrio: camada de tecido muscular, em contato com o perimétrio e com o endométrio, cujos papéis principais são auxiliar a distensão do útero, para acompanhar o crescimento do bebê e sua saída no momento do parto;
  3. Endométrio: camada de revestimento interno da cavidade uterina, em contato com o miométrio e, durante a gestação, com a placenta.

O endométrio é formado por células glandulares e estromáticas, que respondem principalmente ao estrogênio e à progesterona, aumentando em espessura durante parte do ciclo reprodutivo, e descamando em forma de sangue menstrual no início de cada um.

O que a presença do pólipo endometrial provoca no útero?

Embora a composição celular do pólipo endometrial seja semelhante ao endométrio adjacente, suas células contêm uma proporção menor de receptores para a progesterona, hormônio que controla a ação estrogênica e inibe a multiplicação celular induzida por ela.

Esse desequilíbrio faz com que a resposta aos estrogênios seja mais expressiva no pólipo endometrial, desencadeando um processo inflamatório local e induzindo seu crescimento, já que o hormônio provoca a multiplicação celular.

A inflamação do pólipo endometrial é o mecanismo por trás dos sintomas mais relevantes da doença: SUA (sangramento uterino anormal), dismenorreia e infertilidade.

O aumento da vascularização local, decorrente da inflamação, eleva também a permeabilidade dos vasos sanguíneos, favorecendo sangramentos anormais entre períodos menstruais e aumento no volume e duração da menstruação.

O processo inflamatório provoca ainda hipersensibilidade uterina, fazendo com que o órgão reaja intensamente às contrações do miométrio para a saída do sangue menstrual, resultando em cólicas fortes, principalmente no período menstrual, mas também fora dele.

A infertilidade está entre as consequências do pólipo endometrial, embora a parcela de mulheres que apresentam a doença em idade reprodutiva seja pequena.

Infertilidade por pólipo endometrial

A integridade do endométrio é fundamental para que a mulher consiga engravidar, já que ao chegar ao útero após a fecundação nas tubas uterinas, o embrião deve se fixar no endométrio para dar início à gestação, num processo chamado nidação.

O preparo endometrial, promovido naturalmente pela combinação da atividade dos estrogênios e da progesterona, é um dos principais fatores que torna o útero receptível ao embrião.

Nesse sentido, o processo inflamatório desencadeado pelos pólipos endometriais perturba o preparo endometrial, alterando a composição celular do endométrio com a atividade local do sistema imunológico, e prejudicando a nidação.

Como resultado disso, o sistema imunológico pode danificar o endométrio, provocando perda gestacional, que muitas vezes se torna um processo crônico de abortamento de repetição.

Além disso, a atividade imunológica no endométrio pode impedir que o tecido reconheça o embrião, fazendo com que a própria nidação não aconteça e a mulher não chega sequer a saber que a fecundação ocorreu.

Embora a infertilidade seja uma possibilidade para a mulher com pólipo endometrial, a doença é mais prevalente entre 40 e 50 anos, muitas vezes no período perimenopausal ou durante a menopausa.

Diagnóstico e tratamentos possíveis para pólipo endometrial

O diagnóstico do pólipo endometrial é feito normalmente pelo acolhimento dos sintomas relatados pela mulher, mas também pela análise dos resultados de exames, principalmente de imagem. A ultrassonografia transvaginal pode ser realizada na primeira consulta e costuma direcionar o pedido de exames mais precisos.

Normalmente a histerossonografia, uma modalidade de ultrassonografia com preenchimento uterino por soro fisiológico, costuma ser mais conclusiva para a identificação do pólipo, sua localização e suas dimensões.

Ainda que a chance de malignização do pólipo endometrial seja baixa ela existe e por isso pode ser necessário realizar uma biópsia endometrial, geralmente feita por histeroscopia ambulatorial.

O tratamento do pólipo endometrial pode ser medicamentoso, caso os sintomas sejam leves ou a mulher seja assintomática, mas a abordagem mais frequentemente recomendada é a ressecção do pólipo, por histeroscopia cirúrgica ou videolaparoscopia.

Reprodução assistida

A reprodução assistida é uma possibilidade para a mulher com infertilidade provocada pela presença de pólipo endometrial, contudo, em diversos casos é necessário que os pólipos sejam removidos mesmo com indicação para reprodução assistida por afetarem as taxas de sucesso das técnicas.

Por provocar infertilidade por fator uterino, à mulher com pólipos normalmente recomenda-se a FIV (fertilização in vitro), em que é possível realizar o congelamento dos embriões conseguidos em laboratório – freeze-all – para cuidar com mais atenção das condições necessárias à integridade da receptividade endometrial.

Leia mais sobre pólipo endometrial tocando o link.

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Estimulação ovariana e indução da ovulação: como são feitas na FIV

A estimulação ovariana e a indução da ovulação são processos sequenciais, incluídos na etapa inicial de todas as técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente, justamente por seu potencial em aumentar as taxas de gravidez nesses procedimentos. Estes são processos complementares e sequenciais cujo objetivo é […]

A estimulação ovariana e a indução da ovulação são processos sequenciais, incluídos na etapa inicial de todas as técnicas de reprodução assistida disponíveis atualmente, justamente por seu potencial em aumentar as taxas de gravidez nesses procedimentos.

Estes são processos complementares e sequenciais cujo objetivo é aumentar a disponibilidade de células reprodutivas femininas, potencializando a fecundação independente dos meios utilizados para se chegar a ela.

Na FIV (fertilização in vitro), no entanto, a estimulação ovariana e a indução da ovulação têm um papel especial na etapa de coleta de gametas.

Isso porque é necessário obter um número maior de células reprodutivas femininas na FIV do que a demanda normal, nas gestações por vias naturais ou utilizando outras técnicas de reprodução assistida.

Entenda melhor o papel da estimulação ovariana e da indução da ovulação na FIV, acompanhando a leitura do texto a seguir.

Aproveite!

O que é fertilização in vitro?

A FIV é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade, especificamente porque o tratamento permite a fecundação em ambiente controlado – laboratorial – e a transferência dos embriões para o útero.

Assim como a FIV, todas as técnicas de reprodução assistida são procedimentos divididos em etapas sequenciais e interdependentes – ou seja, o sucesso de uma etapa depende diretamente do sucesso da etapa anterior e é fundamental para que a etapa seguinte seja igualmente bem sucedida.

No caso da FIV, o tratamento é dividido em cinco etapas: estimulação ovariana, coleta de gametas, fecundação, cultivo embrionário e finalmente a transferência dos embriões para o útero.

A estimulação ovariana e a indução da ovulação são fundamentais para que a aspiração folicular obtenha a quantidade ideal de folículos ovarianos maduros – os folículos são estruturas multicelulares, que envolvem os oócitos individualmente e mediam sua relação com a dinâmica hormonal do ciclo reprodutivo.

Paralelamente à aspiração folicular, realiza-se a coleta de espermatozoides – com uma amostra de sêmen ou por recuperação espermática, nos casos de infertilidade masculina severa –, que serão utilizados para a fertilização do material coletado dos ovários.

Após a fecundação, os embriões obtidos passam pelo período de cultivo embrionário, quando são observados quanto ao seu desenvolvimento morfológico e estabilidade genética.

Os embriões mais aptos são então selecionados e transferidos para o útero – que deve estar devidamente preparado e receptível.

Estimulação ovariana na FIV

A estimulação ovariana é um tratamento hormonal, realizado nas técnicas de reprodução assistida para incentivar o recrutamento e amadurecimento dos folículos ovarianos, potencializando os eventos que antecedem a ovulação.

Formalmente, a etapa de estimulação ovariana inclui a indução da ovulação, embora estes sejam processos diferentes, com objetivos distintos.

O tratamento deve ter início simultâneo ao começo do período menstrual, com a administração oral ou intramuscular de doses diárias de uma medicação hormonal, normalmente à base de análogos do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) e das próprias gonadotrofinas, LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante).

Nas técnicas de baixa complexidade – IA (inseminação artificial) e RSP (relação sexual programada) –, a estimulação ovariana é feita com protocolos mais baixos dessa medicação hormonal, que estimulam de forma bastante sutil o ciclo reprodutivo.

Isso porque, nestes casos, se prevê que a fecundação aconteça no interior do corpo da mulher e uma estimulação ovariana mais robusta poderia favorecer a gestação múltipla, que é arriscada para a mulher e para o bebê.

Como na FIV, no entanto, a fertilização é realizada em laboratório, é interessante que os protocolos de estimulação ovariana sejam mais robustos, já que a etapa seguinte à estimulação ovariana – a coleta de gametas – demanda a obtenção de uma quantidade maior de células reprodutivas femininas.

Na FIV, diferente do que acontece nas técnicas de baixa complexidade, o risco de gestação múltipla está mais relacionado à quantidade de embriões transferidos para o útero – que é limitado e regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina – do que à intensidade da estimulação ovariana.

Indução da ovulação na FIV

A indução da ovulação é o procedimento final da etapa de estimulação ovariana, realizada quando o amadurecimento folicular atinge seu auge.

Todo o processo de estimulação ovariana é monitorado por exames de ultrassonografia pélvica sistemáticos, que acompanham o desenvolvimento dos folículos e indicam o momento ideal para a indução da ovulação.

Neste momento, administra-se uma dose única de hCG (gonadotrofina coriônica humana), um hormônio que estimula a produção de progesterona e assim induz o rompimento da estrutura folicular para a liberação do oócito.

Na FIV, a indução da ovulação deve ser seguida obrigatoriamente da coleta de gametas, nos primeiras 36h após o procedimento, quando os folículos são aspirados imediatamente antes do rompimento folicular.

A diferença entre a indução da ovulação na FIV e nas técnicas de baixa complexidade reside principalmente no tempo entre a indução da ovulação e o início da etapa seguinte.

Na RSP e na IA, a relação sexual programada e a inseminação da amostra de sêmen no útero acontecem após a ovulação, induzida pela medicação, enquanto na FIV a aspiração folicular é feita no período entre a indução da ovulação e o rompimento dos folículos.

Entenda a importância da estimulação ovariana e indução da ovulação

A estimulação ovariana e a indução da ovulação são etapas iniciais de todas as técnicas de reprodução assistida, incluindo a FIV, justamente porque têm por objetivo potencializar a disponibilidade de gametas femininos para a fecundação, seja ela feita em laboratório ou no interior do corpo da mulher.

Para a FIV em especial, a estimulação ovariana e a indução à ovulação são importantes para uma coleta de gametas bem sucedida, o que consiste em conseguir um número maior de células reprodutivas femininas, do que o que ocorreria nos processos que preveem a fecundação nas tubas uterinas.

Leia mais sobre a FIV tocando neste link.

 

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Uretrite: o que é?

A uretra é uma estrutura tubular responsável pela eliminação da urina do corpo. Além disso, no homem, também proporciona a passagem do sêmen para ejaculação. Na mulher, a uretra tem início na bexiga e se estende até o orifício uretral, medindo apenas 4cm de comprimento. […]

A uretra é uma estrutura tubular responsável pela eliminação da urina do corpo. Além disso, no homem, também proporciona a passagem do sêmen para ejaculação.

Na mulher, a uretra tem início na bexiga e se estende até o orifício uretral, medindo apenas 4cm de comprimento. O orifício uretral feminino localiza-se próximo à abertura do canal vaginal e ao clitóris.

Já no homem, possui uma configuração mais complexa, sendo dividida em três regiões: porção prostática, membranosa e cavernosa.

A porção prostática, ou uretra prostática, é a parte que fica próxima a saída da bexiga. Nessa porção, a uretra recebe alguns líquidos que compõem o sêmen, prostático e seminal, além dos espermatozoides.

Na porção membranosa, a uretra passa pelas glândulas bulbouretrais, onde fica localizado o esfíncter uretral, que possibilita ao homem o controle voluntário da micção.

A porção cavernosa passa ao longo do interior do pênis, até a abertura na glande. Nela, a uretra recebe o líquido das glândulas bulbouretrais e também um líquido lubrificante, secretado pelas glândulas de Littré para facilitar a relação sexual.

A uretra, tanto no homem, como na mulher, pode ser afetada por algumas doenças, que prejudicam seu funcionamento e causam desconforto. Geralmente a uretrite é provocada por DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), embora outras bactérias possam participar do quadro geral, além de fatores como lesões mecânicas e químicas.

A uretrite não tratada pode se espalhar e atingir outras regiões do organismo, causando enfermidades de maior gravidade.

Fique conosco na leitura do texto para entender mais sobre a uretrite.

O que é a uretrite?

A uretrite é a inflamação na uretra, que na maior parte dos casos é causada por infecções bacterianas, principalmente consequentes da contaminação pelo contato sexual sem o uso de preservativos de barreira, as camisinhas masculina e feminina.

As doenças que mais costumam causar uretrite são a gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, e a clamídia, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Embora essas sejam as causas mais comuns de uretrite, outros microrganismos também podem estar envolvidos na doença.

A mulher costuma estar mais propensa a ter uretrites infecciosas devido à proximidade do ânus com a uretra.

De maneira geral a uretrite infecciosa é classificada em dois tipos: uretrite gonocócica, causada exclusivamente pela gonorreia, e uretrite não-gonocócica, em que a infecção é resultado da ação de outras bactérias, como a Chlamydia trachomatis, ou a E. coli, que habita naturalmente os intestinos e não necessariamente é transmitida por via sexual.

Além das causas infecciosas, a uretrite também pode ser consequência de traumatismo interno, como sequela da utilização de sonda, ou de reação a alguma substância química, como o uso de espermicidas, o que pode afetar tanto os homens quanto as mulheres.

As consequências da uretrite, quando não tratada, podem se tornar graves, tanto em homens como em mulheres.

Em homens, já que a uretra integra também o aparelho reprodutivo, a uretrite pode se agravar e envolver outras estruturas, provocando epididimite, orquite e prostatite. A uretra também pode ficar com sequelas e sofrer um estreitamento, que dificulta a micção e a ejaculação.

A uretrite feminina pode igualmente se espalhar, causando cistite, cervicite, endometrite, salpingite e, nos casos mis severos, DIP (doença pélvica inflamatória). Dessa maneira, pode chegar a danificar de forma significativa outras estruturas do sistema reprodutor feminino, contribuindo para quadros de infertilidade feminina.

As DSTs devem ser sempre tratadas o mais rapidamente possível. Além disso, o diagnóstico é muito importante para prevenir a transmissão dessas doenças, que podem ser inclusive assintomáticas.

Quais são os sintomas da uretrite?

A uretrite pode apresentar diferentes sintomas, dependendo de sua origem. O quadro desenvolve sinais específicos para homens e mulheres.

Os sintomas da uretrite em homens costumam ser:

  • Disúria (sensação de dor ou ardor ao urinar);
  • Presença de sangue na urina;
  • Presença de sangue misturado ao sêmen;
  • Secreção, por vezes purulenta, no pênis;
  • Odor desagradável na região genital;
  • Vontade de urinar com frequência;
  • Febre (em raras ocasiões);
  • Coceira ou ardência na região da glande peniana;
  • Inchaço do pênis ou na região da virilha;
  • Dor durante a relação sexual ou durante a ejaculação;
  • Infertilidade.

Já quando atinge as mulheres, a uretrite costuma apresentar os seguintes sintomas:

  • Dor na região abdominal;
  • Dor pélvica;
  • Sensação de ardência ou queimação ao urinar;
  • Febre acompanhada por calafrios;
  • Urgência miccional;
  • Corrimento vaginal;
  • Odor desagradável na região genital;
  • Infertilidade.

Como é feito o diagnóstico da uretrite?

Quando uma pessoa procura ajuda médica ao perceber alguns sintomas da uretrite, inicialmente o diagnóstico é feito pelo exame clínico. O médico faz então uma avaliação dos sintomas apresentados e do histórico de saúde.

Para fechar o diagnóstico de forma mais precisa, no entanto, é necessário realizar exames de urina e sangue, para detectar e identificar a presença de bactérias, caso estejam por trás dos sintomas.

Também é feita a coleta das secreções presentes na uretra, que são encaminhadas para a análise em laboratório.

Tratamento e infertilidade

O tratamento da uretrite é feito com antibióticos, que combatem a infecção, e anti-inflamatórios, que controlam os sintomas dolorosos.

Os antibióticos que serão utilizados dependem da bactéria identificada no diagnóstico. Normalmente são utilizados os que sejam efetivos contra gonorreia e clamídia, já que são as maiores causas da uretrite.

Com um diagnóstico bem feito e o tratamento correto, de maneira geral a uretrite não causa muitos danos no organismo. Em alguns casos, porém, principalmente quando não tratada, a uretrite pode se desenvolver em doenças mais graves e causar danos permanentes, inclusive levando à infertilidade.

Nesses casos, se houver o desejo reprodutivo após a constatação de infertilidade, o casal pode engravidar por técnicas de reprodução assistida.

Entre as disponíveis, a FIV (fertilização in vitro) é bastante indicada, pois permite que os gametas (óvulos e espermatozoides) sejam coletados diretamente das estruturas, além de realizar a fecundação em laboratório e transferir os embriões para o útero.

A FIV contorna a maioria dos problemas masculinos e femininos que possam estar impedindo a gravidez, incluindo a provocada pela uretrite.

Ainda restaram dúvidas sobre a uretrite? Então, toque neste link.

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Endometrite: veja como é feito o tratamento

A saúde de todas as estruturas do sistema reprodutivo feminino é fundamental para que a gestação aconteça sem maiores problemas, porém a integridade do endométrio é particularmente importante para o processo reprodutivo. A endometrite – em sua forma aguda e crônica – está entre as […]

A saúde de todas as estruturas do sistema reprodutivo feminino é fundamental para que a gestação aconteça sem maiores problemas, porém a integridade do endométrio é particularmente importante para o processo reprodutivo.

A endometrite em sua forma aguda e crônica – está entre as doenças que mais afetam a fertilidade das mulheres, principalmente por prejudicar a nidação, quando o embrião se fixa no endométrio, impedindo que a gestação tenha início.

Por isso a endometrite, que pode ser tratada com resultados expressivos de melhora, é uma doença que precisa de atenção e atendimento médico rápido, principalmente no caso de mulheres que estão tentando engravidar.

Este texto mostra as diversas formas de tratamento da endometrite, inclusive nas situações em que o casal recebe indicação para reprodução assistida. Boa leitura!

O que é endometrite?

Endometrite é um termo que engloba todas as formas de inflamação do endométrio, sejam elas decorrentes da ação de microrganismos ou do contato cirúrgico, e pode se manifestar de forma aguda e crônica.

As causas mais frequentes da endometrite estão ligadas à contaminação da mulher por DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e o contato com bactérias do trato intestinal durante a higiene íntima, além de microrganismos típicos da vagina, que podem subir até o útero.

Hábitos, como preferir tecidos sintéticos para as roupas íntimas, o uso de produtos inadequados na higiene íntima, estresse e as próprias relações sexuais, podem favorecer desequilíbrios na flora vaginal, que aumentam as chances de endometrite.

De forma geral, os microrganismos mais frequentemente envolvidos na endometrite podem ser listados a seguir:

  • Gonorreia (Neisseria gonorrhoeae);
  • Clamídia (Chlamydia trachomatis);
  • Micoplasma (Mycoplasma genitalium e Mycoplasma hominis);
  • Ureaplasma (Ureaplasma urealyticum);
  • Gardnerella (Gardnerella vaginalis);
  • HSV (vírus da herpes).

Endométrio e fertilidade: entenda a relação

A endometrite é uma das causas de infertilidade feminina temporária, que pode evoluir para permanente nos casos de endometrite crônica, principalmente pela importância central do endométrio para a fertilidade da mulher.

O endométrio é a camada de revestimento da cavidade uterina e, por isso, mantém contato direto com a placenta durante toda a gestação, desde o momento da nidação. Esse tecido é formado por células que interagem com dois principais hormônios do ciclo reprodutivo da mulher: os estrogênios e a progesterona.

Esses hormônios são responsáveis por diferentes etapas do preparo endometrial, um acontecimento gradual do ciclo reprodutivo das mulheres, em que o endométrio aumenta de espessura preparando-se para receber um possível embrião.

Nos ciclos em que a mulher engravida, a gestação tem início quando o embrião consegue se fixar no endométrio. Se não houver fecundação, o endométrio descama e é expelido em forma de menstruação.

O endométrio é, portanto, fundamental para que a gestação tenha início e o processo inflamatório, que se observa nos diferentes tipos de endometrite, altera o ambiente endometrial prejudicando e até mesmo impedindo a nidação.

Como identificar a endometrite?

O primeiro passo para a identificação da endometrite é o aparecimento de qualquer dos sintomas listados a seguir:

  • Aumento no sangramento menstrual (em volume);
  • Cólicas menstruais e entre períodos;
  • Dispareunia;
  • Corrimento vaginal de odor desagradável e abundante;
  • Febre, náuseas e vômitos (nos casos mais graves).

A ausência de tratamento pode fazer com que a endometrite evolua para a forma crônica da doença.

A endometrite crônica favorece o estabelecimento de DIP (doença inflamatória pélvica), com potencial para provocar infertilidade por aborto de repetição e falhas na implantação embrionária, além da manutenção de parte da sintomatologia aguda.

O diagnóstico é feito com a identificação dos microrganismos envolvidos na infecção, por hemograma, análise laboratorial de material coletado no colo do útero com auxílio de um espéculo, e pelo teste ALICE, que utiliza biópsia do endométrio, obtida por histeroscopia ambulatorial.

Tratamento para endometrite

O tratamento para a endometrite é feito principalmente por abordagem medicamentosa, incluindo antibióticos e anti-inflamatórios, para o controle dos sintomas dolorosos.

Nos casos em que não há o envolvimento de agentes microbianos na endometrite, quando a condição é resultado de cesarianas e outras intervenções cirúrgicas no endométrio, ou nos de endometrite crônica, o uso de anti-inflamatórios controla os sangramentos e a hipersensibilidade pélvica, melhorando a qualidade de vida.

O tratamento antibiótico é, no entanto, a forma mais frequente de tratamento da endometrite bacteriana. A escolha do melhor antibiótico ou combinação de antibióticos deve ser feita sempre com base no resultado dos exames que identificam as bactérias atuantes no quadro.

Os antibióticos podem ser prescritos em dose única ou em tratamento continuado, de acordo com as especificidades de cada caso, e a medicação pode ser administrada por via oral ou injetável (intramuscular), a depender da gravidade.

É importante que a mulher faça o tratamento corretamente e até o final, para evitar a seleção de bactérias resistentes que dificultam o tratamento em médio prazo. Nos casos de DSTs, recomenda-se que também a parceria seja testada e medicada preventivamente para evitar a reinfecção.

Após o tratamento, a mulher deve repetir os exames de testagem, com objetivo de verificar se a infecção foi realmente erradicada, além de exames de imagem que avaliam as condições endometriais e tubárias, caso existam sequelas dos processos infecciosos.

O tratamento é fundamental para qualquer mulher com endometrite, evitando que a doença se torne crônica, mais ainda para aquelas que estão tentando engravidar naturalmente e mesmo quando há indicação para reprodução assistida.

Reprodução assistida

Embora o tratamento da endometrite se mostre altamente eficaz para reverter os danos causados ao endométrio pela doença, nos casos em que não é feito corretamente e quando a mulher demora para procurar atendimento médico, a infertilidade pode ser mais duradoura.

Nesses casos, a reprodução assistida, mais especificamente a FIV (fertilização in vitro), pode ser uma possibilidade já que, além de permitir um acompanhamento melhor do endométrio antes da transferência dos embriões, a FIV também possibilita a cessão temporária de útero, em que a gestação de embriões dos pais acontece no útero de outra mulher.

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Torção testicular: tratamento

Sabe-se que uma parte bastante sensível no corpo do homem são os testículos: qualquer pancada e algumas alterações, que afetam a região escrotal, costumam ser muito dolorosas e incômodas. Nesse sentido, um dos eventos mais dolorosos, comum principalmente em homens que possuem um desenvolvimento anormal […]

Sabe-se que uma parte bastante sensível no corpo do homem são os testículos: qualquer pancada e algumas alterações, que afetam a região escrotal, costumam ser muito dolorosas e incômodas.

Nesse sentido, um dos eventos mais dolorosos, comum principalmente em homens que possuem um desenvolvimento anormal do cordão espermático e da túnica albugínea, é a torção testicular, que pode evoluir para quadros mais graves.

Na torção testicular, acontece a rotação dos testículos em seu próprio eixo, causando a obstrução do cordão espermático e o estrangulamento dessas estruturas.

Como no cordão espermático existem veias importantes para o abastecimento de sangue dos testículos, essa obstrução gerada pela torção testicular interrompe a irrigação local.

Essa situação, quando não tratada rapidamente, pode gerar consequências graves, inclusive a perda do testículo e a infertilidade permanente do homem.

Portanto, a torção testicular é uma condição bastante delicada e que requer atendimento emergencial para que sejam evitadas consequências mais graves, como, por exemplo, a retirada dos testículos.

Continue a leitura do texto para saber o que é a torção testicular e como o tratamento para essa condição é realizado.

Qual a função dos testículos?

Os testículos são as gônadas (ou glândulas sexuais) masculinas. São estruturas que se apresentam normalmente em par, com formato oval e localizadas no interior da bolsa escrotal, que têm como principal função a produção dos gametas masculinos, os espermatozoides.

Essas células são produzidas no interior dos testículos, mais especificamente nos túbulos seminíferos, estruturas tubulares retorcidas, muito longas e finas, que formam a maior parte do tecido testicular.

Outra função importante dos testículos é a produção hormonal, principalmente da testosterona. Esse hormônio é fundamental para a dinâmica reprodutiva do homem, além de muito importante durante o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas.

Mas afinal, o que é a torção testicular e quais suas causas?

A torção testicular é um evento emergencial, que se caracteriza pela rotação dos testículos no interior da bolsa escrotal. Isso faz com que o cordão espermático, que também contém as veias que irrigam os testículos, seja estrangulado, causando dor intensa e obstrução do fluxo sanguíneo para toda a região.

Essa obstrução, quando não atendida imediatamente, pode acarretar em sérias consequências para o homem afetado, levando inclusive à perda dos testículos atingidos e causando infertilidade permanente.

A torção testicular é mais comum em homens jovens, embora possa acontecer também na infância e, mesmo raramente, em homens acima dos 30 anos de idade.

Os motivos pelos quais acontece podem ser diversos, contudo a principal origem desse evento costuma estar associada ao desenvolvimento embrionário e à formação anormal das estruturas que fixam o testículo no interior da bolsa escrotal. Isso faz com que a rotação dos testículos ocorra com maior facilidade.

Pancadas na região da bolsa escrotal também podem ocasionar uma torção testicular, bem como a prática de esportes que afetam a região de forma constante e duradoura, principalmente quando repetida muitas vezes, como é o caso do ciclismo.

Quais os sintomas da torção testicular?

O principal sintoma da torção testicular é uma dor muito intensa e abrupta, que surge imediatamente após o estrangulamento do cordão espermático, causado pela rotação dos testículos.

Além da dor, a torção testicular também pode provocar outros sintomas, que aumentam em gravidade de acordo com o tempo de demora no tratamento, como:

  • Dor que irradia para a região abdominal;
  • Inchaço dos testículos e da região escrotal;
  • Edemas;
  • Náusea e vômitos.

Como é feito o tratamento da torção testicular?

A abordagem inicial da torção testicular é emergencial: assim que o homem é acometido pelos sintomas intensos da rotação dos testículos deve buscar atendimento imediatamente.

Inicialmente, o médico realiza o exame físico e imediatamente após a constatação da torção testicular, o procedimento emergencial de reversão da torção dos testículos é feito de forma manual.

Depois de realizado o procedimento manual de emergência, são solicitados exames, principalmente de imagem, para uma análise mais detalhada da situação. O mais comum nesse caso é o ultrassom com Doppler, que permite a avaliação do fluxo sanguíneo na bolsa escrotal.

Com os resultados dos exames, o próximo passo é a realização da intervenção cirúrgica, que corrige o problema realmente.

A intervenção cirúrgica é feita em todos os casos de torção testicular e tem por objetivo evitar que o evento se repita no futuro. Nos casos em que foi causada pela formação anormal do cordão espermático, a cirurgia também corrige essa condição.

Como a torção dos testículos interrompe o fluxo sanguíneo que alimenta essas estruturas, quanto mais demorado o tratamento, maior é o comprometimento. Em alguns casos, pode inclusive ser necessário a remoção de um ou ambos os testículos, causando infertilidade permanente.

Quando o tratamento é realizado de forma tardia, mas o homem não chega a perder os dois testículos, ainda há manutenção da fertilidade, embora possivelmente apresente um potencial fértil reduzido.

Além disso, mesmo em casos em que não é necessária a retirada de nenhum testículo, a demora na realização do tratamento pode danificar as estruturas envolvidas na produção dos espermatozoides diminuindo a produção dessas células, o que também reflete na fertilidade geral do homem.

Por isso tudo, é importante ressaltar que, se houver a percepção de qualquer um dos sintomas mencionados, procure imediatamente por atendimento médico especializado.

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Pólipos endometriais: saiba mais sobre o diagnóstico

Os pólipos endometriais são formações celulares anormais encontradas no útero e formadas por tecido endometrial. Ainda que seja uma condição benigna, podem causar algumas complicações para a saúde, incluindo a infertilidade feminina. Podem ser encontrados em pequenas ou grandes quantidades, variando de tamanho de acordo […]

Os pólipos endometriais são formações celulares anormais encontradas no útero e formadas por tecido endometrial. Ainda que seja uma condição benigna, podem causar algumas complicações para a saúde, incluindo a infertilidade feminina.

Podem ser encontrados em pequenas ou grandes quantidades, variando de tamanho de acordo com a situação. Seus sintomas também variam em relação à intensidade e devem ser observados para que não sejam confundidos com outras condições.

O útero é parte essencial do processo de reprodução, pois é o responsável por abrigar e desenvolver o embrião após a fecundação e sua implantação no endométrio. Sendo assim, é importante que ele esteja saudável para a realização de todas as etapas até a gravidez.

O tratamento dessa condição pode ser feito facilmente com alguns recursos disponíveis, inclusive quando existem alterações na fertilidade da mulher. Para isso, é importante que o diagnóstico seja precoce, para aumentar as possibilidades de eficiência ao serem tratados.

Com este texto, compreenda quais são os caminhos até o diagnóstico dos pólipos endometriais e saiba como eles podem ser tratados.

Como são formados os pólipos endometriais?

O útero é um órgão do sistema reprodutor feminino composto por três camadas de revestimento, desde a mais externa à mais interna: serosa, miométrio e endométrio. O tecido endometrial é peça-chave da gestação, pois é onde os embriões formados se fixam após a fecundação.

Os pólipos endometriais são tumores benignos formados de células endometriais. Em resposta à ação do estrogênio e da progesterona, podem ocasionar processos inflamatórios na região afetada.

Não existem causas bem definidas para essa formação, mas são sugeridos fatores relacionados à genética, alterações na ação dos hormônios e casos de obesidade, que podem aumentar as chances do desenvolvimento da doença.

Durante o ciclo menstrual ocorre o espessamento do endométrio por meio da ação do estradiol. Em alguns casos, pode haver um desenvolvimento desordenado das células, causando os pólipos endometriais.

Com isso, eles podem afetar a receptividade endometrial, que envolve a preparação do útero para receber o embrião. Nesses casos, podem ocorrer falhas de implantação e os chamados abortos de repetição.

Quais são os sintomas dos pólipos endometriais?

A intensidade dos sintomas pode variar de acordo com o tamanho e localização dos pólipos. Em muitas situações, a doença pode ser assintomática, o que tende a prejudicar o seu diagnóstico e tratamento.

Quando se manifestam, são comuns:

  • Fluxo menstrual intenso;
  • Sangramento fora do período menstrual;
  • Sangramento após a menopausa;
  • Fluxos menstruais intensos;
  • Infertilidade.

Como é feito o diagnóstico?

Por apresentarem sintomas muito semelhantes aos de outras condições como os miomas uterinos, é essencial a realização de exames para confirmar ou descartar a presença dos pólipos endometriais.

O mais indicado inicialmente é a ultrassonografia transvaginal, feita após o período menstrual para visualizar com mais facilidade o endométrio e identificar a quantidade e o tamanho dos pólipos encontrados. O diagnóstico pode ser confirmado por meio da histerossonografia, exame de imagem que utiliza soro fisiológico para a expansão da cavidade uterina.

Ainda, se houver suspeita de outras condições, é possível optar pela ressonância magnética e pela vídeo-histeroscopia ambulatorial. Ambas permitem uma visualização mais detalhada da região.

Os casos de malignidade dos pólipos não são tão comuns, mas existe a possibilidade. Sendo assim, pode ser necessária a realização de uma biópsia das células endometriais para avaliar o caso.

O diagnóstico dos pólipos endometriais é essencial para que a paciente seja direcionada ao melhor tratamento possível. Mulheres que sonham em serem mães devem estar ainda mais atentas, pois a doença pode afetar a caminhada em direção ao seu sonho.

Qual a relação com a infertilidade?

Por afetarem uma região essencial no processo de reprodução humana, os pólipos podem ser frequentemente associados a casos de infertilidade feminina. O endométrio é o responsável por fixar o embrião e quando isso não acontece a gravidez não é iniciada.

Em algumas situações, pode ocorrer a implantação embrionária, mas devido a alterações na receptividade endometrial, é possível que não se realize corretamente e aconteçam abortamentos.

Tratamentos e reprodução assistida

O tratamento da doença pode ser realizado facilmente quando determinados os tamanhos das estruturas apresentadas. Quando menores, podem receber uma dosagem hormonal a fim de promover a sua regressão.

Se os pólipos endometriais não regredirem ou em casos de dimensões maiores dessas formações, o indicado é uma remoção cirúrgica. É a principal indicação quando a mulher sofre com problemas para engravidar.

Se a fertilidade não for restaurada após o tratamento, ainda existe uma chance para auxiliar no alcance da gravidez. A reprodução assistida possui técnicas muito avançadas e eficientes em diferentes casos de infertilidade.

Entre as oferecidos, a principal indicação é a fertilização in vitro (FIV), por se tratar de um método de maior complexidade e possuir recursos mais avançados. Após exames de investigação para avaliar sua fertilidade, fazemos a melhor indicação.

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